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(Maria Regina Pinto Pereira)

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quarta-feira, 11 de julho de 2012

"Inhotim paulista"



Fazenda pretende criar "Inhotim paulista"

SILAS MARTÍ
ENVIADO ESPECIAL A BRAGANÇA PAULISTA (SP)
Vacas pastam ao longe numa tarde ensolarada de inverno. No meio do mato, está um outdoor com a imagem de uma mula sem cabeça. Perto dali, uma instalação em que o esqueleto de uma casa parece flutuar sobre o campo.
Na fazenda onde acontece agora a 11ª edição do Festival de Arte Serrinha, vem tomando forma uma espécie de Inhotim paulista. Serão obras de 17 artistas espalhadas por um terreno do mesmo tamanho da Disneylândia da arte no interior mineiro, cerca de cem campos de futebol.
"Essa coisa de arte na natureza é a nossa história", conta Fabio Delduque, um dos donos da Serrinha, num passeio pelas terras. "Tem aproximações com Inhotim, mas não temos o capital inicial deles. Lá é mais um museu, aqui as coisas são criadas, são vivas, é um laboratório de experimentação."
De fato, não se compara o orçamento de R$ 1,1 milhão do parque de obras da Serrinha em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, com os R$ 400 milhões despejados no Instituto Inhotim, centro nos arredores de Belo Horizonte, com um dos maiores acervos de arte contemporânea ao ar livre do mundo.
Mas artistas de peso na cena do país, como Laura Vinci, Carlos Fajardo, Rochelle Costi e José Spaniol, já estão desenhando seus projetos para o parque onde já estão instalações de Luiz Hermano, que fez a casa flutuante, Bené Fonteles, que construiu um redemoinho de tijolos, e Eduardo Srur, que pôs um barquinho de papel gigante no lago da fazenda.
Alguns desses e a maioria dos novos trabalhos devem ser feitos com materiais da terra, como tijolos fabricados nas olarias da região, eucaliptos das matas do entorno e formas em taipa de pilão.
OBRAS QUE NASCEM
"Todo mundo está desenhando coisas e me mandando", diz Delduque. "As obras estão nascendo agora."
Rochelle Costi, que esteve na última Bienal de São Paulo, deve construir duas escadas em espiral em algum ponto da fazenda. Spaniol deve fazer outra escada usando barro moldado ali mesmo.
Frans Krajcberg, artista famoso pela militância ecológica e por ter se isolado em um sítio na Bahia, também deve criar para o parque.
Suas peças de madeira recuperada, raízes e galhos retorcidos, farão eco ao mobiliário talhado em troncos de árvore do designer Hugo França, o mesmo de Inhotim, que também está na Serrinha.
Uma vez instaladas, as obras serão tema de um projeto que pretende levar professores de escolas públicas e outros artistas para cursos na fazenda. "A ideia é desdobrar essas obras em conteúdos", diz Delduque.
Fonte: Folha S.Paulo.com – Ilustrada - 10/07/2012 

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