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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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domingo, 18 de maio de 2014

Abertas Inscrições para mais uma Edição do Arte em Foco na Funarte MG


De maio a setembro, serão abordadas as relações entre Arte, Deficiência e Educação; Arte e Periferia; Dança e Afrodescendência; e Arte e Psicanálise.

Arte em Foco 2014
O Arte em Foco – ciclo de reflexões sobre as artes, realizado pela representação da Funarte em MG -, chega à sua sexta edição e, neste ano, foca sobre importantes temas da atualidade – deficiência, periferia, afrodescendência e psicanálise – relacionando-os à arte e a educação. A edição 2014 vai contar com representativos pesquisadores para conduzirem os cursos, e também com a participação de jovens e reconhecidos artistas, que irão realizar intervenções artísticas relacionadas ao tema de cada mês.
Aberto a todos interessados, o projeto Arte em Foco continua tendo como objetivo: a formação continuada do público em geral, estudantes e professores; a promoção do encontro entre as instâncias de Arte e Educação; e a contribuição para a diversificação da programação da Funarte MG, que se consolida como relevante espaço das artes na cidade de Belo Horizonte.
As inscrições, gratuitas, podem ser feitas a cada mês, pelo email arteemfoco.funarte@gmail.com. As vagas são limitadas e os participantes que obtiverem frequência mínima de 75% serão certificados.
O projeto
O Arte em Foco é um ciclo de reflexões sobre as artes, realizado pela representação da Funarte em Minas Gerais desde 2009. Contando sempre com intervenções artísticas, o projeto abre espaço para o artista convidado, que, além de ilustrar a palestra do professor, fala com o público sobre o seu trabalho, sua trajetória e sua poética.
Atendendo às sugestões de temas feitas pelos participantes do Arte em Foco em edições anteriores, as reflexões dessa 6ª edição serão sobre Arte, Deficiência e Educação; Arte e Periferia; Dança e Afrodescendência; e Arte e Psicanálise.
A 6ª edição do Arte em Foco
Arte Deficiência e Educação
De 26 a 28 de maio, a professora Lucia Helena Reily, da Universidade de Campinas (Unicamp), vai falar sobre: o papel da Arte na Educação de pessoas com deficiência; os desafios atuais no ensino de Artes Visuais em contextos culturais e escolares para públicos diversos; as questões de acesso à produção cultural para públicos especiais; as práticas de ensino em Artes Visuais que consideram as necessidades específicas de pessoas com deficiência; e as comunidades de prática em Arte como espaços de formação de professores para atuar com a diversidade.
Lucia Helena Reily é bacharel em Artes (Programa Independent Learning) pela Indiana University (1974), com Revalidação em Educação Artística: hab. Artes Plásticas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1978). É mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (1990) e doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (1994).
Atualmente é docente da Universidade Estadual de Campinas. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, e Ensino da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: educação especial, estudos da deficiência, arte e deficiência, formação de professores e artes visuais.
Durante esse primeiro ciclo de palestras, os participantes poderão conferir a intervenção artística da bailarina Renata Mara. ‘Ver e Não Ver em Dança” é um trecho do espetáculo ‘Desassossego em Branco’ - espetáculo que resulta de pesquisa sobre o sensível, o invisível, o inquieto. Mostra e fala sobre o corpo/movimento que se reorganiza através de dispositivos somáticos e se coloca no espaço e no tempo, discutindo distintas formas de construir imagens e apreender a dança. O ver ou não ver é abordado na obra como algo que vai além da acuidade ou do campo visual de um indivíduo, abrangendo tudo aquilo que faz do desassossego da existência humana uma experiência singular e ao mesmo tempo plural. O espetáculo, idealizado por Renata Mara, contou com direção coreográfica de Tuca Pinheiro, e é interpretado por Oscar Capucho, Renata Mara e Tuca Pinheiro.
Renata Mara é bailarina, professora e pesquisadora em dança. Tem como destaque de sua produção artística o espetáculo “Desassossego em Branco”, dirigido por Tuca Pinheiro. Durante sua trajetória como docente, atuou em diversos contextos sócio-culturais, como cursos livres de dança, instituições de ensino básico e superior, projetos sociais, além de ter ministrado cursos e oficinas em vários eventos e festivais.  Dentre as instituições em que trabalhou, destacam-se Escola de Belas Artes da UFMG, o Programa Arena da Cultura e a ONG Corpo Cidadão.  É professora certificada do método DanceAbility – “Dança para todos” pela DanceAbility International Fundation.,
Apresenta Retinose Pigmentar, doença degenerativa da retina. Sua pesquisa acerca da relação entre dança e deficiência visual, concedeu-lhe o título de mestre em Artes pela EBA – Escola de Belas Artes da UFMG.  É pós-graduada em Ensino e Pesquisa no Campo da Arte, da Educação e da Cultura, pela Escola Guignard, UEMG. Graduada em Psicologia pela PUC MG.
Atualmente é professora substituta no curso de graduação em Artes Cênicas da UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, ministrando disciplinas de expressão corporal. Recentemente tem praticado Contato Improvisação e se interessado por processos de criação, improvisação e composição coreográfica.
Arte e Periferia
De 28 a 30 de julho, a professora Rose Satiko Gitirana Hikiji, da Universidade de São Paulo (USP), ministra o curso Arte e Periferia – uma abordagem antropológica. O encontro apresenta por meio de aulas expositivas, exibição e discussão de filmes e de sites, alguns exemplos da produção artística contemporânea na periferia de São Paulo. Serão discutidos projetos de exibição e produção audiovisual realizados por coletivos periféricos e em oficinas promovidas por ONGs e/ou Poder Público; iniciativas artísticas independentes de moradores de bairros populares; a relação entre arte e cidade; e questões metodológicas referentes a mapeamentos de iniciativas artísticas em comunidades e ao uso do audiovisual como ferramenta e resultado de pesquisas.
Rose Satiko Gitirana Hikiji é professora do departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo. É autora dos livros Imagem-Violência – Etnografia de um Cinema Provocador (Terceiro Nome, 2013) e A música e o Risco (Edusp/Fapesp, 2006), co-autora de Lá do Leste (Humanitas, 2013), e e co-organizadora de Antropologia e Performance (Terceiro Nome, 2013), Escrituras da Imagem (Edusp, 2004) e Imagem-Conhecimento (Papirus, 2009).  Realizou diversos filmes etnográficos, entre eles A Arte e a Rua (2011), Lá do Leste (2010), Cinema de Quebrada (2008) ePulso, um Vídeo com Alessandra (2006); além dos web-documentários Lá do Leste (ladoleste.org),Bixiga em Artes e Ofícios (www.yayabixiga.com.br). É coordenadora do PAM – Pesquisas em Antropologia Musical, vice-coordenadora do GRAVI – Grupo de Antropologia Visual da USP e membro do Napedra – Núcleo de Antropologia, Performance e Drama. É vice-diretora do Centro de Preservação Cultural da USP (CPC).
Para ilustrar esse segundo ciclo de debates, o rapper, educador e artista plástico Clebin Quirinoapresenta o trabalho batizado por “Caçamba”. Trata-se de uma metáfora sobre as várias possibilidades de se produzir e ser deslocado pela arte, variando entre o palpável e o duvidoso. A proposta da intervenção é criar um espaço onde caiba projeção, quadros, fotografias, desenhos e intervenção musical, utilizando o objeto caçamba como inspiração.
Clebin Quirino possui forte atuação na cultura Hip Hop, tendo participado de grupos como o Rep em Fatos e coletivos como o Hip Hop Chama (coletivo que lutava por políticas públicas para o Hip Hop). Foi militante de radio comunitária, atuando em diversas emissoras entre 1997 e 2006. Fundou a Associação de Radiod’fusão de Comunicação Comunitária (Fusão Real). É licenciado em Educação Artística e bacharel em Artes Plásticas, ambos pela Escola Guignard (UEMG). Fundou o selo-estúdio Produto Novo, a fim de viabilizar o acesso às gravações fonográficas. Além de ser um dos vocalistas da banda Coletivo Dinamite, atualmente é um dos coordenadores do projeto Rede Jovem de Cidadania, da Associação Imagem Comunitária.
Dança e Afrodescendência
De 25 a 27 de agosto, a professora Inaicyra Falcão, da Universidade de Campinas (Unicamp), fala sobre Ritual e Linguagens: a elaboração estética. O curso irá abordar o processo criativo e interpretativo tendo como referência a questão mítica, a ancestralidade africana e experiências contemporâneas. O enfoque principal é a tradição nagô africano-brasileira, cujo ritual nas comunidades- terreiro valoriza o corpo e o movimento na construção de cenários míticos.
As artes corporais surgem como expressões intrínsecas do rito, tanto como relação e manifestação das forças ancestrais, quanto como forma de dar continuidade às histórias e contos míticos de um acervo cultural. Trata-se do trabalho do criador-intérprete que parte do seu envolvimento com uma comunidade específica e pontua matrizes tradicionais, em um processo que transcende a expressão da narrativa corporal do aspecto mítico-litúrgico para o estético-identitário ao significado da obra.
Inaicyra Falcão dos Santos é graduada em Dança pela UFBA, mestre em Artes Teatrais pela Universidade de Ibadan na Nigéria, com bolsa do Conselho Nacional de Pesquisa-CNPq, doutora em Educação pela USP e livre-docente em Práticas Interpretativas Departamento de Artes Corporais da Unicamp.
Freqüentou cursos em escolas europeias e americanas, ressaltando o Studio Alvin Ailey em Nova Iorque, a Schola Cantorum em Paris com bolsa do Governo Francês. Foi pesquisadora visitante na Universidade de Ifé- Nigéria e no Laban Center for Movement and Dance- Inglaterra, com bolsa do Conselho Britânico. Foi intérprete em companhias de dança e teatro: Grupo de Dança Contemporânea da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ballet Brasil Tropical (com várias turnês pela Europa e Oriente Médio), Theatre D’Ennah Paris-França, e Companhia Intercultural Peter Badejo em Londres (com turnê pela Inglaterra). Atriz e coreógrafa nos eventos da Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil (SECNEB). Gravou o cd Okan Awá, no qual recria poemas e cânticos das tradições Yorubá e Afro-Brasileira, e publicou o livro Corpo e Ancestralidade: uma proposta pluricultural de Dança-Arte-Educação (Ed. UFBA e Ed. Terceira Margem/SP). Foi chefe do departamento de Artes Corporais e coordenadora do Programa de Artes do curso de pós-graduação do Instituto de Artes-Unicamp. Atualmente é professora colaboradora da Unicamp.
Encerrando este bloco, a bailarina Kanzelumuka apresenta a performance Minha Cabeça me Salva ou me Perde”. Em diversos mitos da cosmogonia iorubana e banto, Iemanjá e Kayaia são as “donas das cabeças”. A intervenção parte desta imagem e da busca por uma linguagem que se instaura pela ideia do corpo como encruzilhada, lugar de encontros, atravessamentos, desvios e transformações, para criar uma performance em que elementos mitológicos confluem com memórias e experiências.  A Nave Gris Cia. Cênica é a propositora da ação cênica.
Kanzelumuka é bailarina (criadora-interprete), pesquisadora e professora de dança, bacharelada pela Unicamp. Pesquisa representações performáticas de origem banto. Em MG, fez parte do elenco da Sera Q Cia de Dança, pela qual atuou nos espetáculos Es quiz e Q’eu Isse Ta .Trabalhou também com Gil Amâncio (Oficina Entre Alfazemas) e Ricardo Aleixo (performance Metaformose).
De volta a São Paulo, esteve no elenco do espetáculo Escafandros do Núcleo Experimental de Dança do Teatro de Tábuas e na Cia Teatro Dança Evaldo Bertarzzo, com Corpo Vivo – Carrossel das Espécies. Além de integrar a Nave Gris Cia. Cênica, faz parte do Grupo de Estudo Terreiro de Investigações Cênicas: Teatro, Brincadeiras, Rituais e Vadiagens (UNESP) e é educadora de dança na Fábrica de Cultura do Jd. São Luiz (São Paulo/SP).
Arte e Psicanálise
De 22 a 24 de setembro, o último ciclo do Arte em Foco 2014 é dedicado a um encontro, guiado pelo professor da USP e psicanalista, João Augusto Frayze-Pereira, que vai tratar sobre os seguintes temas:
Freud e a Arte: tragédia, pintura, escultura;
Aproximações da psicanálise em relação à arte: psicanálise aplicada e psicanálise implicada;
Imagens do Inconsciente;
Arte bruta e marginalidade artística;
Transgressões do corpo na arte contemporânea;
Arte e Sonho: cinema, fotografia e pintura;
Perspectiva estética e clínica psicanalítica: o paciente como obra de arte.
Além de psicanalista, João Augusto Frayze-Pereira é graduado, mestre, doutor e livre-docente em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo com pós-doutorado em Estética na École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. Docente do Instituto de Psicologia da USP e do Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte da USP.  Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) e da Association Internationale des Critiques d’Art (AICA). Membro efetivo-docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo na qual coordena o Grupo de Estudos “Estética-Arte-Psicanálise”. Além de Arte, Dor – Inquietudes entre Estética e Psicanálise (Ateliê, 2010, 2ª edição), publicou outros livros, coletâneas e diversos artigos em jornais, revistas científicas e catálogos de exposições.
Encerrando o último ciclo, o artista plástico Francisco Severino apresenta a mostra Mata de Minas. A exposição vai reunir trabalhos em óleo/tela retratando montanhas do interior de Minas Gerais, Arte Naïf. Nas diversas variações cromáticas, os ambientes ganham a tela pela consistência das pinceladas e pela preocupação de ser realista, mas sem a necessidade de se ater ao real em todos os aspectos.
Há em cada imagem pintada uma seleção de elementos que contribui para a riqueza de cada composição. A natureza domina o espaço num exercício de liberdade de expressão plástica em que formas e cores são colocadas a serviço de um projeto visual harmônico, conquistando o observador não só pela proporção majoritária na tela, mas, principalmente, pelo prazer de compor, com uma paleta bastante pessoal, uma atmosfera de lirismo e sonho que ainda tem no interior do Brasil.
Fancisco Severino nasceu em Descoberto, Minas Gerais, em 1952. Antes de se dedicar à pintura foi metalúrgico, profissão que abandonou em 1975, quando participou de sua primeira mostra coletiva, na Galeria Alpendre, São Paulo. Três anos depois, fez sua primeira exposição individual na Galeria de Arte da Aliança Francesa, também na capital paulista, seguindo-se de outras, no Rio de Janeiro (RJ), Descoberto (MG), Santos (SP), São João Nepomuceno (MG), Cataguases (MG), Leopoldina (MG), Manhuaçú (MG), Viçosa (MG), Guarani (MG), Nova Friburgo (RJ). Em São Paulo, tem exposto com frequência na Galeria Jacques Ardies. Entre mostras coletivas que realizou no exterior, destacam-se – Brazilian Original Art / Manchester, Ingalaterra;Galerie Naïfs du Monde Entier / Paris, França; Brésil Naïfs / Rabat, Marrocos; Coletiva de Brasileiros, em 16 Estados norte-americanos, Concours International d’Art naif / Quebec, Canadá;Donninglund Kunstcenter / Dinamarca. O editor e pesquisador Max Forny o incluiu em três obras:Le Revê et lês Naïfs, Le Paradis et lês Naïfs e L’arbre et lês Naïfs.
Programação
26 a 28/05
Arte, Deficiência e Educação
Profª. Lucia Helena Reily (Unicamp)
Intervenção artística: Ver e Não Ver em Dança: Trecho do espetáculo ‘Desassossego em Branco’
Renata Mara
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28 a 30/07
Arte e Periferia
Profª. Rose Satiko Gitirana Hikiji (USP)
Intervenção Artística: Caçamba
Clebin Quirino
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25 a 27/08
Dança e Afrodescendência
Profª. Inaicyra Falcão (Unicamp)
Intervenção Artística: Minha Cabeça me Salva ou me Perde
Kanzelumuka
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22 a 24/09
Arte e Psicanálise
Prof. João Augusto Frayze-Pereira (USP)
Intervenção Artística: Montanhas de Minas
Francisco Severino
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Serviço
Horário: 19h às 22h
Funarte MG
Rua Januária, 68. Centro. BH/MG
Informações: (31) 3213.7112
Inscrições Gratuitas
Nome completo, breve currículo, telefone para contato
arteemfoco.funarte@gmail.com
Vagas Limitadas

Fonte: Funarte

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