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Atelier Suenaga Jardineiro
Cunha SP
Cerâmica de Alta Temperatura em Cunha
Em 1975 um grupo de jovens artistas monta em Cunha ateliê de cerâmica de alta temperatura com a construção do primeiro forno Noborigama, constituindo a 1ª Fase da cerâmica de alta temperatura de Cunha: os ceramistas trabalhando e queimando juntos e vendendo a cerâmica fora da cidade.
Em 1980 tem início a 2ª Fase com cada ceramista montando seu próprio forno e ateliê. A cerâmica produzida na cidade é vendida no eixo Rio-São Paulo e enviada para algumas capitais.
Em 1985 Kimiko Suenaga e Gilberto Jardineiro chegam do Japão e montam ateliê com forno Noborigama de 4 câmaras. Em 1988 realizam sua primeira Abertura de Fornada, iniciando a 3ª fase da cerâmica em Cunha: ateliês abertos para visitação e venda das cerâmicas diretamente ao público.
Em 1995 com o aumento do fluxo de visitantes promovendo o desenvolvimento da cidade como estância climática, a 3ª. Fase da cerâmica na cidade se consolida: Aberturas de Fornada e a vinda de outros ceramistas com outros tipos de fornos.
Atualmente em sua 4ª. Fase, com associação dos ceramistas e instituto cultural da cerâmica e quase 20 ateliês produzindo alta e baixa temperatura em fornos elétricos, a gás e a lenha, a maioria atendendo o público no próprio ateliê e vários realizando aberturas de fornada, a cerâmica de Cunha atravessou fronteiras e é reconhecida como importante polo de cerâmica artística no país.
Kimiko Suenaga
Nascida no Japão, manteve atelier de cerâmica com forno a gás em Tóquio até 1984, quando se mudou para o Brasil. Montou atelier em Cunha e influenciada pela exuberância da natureza e diversidade cultural, passou a desenvolver pinturas e esculturas. Prêmio Salão Nacional de Cerâmica de Curitiba. Exposição Individual Galeria SESC Paulista. Exposição Individual Galeria Yamanashi, Japão. Exposição Comemorativa do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil na Assembleia Legislativa de São Paulo, 2008
Gilberto Jardineiro
Ceramista, astrônomo amador e astrofotógrafo, nascido em São Paulo, foi músico, redator e assistente de direção de cinema. Viveu três anos na Suécia e iniciou-se em cerâmica no Japão, onde permaneceu por cinco anos. Em 1985 construiu forno Noborigama de 4 câmaras e ateliê em Cunha e a partir de 1988 passou a realizar as Aberturas de Fornada, apresentando a cerâmica de alta temperatura e exposição das cerâmicas ao pé do forno, atraindo público culturalmente interessado. Foi Secretário Municipal de Turismo e Cultura em 2001/2004, participando do desenvolvimento da Estância Climática de Cunha.
Cerâmica de Alta Temperatura
Esmaltes formulados e preparados com cinza de casca de arroz, cinza de eucalipto e minerais decantados. Queima a cada 2 meses em Forno Noborigama de estrutura refratária composta de fornalha na parte mais baixa, 4 câmaras interligadas dispostas em aclive e chaminé na parte superior, obtendo temperaturas acima de 1.400ºC, sinterizando a argila com superfície vitrificada de grande resistência e rara beleza visual
Forno Noborigama
Originado na China e aperfeiçoado no Japão, o forno Noborigama foi introduzido em Cunha em 1975 e hoje é o maior centro de cerâmica de alta temperatura do Brasil com 5 fornos Noborigama em atividade.
Enfornamento
O posicionamento das peças dentro das câmaras de acordo com a circulação das chamas explora a reação da soda das cinzas com a sílica da argila e o efeito de redução e oxidação causado pelo controle das brasas e disponibilidade de oxigênio para a combustão da lenha, interferindo na definição das tonalidades das cores e provocando resultados surpreendentes a cada queima.
Queima
Lenha resinosa de eucalipto reflorestado utilizada para liberar calor sem acumular brasas, em queima que pode durar 28 horas seguidas, com fogo de lenha grossa no esquente inicial, lenha média para levantar a temperatura na fornalha e lenha fina nas câmaras para atingir o ponto de fusão dos esmaltes. Depois de 3 dias de esfriamento lento, as cerâmicas são retiradas do forno durante as Aberturas de Fornada e são expostas permanentemente ao pé do forno.
Abertura de Fornada
Uma fornada de cerâmica é o conjunto de trabalho modelado em argila durante várias semanas que é pré-queimado, pintado, esmaltado e finalmente vitrificado. Introduzindo leigos e aficionados na ancestral arte da cerâmica, a Abertura de Fornada é momento ilustrativo da maestria e caráter excepcionais das cerâmicas queimadas à lenha no forno Noborigama e a retirada das cerâmicas depois de esfriamento lento é uma experiência inesquecível, sempre coroada de surpresas, júbilo e encantamento compartilhado. A participação é aberta ao público, a entrada é franca e as cerâmicas são expostas permanentemente ao pé do forno.
Cerâmicas
Argilas extraídas na região e envelhecidas com textura e plasticidade adequadas para a modelagem de esculturas, painéis, mosaicos, objetos cerâmicos, recipientes para arranjo floral, vasos e potes com pintura floral azul cobalto e ferro, travessas refratárias e cerâmicas de mesa que valorizam a culinária e gastronomia e que podem ser utilizadas no forno e microondas com segurança e sem restrição de tempo.
Esculturas
Carregando na bagagem a forte influência técnica, estética e ética da cerâmica japonesa, Kimiko Suenaga encontra na exuberância da natureza tropical e na rica diversidade cultural e ambiental do Brasil, campo profícuo e inspirador para incorporar na argila modelada a sensação de liberdade e espontaneidade, e ao mesmo tempo, comedimento e simplicidade
Cerâmica em Cunha
Considerado o maior núcleo de cerâmica artística do país, o leigo e o aficionado descobrem em Cunha um roteiro surpreendente e inesquecível para o apreciador que se encanta com a arte da cerâmica e a excepcional qualidade e variedade dos ateliês. Influências da tradição oriental (introduzida em 1975 com o forno Noborigama), mescladas com a tradição indígena-ibérica das paneleiras e condimentadas mais recentemente com a presença da cerâmica de estúdio, compõem a formação da identidade contemporânea dos ceramistas e da cerâmica como arte de expressão. Nos ateliês abertos à visitação podem ser encontradas cerâmicas queimadas da baixa à alta temperatura para endurecer a argila e torná-la cerâmica. Altas temperaturas são atingidas com os fornos Noborigama de várias câmaras em várias horas de queima à lenha para vitrificar a argila a 1400ºC com pedras moídas, minerais decantados, cinza de casca de arroz e cinza de lenha de eucalipto, originando cerâmicas surpreendentes. Esculturas, painéis, mosaicos, objetos, cerâmicas para a mesa, para o olhar e para fazer parte do dia-a-dia; cada ateliê cultiva sua própria identidade e característica e possui o seu próprio espaço onde o ceramista pode ser artista, artesão, escultor, artista plástico, arquiteto, pintor, o que for. Para conhecer todos os ateliês de Cunha, visite
Estância Climática de Cunha SP
Ilha em mar de morros, joia encravada nas dobras da Serra do Mar, a Estância Climática de Cunha é cenário de rara beleza em paraíso natural e com roteiro de arte e história oferece pérolas ao turista não predatório, que aprecia a natureza, o ar puro das montanhas, o ritmo lento da vida no campo e o sossego e a tradição de um povo simples e hospitaleiro.
Ao visitante mais atento, que valoriza o que é feito com carinho e dedicação, a cidade revela pequenos segredos nas visitas aos ateliês de cerâmica, na artesania em doces caseiros, biscoitos, chocolates laticínios, defumados e guloseimas nos cafés e docerias e um roteiro gastronômico que inclui comida caseira de tradição caipira e especialidades criadas no sabor e no charme com trutas, carnes, massas artesanais, shiitake e outras delícias em vários restaurantes qualificados para um bom passeio pela arte da culinária.
Mantendo a tradição de hospitalidade característica do modo de vida no campo, Cunha oferece hospedagem diversificada, em boa parte derivada do sítio que se converteu ao atendimento do visitante, e conta em sua estrutura com alguns bons hotéis-fazenda de amplos espaços, várias pousadas com aconchego e lazer e, na área urbana, hospedagem conveniente e econômica.
Para desfrutar de magnífico panorama do litoral, um bom programa é subir até a Pedra da Macela de 1840 m, a 31 km da cidade. Entre as várias cachoeiras, merecem destaque a do Pimenta e a do Desterro. Para passeios e caminhadas pela Mata Atlântica, o Núcleo Cunha do Parque Estadual Serra do Mar oferece apresentação ambiental e as trilhas do Rio Paraibuna e Rio Bonito. Trânsito para Paraty instável e apenas para veículos leves com tração.
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