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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Números da arte contemporânea - Projeto Latitude.

Números da arte contemporânea
Lançada na última semana em São Paulo, a 3ª edição da Pesquisa Setorial Latitude demonstra que não há motivo para pessimismo no mundo da arte contemporânea brasileira. Se analisados os dados das galerias no decorrer de 2013, o resultado indica crescimento não só no faturamento como no número de negócios realizados pelas galerias.
Com amostragem de 45 galerias espalhadas pelo país, todas afiliadas da Associação Brasileira de Arte Contemporânea (Abact), a pesquisa apresenta números e informações sobre o mercado de artes visuais no Brasil e seus reflexos pelo mundo afora.
Uma das características relevantes apresentadas pela pesquisa se dá em relação ao tempo de atuação das galerias, que demonstram um mercado com empresas e artistas jovens. Para se ter ideia, cerca de 33% das galerias ouvidas foram criadas na primeira década dos anos 2000. Outras 33% surgiram depois de 2010. Com relação aos artistas, cerca de 15% dos mil artistas representados pelas galerias ouvidas foram introduzidos no mercado pela primeira vez em 2013.
Outra tendência que pode ser confirmada pelos dados é a crescente internacionalização do mercado. Em 2013, 71% das galerias afirmaram ter vendido para o mercado internacional, enquanto em 2012 esse número era de 60%. Outro índice que cresceu foi a quantidade de países que compram arte brasileira, chegando em 2013 a quase 30 países. No entanto, a proporção de vendas entre o mercado nacional e o internacional manteve-se a mesma entre os anos de 2012 e 2013, registrando, respectivamente, 85% e 15%.
A maioria das galerias se concentram na região Sudeste, principalmente no eixo Rio-São Paulo. A presença das feiras de arte e o maior número de instituições de ensino, curadores, instituições de pesquisa e fomento, entre outras atribuições, explicam a acumulação nessas cidades. No Rio de Janeiro, ações recentes, como a criação de novas instituições – como o Museu de Arte do Rio de Janeiro – e a abertura da feira ArtRio em 2011, vêm aquecendo o mercado. Juntas, São Paulo e Rio de Janeiro reúnem quase 90% do universo das galerias pesquisadas.
O faturamento das galerias registrou aumento de 2012 para cá. Em 2013, 31% delas registraram um faturamento de até R$ 3,6 milhões, enquanto 64% apontaram um orçamento abaixo desse valor. As 45 galerias pesquisadas relataram vendas de pelo menos 6,5 mil objetos em 2013. Entre os mais vendidos estão pintura, fotografia e escultura. Segundo a coordenadora da pesquisa, Ana Cristina Fialho, os dados ainda podem ser maiores: “Há galerias que podem ter se esquecido de colocar uma ou outra transação que realizaram. Esse número de negócios ainda deve ter sido um pouco maior do que o que conseguimos apurar”.
Entre os salários de funcionários, a maioria dos estabelecimentos (66,6%) mantém pagamentos que variam entre dois a cinco salários mínimos. Já 28,8% conseguem uma média salarial mais alta a seus funcionários, variando de cinco a 10 salários.
No ano passado, as galerias mapeadas contabilizaram um total de 202 participações em feiras nacionais e internacionais, resultando do total uma média de 4,5 feiras por galeria. Entre as pesquisadas, houve as que não participaram de nenhum evento e as que chegaram a 14 feiras. “No início dos negócios, as galerias procuram participar de um número maior de feiras, para ampliar contatos e os negócios. Depois, elas vão se tornando mais seletivas graças aos custos em ao levar uma galeria para esses evento”, afirmou Ana Cristina durante a apresentação dos dados, no prédio da Bienal de São Paulo.
Já na questão das dificuldades apontadas pelas empresas, verifica-se um cenário muito próximo de outros setores econômicos. A alta carga tributária é uma das mais recorrentes reclamações, seguidas da burocracia; dificuldade de acesso a colecionadores institucionais; dificuldades na área de gestão e planejamento; dificuldade de acesso a colecionadores privados; falta de mão de obra qualificada; e instabilidade econômica.
No entanto, isso tudo não tem travado o crescimento nos negócios. Em 2013, pelo menos 90% das galerias anunciaram ter aumentado o seu volume de transações, contra 81% no ano anterior. No decorrer do ano, a média de crescimento entre todas as galerias pesquisadas ficou em torno dos 27,5%.
Com uma variação de preços que partiu de R$ 200 e chegou ao patamar de R$ 10 milhões, a média de valor das obras de arte registradas girou em torno dos R$ 24,5 mil. Cerca de 40% dos negócios foram feitos em feiras especializadas no Brasil e exterior.
A pesquisa completa pode ser acessada no site do Projeto Latitude.

Fonte: Cultura e Mercado

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