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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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terça-feira, 27 de outubro de 2020

arquiteto negro Joaquim Pinto de Oliveira, mais conhecido como Tebas, ganha escultura afro-futurista na região da Praça da Sé, em São Paulo

 

arte criada pela Google em homenagem ao Joaquim Pinto de Oliveira (Tebas)

O arquiteto negro Joaquim Pinto de Oliveira, mais conhecido como Tebas, ganha escultura afro-futurista na região da Praça da Sé, em São Paulo 


Francine e Lumumba - foto de Marcel Farias

 

A obra do artista plástico Lumumba Afroindígena e da arquiteta Francine Moura reverencia a importância histórica de Tebas, o construtor à frente de seu tempo que comprou a própria alforria, aos 57 anos de idade – 110 anos antes da abolição da escravatura – e foi responsável por conceber marcos arquitetônicos importantes no triângulo histórico paulistano

A Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo entrega à cidade, em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, uma estátua na Praça Clóvis Bevilácqua – face leste da Praça da Sé – que celebra a grandiosidade do legado arquitetônico de Joaquim Pinto de Oliveira (1721-1811). O ex-escravizado ficou célebre com a alcunha de Tebas, ‘alguém de grande habilidade’ na língua quimbundo. A sua aclamação profissional oficial ganhou relevância, nos últimos anos, tendo, inclusive, em 2018, sido chancelado pelo Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (Sasp) – ocasião que datava mais de dois séculos de sua existência. A inauguração oficial do monumento será em 5 de dezembro, como atividade da programação da sexta edição da Jornada do Patrimônio, que, neste ano, terá como tema “Nossa Cidade, Nossas Memórias”.


Originário da cidade de Santos, Tebas foi trazido para a capital pelo mestre pedreiro português Bento de Oliveira Lima, seu senhor, em 1740, com exímia habilidade na técnica da cantaria, o talhar de blocos de pedras, logo passou a ser disputado pelos templos católicos, na São Paulo do Brasil-Colônia. A ideia das ordens religiosas era substituir a taipa de pilão – método construtivo tradicional – para adornar com detalhamento mais requintado as fachadas das igrejas do triângulo histórico paulistano. Ele construiu a primeira torre da Matriz da Sé (1750) e, em 1769, reforma a mesma Torre da Sé e, em feito inédito, compra a própria alforria, aos 57 anos de idade, 110 anos antes da abolição da escravidão. Os ornamentos originais dos conventos da Ordem 3ª do Carmo (1775-1778), Ordem 3ª do Seráfico Pai São Francisco (1783) e Mosteiro de São Bento (1766 e 1798) também são de sua autoria. Ele ainda construiu uma fonte pública mais conhecida como o “Chafariz de Tebas”, (1791) no Largo da Misericórdia, onde, atualmente, está o cruzamento das ruas Direita, Quintino Bocaiúva e Alvares Penteado, na região central de São Paulo.


O projeto da escultura que será incrustada alicerçando a imagem de Tebas na memória contemporânea e resgatando sua importância ancestral é afro-centrado, conceituado e desenvolvido pelo artista plástico Lumumba Afroindígena e pela arquiteta Francine Moura. A obra tem o objetivo de firmar e reverberar a expertise e modernidade do legado de Tebas, revelar de modo artístico a sua produção tecnológica sofisticada para a época e propor, acima de tudo, uma reflexão que recobra a relevância da ocupação territorial preta em área central da cidade que foi fragmentada ao longo dos séculos.


Com sobrenome herdado da bisavó congolesa, Lumumba, 40 anos, além da ascendência africana direta, também carrega em suas veias a herança indígena. O artista autodidata multifacetado tem repertório extenso que passeia por diversos suportes das artes plásticas. Seu trabalho já ocupou espaços como Funarte, Matilha Cultural, também assinou a cenografia de óperas infantis, no Theatro Municipal de São Paulo – caso das montagens, “O Rouxinol”, de Igor Stravinsky e "O menino e os sortilégios”, obra de Maurice Ravel contemplada com o Prêmio Carlos Gomes e esculpiu personagens do desenho Madagascar para o Beto Carrero World.


“Estou muito centrado na minha carreira e tenho uma visão muito clara sobre a pujança que o meu trabalho reverbera no universo das artes e na sua representatividade afro-indígena. A cada avanço da escultura e das minhas inquietações entro em um deslocamento temporal. Perpasso toda a minha trajetória e sei exatamente aonde quero chegar e quem estará ao meu lado nessas realizações. Assinar essa obra fomenta conceitos ancestrais da minha existência que são amálgama da minha base como realizador”, expressa Lumumba.


Curiosamente, a memória e preservação já faziam parte do início da trajetória da arquiteta Francine Moura, 43 anos, mulher preta formada em Arquitetura e Urbanismo no Mackenzie. Com 20 anos de carreira, seus primeiros passos foram na conservação do painel de azulejos do Largo da Memória, quando estagiou no DPH - Departamento de Patrimônio Histórico. Francine é especialista em Projeto de Arquitetura na Cidade Contemporânea e pesquisa espaços públicos e coletivos. Também possui especialização em Educação, Relações Étnico-Raciais e Sociedade e investiga as percepções construídas sobre o corpo da mulher negra e a busca por ressignificações. “Participar do monumento ao Tebas após convite irrecusável do meu amigo Lumumba tem dimensão simbólica muito forte para mim enquanto arquiteta negra. Contribuir para o reconhecimento do trabalho deste arquiteto nos impulsiona a seguir seu legado. Olhando para a minha produção recente, nos últimos dois anos meu amor, energia e técnica foram dedicados a projetos arquitetônicos e artísticos afro-referenciados em 99% das experiências”, reforça Francine, que também atua profissionalmente como carnavalesca, cenógrafa e diretora de arte audiovisual. Seu último projeto entregue é o da Casa Preta Hub, no Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo.


Coube à paulistana Rita Teles, do Núcleo Coletivo das Artes Produções, alinhavar a produção executiva e artística do aquilombamento e, para demarcar a arte e o protagonismo negro na centralidade da proposta, compôs uma equipe com 90% de profissionais negros para a realização do monumento. A paulistana é formada em Educação Artística – Artes Cênicas e trabalha como atriz, produtora cultural, arte educadora, pesquisadora, além de ser reconhecida como ativista e articuladora de políticas culturais.


“A ideia principal desta empreitada é afastar, de uma vez por todas, a aura de invisibilidade que repousava sobre a história de Tebas. Um monumento que projeta, em grande escala, a contribuição negra para a cidade em que uma criança, ao passar no local, possa se sentir representada com aquela escultura que pode remeter a um super-herói ou, simplesmente, a um homem importante que existiu e lutou dignamente por sua afirmação e espaço", ressalta Rita.


Os autores – Lumumba e Francine – conectaram-se à fluidez das ideias e, juntos, possuem uma força potente que deságua em um rio de criatividade e expertise, seja de tecnologias, seja na arquitetura, justamente em uma cidade coberta de asfalto e concreto que guarda em seu subterrâneo mais de 200 cursos d’água catalogados pela prefeitura. O resultado dessa união entre o artista e a arquiteta é uma equação cujas variáveis convertem o atual momento dos criadores – a dupla, em suas trajetórias individuais celebram neste ano (2020), 20 anos de carreira, e criam a representatividade de um Tebas que passou por este plano há mais de 200 anos.


“Ter Francine Moura na concepção desse monumento público é muito importante para mim. Assim como Tebas esteve à frente de seu tempo, a presença desta mulher preta e arquiteta, neste território central, é de extrema relevância para esse diálogo permanente entre o patrimônio e a sociedade”, afirma Lumumba.


Outro tópico relevante para o desfecho da narrativa é o fato de Lumumba estar dedicado à uma nova fase de pesquisas no universo dos super-heróis de HQ’s. O flerte com este tipo de linguagem foi um caminho natural para a concepção da escultura afro-futurista – estética cultural que combina ficção científica, fantasia, história e arte africana. Vale ressaltar que o apagamento, o reconhecimento e a alforria, de modo subversivo, também agregam à somatória que fundamenta todo o conjunto da obra.


O processo do desenvolvimento da escultura, em si, foi feito em imersão dentro de prazo desafiador, de dois meses de trabalhos, no Quimera Atelier, no bairro dos Campos Elíseos, em São Paulo.


“A obra suspensa no ar dará uma ideia de ascensão, como se ela emergisse para fora, do período da escravidão, desse universo perverso, ao mesmo tempo em que temos a presença do high tech, que faz um contraponto ao componente perecível, da corrente de ferro comum, que ficará na base da estrutura ao inox que é um material mais contemporâneo”, contextualizam os autores.


Essa forte simbologia de opressão para o povo preto, ao longo do tempo, será propositalmente deteriorada uma vez que, o ferro da corrente, não resiste às intempéries da natureza. Os artistas pretendem com este signo dialogar com as próximas gerações, de modo a quebrar paradigmas e não definir interpretações estáticas. O intuito é que a partir deste ponto consigam traçar perspectivas e paralelos entre o passado histórico de resistência e o avanço das pautas étnico-raciais no Brasil e no mundo de forma fluída e contundente.

Serviço

Obra Joaquim Pinto de Oliveira
Praça da Sé - Rua Anita Garibaldi, região central de São Paulo
Entrega – 20 de novembro de 2020
Inauguração oficial – 5 de dezembro de 2020
Descrição Técnica do projeto
Título: "JOAQUIM PINTO DE OLIVEIRA"
Artista: Lumumba Afroindígena
Co-autora: Francine Moura
Material estátua: Aço inox

Material corrente: Ferro

Material base: Concreto aparente
Dimensões: Altura 3.60m
Largura: 1.50m 
Profundidade: 2.60m
 
Ficha técnica equipe:
Artista: Lumumba Afroindígena
Co-autora e arquiteta responsável: Francine Moura
Engenheira (projeto estrutural): Mabi Elu
Projeto de fundação: GPDE – Guimarães Dias Projetos Estruturais
Produção: Núcleo Coletivo das Artes Produções - Rita Teles
Registro fotográfico e audiovisual: Marcel Farias


fonte: Baobá Comunicação, Cultura e Conteúdo e assessoria de imprensa da PMSP

sobre Joaquim Pinto de Oliveira, Tebas
Mais conhecido como Tebas, o arquiteto negro nascido em Santos permaneceu escravizado até os 57 anos, 110 anos antes da abolição da escravatura. Trazido para a São Paulo, em 1740, o mestre pedreiro português Bento de Oliveira Lima, seu senhor, lhe ensinou o ofício de talhar pedras.  A habilidade para os adornos, numa época em que, na capital paulista, a técnica construtiva vigente era a taipa de pilão, fez com que Tebas gozasse de prestígio junto às ordens religiosas pertencentes ao triângulo histórico paulistano: os carmelitas, os franciscanos e os beneditinos.  Algo inimaginável para um escravizado, a sua expertise rendeu contratação e pagamento por estas instituições. A primeira torre da igreja Matriz da Sé (1750), bem como os ornamentos das fachadas dos conventos: Ordem 3ª do Carmo (1775-1778), Ordem 3ª do Seráfico Pai São Francisco (1783) e Mosteiro de São Bento (1766 e 1798) fazem parte de seu repertório.
 
sobre Lumumba Afroindígena
Mineiro, artista autodidata, 40, tem na conta duas décadas dedicadas ao universo das artes plásticas. Descendente de congoleses, um caso raro de terceira geração, nascido no Brasil, herdou o sobrenome da bisavó escravizada, a congolesa Tereza Lumumba, e também carrega a herança indígena, da etnia Puri-Guarani, da Serra do Caparaó. Sua trajetória começou na pintura de orixás, no suporte juta, em que traduzia os mitos yorubás.  Em 2009, ele passa a se dedicar à cenografia como escultor em eventos como: a parada "Momentos Mágicos Disney - Brasil", Óperas Infantis para o Teatro Municipal de São Paulo, – venceu o Prêmio Carlos Gomes de cenografia com "O menino e os sortilégios" de Ravel– Beto Carrero World, Dreamworks e Oktoberfest, Da visita em 2018, ao Parque Indígena do Xingú, quando foi honrado e participou da cerimônia Kuarup nasceram as sete obras, feitas na aldeia com pigmentos naturais e que foram exibidas, na expo individual, na galeria Matilha Cultural, de São Paulo.
  
sobre Francine Moura
Mulher negra, natural de Angra dos Reis (RJ), 43 anos, graduada em Arquitetura e Urbanismo, 20 anos de carreira. No campo da arquitetura, interiores e construção civil, tem experiência em projeto, obra e manutenção predial tanto comerciais, corporativas quanto residenciais. Já atuou com pesquisa e preservação de patrimônio histórico. Possui vivências no campo das artes visuais em direção de arte e cenografia na criação, planejamento, execução e montagem de projetos artísticos e audiovisuais em expressões como evento, exposição, carnaval, espetáculo, cinema, documentário, websérie, videodança, videoclipe, programa de TV e ensaio fotográfico. E também cria e desenvolve figurinos e adereços para espetáculos em geral. É especialista em Educação, Relações Étnico-Raciais e Sociedade com investigação das percepções construídas sobre o corpo da mulher negra e a busca por ressignificações. Também possui especialização em Projeto de Arquitetura na Cidade Contemporânea com pesquisa sobre espaços públicos e coletivos. Tem capacitação em Gestão de Projetos, curso de extensão em Folclore e Cultura Popular e oficinas de Conservação de Obras de Arte e de Produção Cultural. Ama criar espaços, imagens e imaginários e encontra nas formas e cores a melhor maneira de se comunicar com o mundo.

exposição Caipirismo - Sesc Bom Retiro - SP


Exposição Caipirismo reúne obras dos pintores José Antônio da Silva e Jocelino Soares no Sesc Bom Retiro

 

Por meio de um panorama vívido de paisagens, retratos, temas religiosos e alegóricos, mostra reúne obras que representam universos culturais e sociais do interior paulista.

Público poderá visitar gratuitamente mediante agendamento prévio feito na página da unidade na internet. No Sesc a retomada de atividades presenciais segue protocolo de órgãos de saúde pública para evitar o contágio e disseminação da Covid-19.

Imagens - Drive Google

O retrato de um centro urbano que floresceu na região hoje conhecida como "sertão",  espaço no qual surge o sertanejo e se manifesta o caipirismo, é o fio condutor da exposição Caipirismo - José Antônio da Silva e Jocelino Soares, com curadoria de Odécio Visintin Rossafa Garcia e Romildo Sant'Anna, em cartaz de outubro de 2020 a janeiro de 2021 no Sesc Bom Retiro.

Inicialmente prevista para acontecer entre os meses de março e julho deste ano, a mostra, que teve sua abertura adiada devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, agora pode ser visitada gratuitamente pelo público de terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio pelo site sescsp.org.br/bomretiro.  As visitas à exposição Caipirismo - José Antônio da Silva e Jocelino Soares têm duração máxima de 45 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante toda a visita.

Caipirismo faz referência a uma maneira de viver que foi aos poucos se agregando às transformações trazidas pelo crescimento e avanço das cidades, levando ao sertão novos conhecimentos e costumes. Todavia, as transformações tecnológicas e culturais não apagaram a memória afetiva, familiar e artística cultivada pela tradição destas regiões. Com o êxodo rural, milhares de famílias migraram do campo para as cidades levando consigo lembranças, danças, poemas, culinária e histórias que são transmitidas de geração em geração.

O público poderá ver de perto  cerca de 25 obras de José Antônio da Silva, pinturas criadas de 1952 a 1990, e 22 trabalhos de Jocelino Soares, telas produzidas de 2010 a 2020, artistas que por um considerável período de tempo dividiram o mesmo espaço geográfico no interior do estado, a  cidade de São José do Rio Preto. São conjuntos que estabelecem um diálogo a partir de temas como o mundo rural, desmatamentos, chuvas, florais, colheitas, o mundo das águas, árvores de ypê e aspectos do trabalho no campo. São abordados, também, os encontros com as tradições folclóricas, festas, religiosidades e o sentimento de saudade da vida no campo.

Segundo Odécio Visintin Rossafa Garcia, a mostra foi pensada para sensibilizar o público e incentivá-lo a conhecer a ideia de caipirismo tão presente nas obras de Silva e Soares. “Pintado em suas belas cores, carregadas de saudades e lembranças da terra que, cada vez mais, se entranha no imaginário das pessoas por meio das danças e cantos em versos e prosas”, pontua o curador.

José Antônio da Silva nasceu e cresceu no meio agropastoril e é considerado um pintor de arte naïf de grande relevância no Brasil. Suas obras, conforme define Romildo Sant’Anna, também curador da exposição, são “esperançosas, idílicas, desmesuradas, prenhes de doidices, impulsos quiméricos e persecutórios, contemplativos e boquiabertos, um tanto delas lancinantes; outro tanto, de fulgurantes impulsos inventivos nascidos de espírito interrogante, talentoso e arrebatador”. Também estão presentes obras políticas de autoria de Silva, nas quais discute certos aspectos do mundo da arte, além de destacar as diferenças entre campo e a modernidade urbana a partir do olhar cultural caipira.

As telas de Jocelino Soares, por sua vez, retratam o campo, as roças, as festas e colheitas das famílias caipiras, além de seu cotidiano de trabalho árduo. Vale ressaltar a relação estabelecida entre as próprias obras e a vivência e origem do artista no trabalho rural, além da presença, sempre renovada, da memória e admiração pela cultura popular. O historiador Lelé Arantes descreve Jocelino como “um artista do povo simples da roça; é um mago que empresta vida aos anônimos personagens das histórias dos homens e das mulheres do campo”.

Além das pinturas produzidas por José Antônio da Silva e Jocelino Soares, a exposição traz livros de autoria dos artistas. São romances ambientados no mundo rural, que resgatam características do universo caipira do interior do estado de São Paulo.

 

Sobre os artistas:

José Antônio da Silva (Sales de Oliveira, 1909 - São Paulo, 1996). Pintor, desenhista, escritor, escultor, repentista. Trabalhador rural, de pouca formação escolar, é autodidata. Em 1931, muda-se para São José do Rio Preto, São Paulo. Participa da exposição de inauguração da Casa de Cultura da cidade, em 1946, quando suas pinturas chamam atenção dos críticos Lourival Gomes Machado (1917-1967), Paulo Mendes de Almeida (1905-1986) e do filósofo João Cruz e Costa. Dois anos depois, realiza mostra individual na Galeria Domus, em São Paulo. Nessa ocasião Pietro Maria Bardi, então diretor do MASP, adquire seus quadros e deposita parte deles no acervo do museu. O MAM/SP também edita seu primeiro livro, Romance de Minha Vida, em 1949. Na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, recebe prêmio aquisição do Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York. Em 1966, Silva cria o Museu Municipal de Arte Contemporânea de São José do Rio Preto e grava dois LPs, ambos chamados Registro do Folclore Mais Autêntico do Brasil, com composições de sua autoria. No mesmo ano, ganha Sala Especial na 33ª Bienal de Veneza. Publica ainda os livros Maria Clara, 1970, com prefácio do crítico literário Antônio Candido (1918); Alice, 1972; Sou Pintor, Sou Poeta, 1982; e Fazenda da Boa Esperança, 1987. Transfere-se de São José do Rio Preto para São Paulo, em 1973. Em 1980, é fundado o Museu de Arte Primitivista José Antônio da Silva (MAP), em São José do Rio Preto, com obras do artista e peças do antigo Museu Municipal de Arte Contemporânea.

Jocelino Soares (Neves Paulista, 1955). Participou em 1974 do 15º Salão de Arte Juvenil na Casa de Cultura S. J. Rio Preto - SP, da qual viria a ser diretor, em 2001. É artista plástico pós-graduado em Arte Educação, tendo participado de diversas mostras coletivas e individuais e salões de arte nas cidades de S. J. do Rio Preto, Limeira, Presidente Prudente, Barretos, Marília, São Carlos, Araçatuba, Penápolis, entre outras. Em 2003 é criado o Instituto Cultural “Jocelino Soares”, em S. J. do Rio Preto e lançado o livro “O criador de sacis”, seguido de uma série de publicações sobre sua trajetória artística. Suas publicações “Brincando com arte” e “Contando a arte de Jocelino Soares” são adotadas, em 2005, por 86 escolas da rede municipal de ensino de S. J. do Rio Preto. Em 2011, quando já atua como curador de museus do município de S. J. do Rio Preto e detém cadeira da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura, publica o livro “Sentimento Caipira”. O livro é uma coletânea de artigos publicados no Jornal Diário da Região – contando causos e curiosidades da vida do homem da roça.

 

Orientações de segurança para visitantes

O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 6 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Serviço:
Caipirismo - José Antônio da Silva e Jocelino Soares
Local: Sesc Bom Retiro
Curadoria: Odécio Visintin Rossafa Garcia e Romildo Sant'Anna
Período expositivo: de 15 de Outubro de 2020 a 31 de Janeiro de 2021
Funcionamento: Terça a sexta, das 15h às 21h. Sábados, das 10h às 14h
Tempo de visitação: Até 45 minutos
Agendamento de visitas: 
www.sescsp.org.br/bomretiro
Classificação indicativa: livre
Grátis

Sesc Bom Retiro - Alameda Nothmann, 185, Bom Retiro
Estacionamento: Alameda Cleveland, 529
Valores Estacionamento: com apresentação de Credencial Plena - R$ 5,50 até uma hora; R$ 2,00 adicional por hora. Não credenciados - R$ 12,00 até uma hora; R$ 3,00 adicional por hora. Para mais informações, acesse o portal: 
sescsp.org.br/bomretiro. 


Visitas gratuitas mediante emissão de ingresso 
Para visitar a exposição é preciso emitir um ingresso virtual no site sescsp.org.br/bomretiro e apresentá-lo na entrada da Unidade, todos os protocolos de segurança e distanciamento no espaço são respeitados.
 Credito: Ricardo Ferreira 
   
 
fonte:

a situação do artista com deficiência no Brasil - Nicole Somera - Funarte

 


Nicole Somera


Em videocast do projeto Um Novo Olhar, Nicole Somera analisa

a situação do artista com deficiência no Brasil

Em vodcast (vídeo podcast) no site do projeto Um Novo Olhar, disponibilizado a partir de 29 de outubro, a autora Nicole Somera fala sobre o conteúdo de seu livro “O artista com deficiência no Brasil”, sobre grupos de artistas com deficiência, traçando as trajetórias desses coletivos e de suas produções

Com base em entrevistas que fez, Nicole Somera discute o trabalho do artista com deficiência no que se refere à dificuldade de aceitação da sociedade e da família, e também seu acesso aos bens culturais. “A própria família às vezes acha que aquela pessoa não era capaz de realizar uma atividade artística”, conta Nicole. Ela diz que muitos dos entrevistados relataram a grande dificuldade de acesso ao conteúdo artístico, seja no ensino regular ou especial; por falta de recursos de acessibilidade na própria escola. E, também, já na fase adulta, a dificuldade de acesso ao consumo de bens culturais. Essa abordagem está no vodcast que a autora gravou para o projeto Um Novo Olhar, e que estará disponível a partir de quinta-feira, 29/10, no site www.umnovoolhar.art.br. O projeto é uma parceria da Funarte com a UFRJ, com curadoria de sua Escola de Música.

Nicole sempre esteve envolvida com iniciativas em prol dos artistas com deficiência. Uma delas é a página “Disabled Rock”, que criou e alimentou na rede social Facebook, visando a troca de experiências em eventos culturais, sobre a perspectiva da acessibilidade. “Algumas empresas (locais onde acontecem os eventos e produtoras) estão acordando para o fato de que as pessoas com deficiência são um público respeitável para a cultura. E estão procurando saber como trazer acessibilidade à sua produção. Me parece, que está chegando a hora de sermos ouvidos e, sendo assim, quero garantir que tenhamos o que falar. Não se trata só da lei de acessibilidade, ou a lei brasileira de inclusão serem aplicadas na realidade. Trata-se de uma mudança de visão sobre o público com deficiência”, explica.

O Projeto de Recursos de Acessibilidade para as Produções Culturais do Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp (CIDDIC) que Nicole criou e coordena desde 2017, oferece audiodescrição, legenda em português e entrada acessível para os grandes eventos do Centro, como as óperas e festival de corais.

Nicole Somera é bacharel em Música Popular e mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além dos projetos mencionados acima, foi articulista da plataforma MiMooD. Seu livro “O artista com deficiência no Brasil”, que teve origem em sua pesquisa de mestrado, foi lançado em 2019 pela Editora Appris. Atualmente, dedica-se também ao canal Bengala Atômica, no Youtube, que conta com legenda descritiva, audiodescrição e janela de Libras, e fala sobre acessibilidade cultural, das mais diversas perspectivas.

Sobre o projeto:

Desenvolvido conjuntamente pela Funarte e pela UFRJ, por meio da Escola de Música da Universidade, o Um Novo Olhar tem como alvo promover a inclusão e o acesso de crianças, jovens e adultos com algum tipo de deficiência, por meio das artes e da capacitação de professores e de regentes para coro. Com a exibição online de performances de artistas e vídeo podcasts (vodcasts) sobre arte e acessibilidade; e com uma série de publicações, o projeto tem também o objetivo de ampliar a percepção de toda a sociedade sobre as deficiências.

Serviço:

Vodcast O Artista com deficiência no Brasil , com Nicole Somera

Estreia: 29 de outubro de 2020, quinta-feira

Site: www.umnovoolhar.art.br

Realização: Fundação Nacional de Artes – Funarte e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Curadoria: Escola de Música da UFRJ

Atividades, ações e mais informações disponíveis no site do projeto.

Informações sobre editais e outros programas da Funarte
www.funarte.gov.br

Mais informações para a imprensa

Projetos UFRJ – Funarte: imprensa@musica.ufrj.br

Funarte – Assessoria de Comunicação: ascomfunarte@funarte.gov.br