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(Maria Regina Pinto Pereira)

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

UNICAMP - Residência Artística - Projeto Maré - Ernesto Bonato




Projeto de Ernesto Bonato, o novo artista residente, vai resultar em gravura de 4m

Fotos: 
Edição das imagens: 
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[4/8/2011] “Maré”, uma gravura de quatro metros de comprimento em compensado de cedro naval, em três cores e produzida juntamente com alunos do Instituto de Artes (IA), vai ser o resultado final do projeto elaborado pelo artista gráfico Ernesto Bonato para o Programa de Residência Artística da Unicamp. A ideia é montar um ateliê no IA para proporcionar aos graduandos e pós-graduandos, durante o segundo semestre, um contato com todas as etapas de desenvolvimento de um projeto artístico, desde a concepção até a exposição da obra acabada.

Ao assinar o contrato na quarta-feira, Ernesto Bonato explicou ao reitor Fernando Costa que a xilogravura será produzida a partir de uma imagem fotográfica do mar. “A proposta é desenvolver um sistema de gravação – de tramas – que possa ser executada em grupo. Uma coisa é o artista, com a experiência que acumulou, sair interpretando, decidindo e gravando a obra; outra coisa é trabalhar com mais pessoas em algo definido de antemão, o que pressupõe um sistema de gravação. A proposta é gravar a matriz com um grupo de quatro alunos”.

Segundo Bonato, o desenvolvimento deste sistema de tramas não é nenhuma novidade e vem do final da Idade Média e início da Renascença. “Na verdade, a gravura já nasceu num sistema pré-industrial, em que uma pessoa fazia o desenho, outra copiava para a madeira, uma terceira gravava a madeira e a quarta cuidava da encadernação (caso fosse um livro). Essa abordagem foi sendo perdida com o modernismo e a gravura passou a ser mais autoral, em que um único artista domina todas as etapas. Vemos agora uma tendência de retomada daquele processo coletivo, que é muito importante e que torna a gravura viva até hoje”.

Paralelamente à realização da gravura de grandes dimensões, o projeto do artista prevê encontros semanais com grupos de até 24 inscritos, quando pretende apreciar portfólios dos alunos. Também haverá encontros mensais, abertos para toda a comunidade, com palestras sobre temas gerais. “Esses encontros regulares são importantes para que haja uma troca. Para o dia a dia, pretendo transformar o espaço que me foi cedido em verdadeiro ateliê, aberto a quem estiver de passagem. É importante não transformar o programa de residência numa aula convencional, onde o professor vê o aluno trabalhar, mas o aluno não vê o professor trabalhar em sua obra”.

Depois de assegurar todo o apoio da administração ao projeto, o reitor Fernando Costa observou que o Programa de Residência Artística está trazendo muitos frutos tanto para os alunos e as unidades, como para os próprios artistas convidados. “É uma boa experiência que tem se mantido regular nos últimos cinco ou seis anos. Bonato é um exemplo deste sucesso e tenho certeza de que vai gostar da Unicamp, que é bastante dinâmica e procura fazer o que se faz nas melhores universidades do mundo”.

O nome do artista gráfico foi indicação da professora Anna Paula Gouveia, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Artes e diretora associada do IA, por conta de já terem tido uma experiência em comum em outra instituição de ensino. “O professor Bonato tem um domínio muito grande das artes gráficas e também do trabalho em ateliê com os alunos. Diante da informatização e da digitalização, no mundo mecanizado em que vivemos hoje, a proposta do projeto é ir atrás da fotografia e humanizar essas imagens, e também de sair do ateliê, levando a arte para a comunidade”.

Nesse sentido, a professora afirma que Ernesto Bonato vai dar palestras e trabalhar também com alunos da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. E o professor Eduardo Guimarães, coordenador do Programa de Residência Artística, adianta que a comissão pretende que o projeto do próximo artista convidado conte com a chancela de mais de uma unidade. “Esta seria uma condição desejável para fazer com que os resultados da presença do artista extrapolem o seu lugar específico de atuação, obrigando uma convivência menos localizada”.





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