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(Maria Regina Pinto Pereira)

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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Associação de artistas plásticos busca apoio para projetos de reafirmação da identidade afro-brasileira - Salvador - BA

“Somos negros todos os dias”, afirma presidente da Onipé Eró sobre dia da Consciência Negra

16.11.2013 | Atualizado em 16.11.2013 - 13:39


Carla Trabazo
Buscando definir o conceito do que seria a manifestação da arte afro brasileira, onze artistas plásticos se reuniram em 2010 para formar a Associação Afrobrasileira de Artistas Plásticos, também chamada de Onipé Eró, uma expressão em iorubá para “defensor da arte”.

Jone Santos, presidente da Associação desde 2010. 
“Com a associação, buscamos defender o artista afro brasileiro. Resgatamos a expressão dessa arte e a divulgamos na cidade. No entanto, o apoio é extremamente precário, quase inexistente e temos que cuidar uns dos outros”, explica o presidente da associação Jone Santos, que além de artista plástico, atua na área de design e estamparia.
De acordo com Jone, a Onipé Eró promove seminários, debates, exposições e, ainda, realiza projetos de arte educação nas escolas, buscando trazer a cultura afro brasileira para a população. O projeto Indústria de Carnaval, por exemplo, ensina em oficinas de estamparia e design os jovens a serem autossustentáveis e produzirem o que necessitam nos blocos afros sem apoio.
“É imprescindível que um país apoie a arte, mas isso não acontece aqui. Temos mais de 50 entidades entre blocos e afoxés que deveriam ter incentivo, mas o Estado ignora essa importância. Eles são a representação da arte afro brasileira em Salvador. Mas ninguém sabe disso porque as entidades não são divulgadas”, conta, indignado, Jone.
O artista plástico comenta, ainda, que o dia da Consciência Negra “deveria ser todos os dias, um trabalho contínuo, de mais valorização. Somos negros todos os dias”. Em consideração à data, Jone e outro artista plástico da associação, Lucas Batatinha, levaram sua exposição “Áfricas” à Casa do Benin, no Pelourinho. Os quadros pintados são um registro das artes plásticas e visuais dentro da indústria do carnaval, inspiradas em designs de estamparia e com destaque para a cultura do Benin.
A exposição, assim como a Onipé Eró, busca reafirmar a identidade afro brasileira, utilizando-se de muitas cores e arte geométrica, com presença forte de elementos de Orixás. “Sou inspirado pela religiosidade dos Orixás. Eu acho lindo, é meu encantamento, é o que me emociona”, revela Jone.

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