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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

exposição RECANTO - Felipe Góes - SP


Artista paulista Felipe Góes apresenta individual em São Paulo

Centro Histórico e Cultural Mackenzie recebe 10 obras inéditas do artista cuja marca é a pintura de paisagens

No dia 19 de março, sábado, acontece a abertura da exposição Recanto, do pintor paulistano Felipe Góes, no Centro Histórico e Cultural Mackenzie, em São Paulo. O artista apresenta 10 obras inéditas, sobretudo paisagens, criadas nos dois últimos anos. Além da exposição, o artista lança catálogo completo de seu trabalho em formato ebook, com distribuição gratuita ara o público. 

“Quando se pensa na palavra “recanto”, logo aparece uma imagem de um lugar tranquilo, prazeroso e bonito. Muitas vezes, o primeiro entendimento de uma pintura de paisagem é este também, de algo bonito. Mas para quem se detém mais um pouco, começa a observar que nem tudo na minha pintura é bonito e prazeroso. São lembranças bonitas, mas muitas vezes tristes também”, conta o artista.  Felipe se inspirou em Guimarães Rosa, que, segundo ele, traz em Grande sertão veredas, um de seus livros mais conhecidos, uma ambiguidade já no título. “Quando pensamos em grande sertão, imaginamos algo vasto, amplo, mas a palavra veredas quer dizer algo estreito. Eu gosto dessa ambiguidade e desse jogo de forças presente logo no título”, ressalta Felipe. Para ele, tudo tem uma dosagem de coisas boas e ruins, alegres e tristes. 

E, apesar de suas pinturas retratarem realidades rurais e interioranas, elas trazem um questionamento sobre a solidão das grandes cidades também. “Tem uma solidão muito parecida no meio rural e nas grandes cidades. Achamos, por conta da tecnologia, que estamos dialogando com todo mundo, mas sofremos de um vazio muito grande”, critica o artista. 
Uma das características de sua obra é o fato de não terem título. “Faço isso para não influenciar o observador sobre o significado de cada pintura. Assim, cada um busca referências em seu repertório pessoal”, conta. Além disso, as telas são criadas sem elaboração de esboços prévios ou fotografias. O artista cria territórios pictóricos sensíveis com imagens que fazem e se desfazem. A construção se dá no gesto poético do artista, nas linhas, manchas, fronteiras e camadas que se sobrepõem durante o processo criativo. “Sempre começo com uma intenção da imagem, que gera uma pintura de uma imagem de outra natureza, que se parece com um lugar, mas ao mesmo tempo tem algo de errado, de estranho”.

Para o crítico de arte Edu Almeida, “as pinturas de Felipe habitam uma zona de indiscernibilidade muito própria da experiência criativa, onde estão potencializadas infinitas narrativas, aguardando que alguém se ponha diante das telas e permita ao oculto vir à superfície. É possível fazer uma série de conexões a partir daquilo que o artista deixa sugerido; uma crítica à nossa rigidez de pensamento”.

Influências

Para Felipe, uma de suas influências mais fortes é do artista Paulo Pasta. O consagrado pintor foi seu professor durante quatro anos, tendo influenciado seu modo de ver e se relacionar com as cores, com a questão da memória e com a própria arte. Para Felipe, o legado de Paulo Pasta será reconhecido com a mesma importância de Volpi e Iberê Camargo. Além dele, o pintor francês Henri Matisse é um grande mestre das cores e representações pictóricas e grande influência para Felipe. O artista conta que uma visita a Tate Gallery, em Londres, pode ser considerada o momento em que decidiu ser artista, quando se deparou com as pinturas do artista de origem russa Mark Rothko. “Ali eu presenciei um poder que a arte tem e que não sabia e não imaginava que tinha”, conclui o artista.

Felipe Góes

O artista é formado em Arquitetura pelo Mackenzie, em São Paulo. Cursou história da arte com o crítico e professor Rodrigo Naves, em 2007, e, logo depois realizou uma viagem de estudos pela Europa. Ao retornar, decidiu se dedicar inteiramente à arte, iniciando estudos de pintura com o artista Paulo Pasta. Felipe Góes já expôs em diversas cidades do interior de São Paulo e na capital, em Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), Novo Hamburgo (RS), Salvador (BA), Castro (PR), Natal (RN). Participou de coletivas em Nova York e Cuba, e fez uma individual em Phoenix, Estados Unidos.


Abertura da exposição Recanto, de Felipe Góes

Dia 19 de março, sábado, das 11h às 15h

Visitação de 21 de março a 28 de abril

Horário de funcionamento

Segunda a sexta, das 10h às 21h

Sábados das 10h às 16h

Entrada gratuita

Catálogo em formato ebook, com distribuição gratuita por email ou download

Centro Histórico e Cultural Mackenzie

Rua Maria Antônia, 307

CHCM – Prédio I

Higienópolis



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