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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

http://maregina-arte.blogspot.com/

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Arquitetura do Gueto: Dioramas das Periferias Paulistanas - Exposição na Galeria Alma da Rua II apresenta a obra de Roger Tai

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Galeria Alma da Rua II encerra sua programação de 2024 com a mostra Arquitetura do Gueto, do artista plástico e grafiteiro Roger Tai, sob curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap. A exposição apresenta uma série de dioramas que reproduzem, em miniatura, a arquitetura das periferias da Zona Leste de São Paulo, refletindo sobre a relação entre urbanização e desigualdade social.

Roger Tai utiliza materiais recicláveis, como gavetas descartadas, papelão, madeira e fios, ressignificando objetos do cotidiano para construir maquetes detalhadas de sobrados, cortiços e aglomerados subnormais. A escolha dos materiais e a técnica artesanal, sem o uso de máquinas, reforçam a conexão entre a obra e a realidade de milhares de famílias que habitam as periferias urbanas.

A mostra propõe uma reflexão crítica sobre o impacto da má distribuição de renda na organização das cidades e busca destacar as vivências de comunidades frequentemente invisibilizadas. Por meio de suas criações, Roger Tai transforma os dioramas em instrumentos para fomentar um debate necessário sobre habitação, exclusão social e sustentabilidade.

Nascido e criado na Zona Leste de São Paulo, Roger Tai iniciou sua trajetória artística no grafite, inspirando-se nas paisagens e narrativas de seu entorno. Sua produção, que transita entre o universo das artes plásticas e urbanas, é marcada pelo resgate de memórias e pela valorização de histórias periféricas.

Galeria Alma da Rua II reafirma seu compromisso com a diversidade de expressões artísticas e culturais, promovendo projetos que dialogam com questões contemporâneas. Arquitetura do Gueto uma oportunidade de reflexão sobre os desafios urbanos das grandes metrópoles.

 

 

Exposição: “Arquitetura do Gueto”

Artista: Roger Tai 

Curadoria: Tito Bertolucci e Lara Pap

Abertura: 21 de dezembro – sábado – das 14 às 20hs

Período: de 22 de dezembro de 2024 a 17 de janeiro de 2025.

Local: Galeria Alma da Rua II 

Endereço: Rua Medeiros de Albuquerque, 188 – Beco do Batman, Vila Madalena, São Paulo 

Tel.: (11) 96196-4727

Horário: Segunda a domingo, das 10 às 18h

 

Site: www.galeriaalmadarua.com.br

Email: contato@galeriaalmadarua.com.br

Instagram: https://www.instagram.com/galeriaalmadarua/

Facebookhttps://www.facebook.com/galeriaalmadarua

Sesc PR seleciona obras de artes visuais para mostras coletivas em Ponta Grossa



Sesc PR seleciona obras de artes visuais para mostras coletivas em Ponta Grossa

As inscrições podem ser feitas até 11 de fevereiro de 2025

Toda a extensão da antiga plataforma da Estação Saudade, em Ponta Grossa, hoje parte de uma unidade cultural do Sesc PR, é local de exposições de artes visuais. Para ocupar estes espaços, a instituição abre edital para selecionar obras de artes visuais para mostras coletivas e artistas de todo o Brasil têm até o dia 11 de fevereiro de 2025 para inscrever seus trabalhos no formato bidimensional; de pintura; desenho; gravura; ilustração; fotografia ou colagem. 

Cada candidato, maior de 18 anos, pode inscrever e ser selecionado com até três obras. De todos os trabalhos recebidos, o Sesc PR classificará até 28 criações, baseados  em criação, relevância artística e no currículo do artista ou do coletivo.

O edital detalha as condições para participação; procedimentos de inscrição e de seleção; comissão de seleção, condições de contratação, direitos autorais, remuneração, entre outros itens.

A divulgação do edital de resultado está prevista para ocorrer a partir do dia 27 de março, no site do Sesc PR, e o período expositivo terá início em julho do próximo ano.

O edital completo está disponível AQUI e mais informações podem ser obtidas pelo e-mail relacionamento.estacaosaudade@sescpr.com.br

https://www.sescpr.com.br/edital/artesesc-edital-de-selecao-de-obras-de-artes-visuais-para-mostras-coletivas-no-sesc-estacao-saudade-2025/ 

 

Estação Saudade

Inaugurado em 1899, o prédio da antiga Estação Saudade foi restaurado pelo Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e, desde 2019, abriga uma unidade cultural do Sesc PR. À população é ofertada uma programação cultural variada, com cursos e oficinas voltados à criação e experimentação artística, de diferentes técnicas como pintura, desenho, gravura e fotografia, para diversos públicos, desde o infantil até a terceira idade, com o objetivo de desenvolver artistas, produtores e público em geral. A Biblioteca tem um acervo de mais de 800 livros de literatura infantil, brasileira, estrangeira e obras de resgate ao patrimônio cultural. A unidade abriga o Mini Museu Ferroviário Francisco Búrzio, com peças do acervo da Casa da Memória de Ponta Grossa e com doações da comunidade. No local são ofertados cursos de qualificação profissional na área de gastronomia e hospitalidade e o Café-Escola Estação Saudade, do Senac PR.

 

SERVIÇO

Edital de Seleção de Obras de Artes Visuais para Mostras Coletivas

Inscrições: até 11 de fevereiro de 2025

Divulgação dos resultados: a partir de 27 de março de 2025

Edital: https://www.sescpr.com.br/edital/artesesc-edital-de-selecao-de-obras-de-artes-visuais-para-mostras-coletivas-no-sesc-estacao-saudade-2025/ 

Informações: relacionamento.estacaosaudade@sescpr.com.br

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

VIVA AMERÍNDIA – o futuro é ancestral - Museu das Culturas Indígenas - SP

 

Evento celebra as culturas indígenas brasileiras no MCI. Imagem: divulgação Viva Ameríndia

São Paulo, dezembro de 2024 - Em 07 e 08 de dezembro, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) receberá o VIVA AMERÍNDIA – o futuro é ancestral, uma programação gratuita recheada de música, artes, manifestações culturais e encontros sobre sustentabilidade e ativismo. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

O Viva Ameríndia contará com uma feira de artes manuais nos dois dias de evento. Artesãs e artesãos de diversos povos originários brasileiros comercializarão artigos de moda e decoração que carregam técnicas, conhecimentos ancestrais, histórias e simbologias que promovem suas identidades e tradições culturais. Serão mais de 20 expositores que trarão muitas novidades durante todo o fim de semana.

Na parte externa do MCI, povos indígenas de diversas etnias realizarão pinturas corporais nos visitantes, que poderão conhecer simbologias, histórias e valores estéticos por trás dos grafismos, uma prática presente nas culturas tradicionais que representa vivências, pensamentos e ideias. 

A programação contará com a presença de grupos e lideranças representativas de mais de povos originários de diversas regiões do Brasil: Yawanawá, Huni Kuin, Waninawa, Ashaninka, do Acre; Yawalapiti, Wauja, Kalapalo, Kisedje, Kuikuro, Mehinako, do Mato Grosso; Pataxó, da Bahia; Pankararu, de Pernambuco; e Guarani Mbya de São Paulo.

Apresentações culturais agitam o sábado (07/12)

No pátio do MCI, as manifestações multiétnicas mostrarão a relação entre ancestralidade e contemporaneidade em expressões artísticas tradicionais, cantos, danças e rezas. Às 10h30, as apresentações ficarão por conta dos grupos Awavãna (Yawanawá), Umatalhi (Alto Xingu), Guarani Mbya (Tenondé/Kalipety), Grupo Pataxó (Bahia) e e Pei Kawa (Huni Kuin)

No período da tarde, às 13h, Ana Terra Yawalapiti e Jerá Guarani Mbya conversarão sobre mudança climática, a partir de suas cosmologias em diálogo com os novos tempos. Na sequência, o público poderá conferir os shows da Comitiva Pei Kawa, às 14h30, e a apresentação do grupo Owerá - Rap Guarani, às 16h.

Bate-papo e shows embalam o domingo (08/12)

O segundo dia de Viva Ameríndia inicia-se com os shows dos grupos Wani Saí Kaneya (Waninawa), às 10h30 e da Associação Pankararu Real Parque, às 11h30. A partir das 13h, o público poderá conferir um bate-papo com Watatakalu Yawalapiti, Eryia Yawanawá e Araju Ara Poty sobre autonomia e empoderamento feminino, bem como a importância do protagonismo das mulheres indígenas na luta contra violência de gênero.

As apresentações do Coral Guarani Mbya, da Aldeia Ytu, na Terra Indígena do Jaraguá; e da Comitiva Awavãna, do povo Yawanawá, às 14h30 e às 16h, respectivamente, encerram a programação do festival intercultural.

Sobre o VIVA AMERÍNDIA

VIVA AMERÍNDIA é um encontro intercultural que vem para fortalecer o protagonismo indígena no diálogo com os povos não-indígenas por meio da música, artes, culturas, ativismo e sustentabilidade, com entrada gratuita. É realizado em parceria com a Arte Ameríndia, de Alice Haibara e 13:20:HUB, de Melissa Volk.

 

SERVIÇO

VIVA AMERÍNDIA – o futuro é ancestral

Datas e horários: 07 e 08 de dezembro, das 10h às 17h

 

Sobre o MCI    

Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.   

 

Museu das Culturas Indígenas  

Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP      

Telefone: (11) 3873-1541     

E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br          

Site: www.museudasculturasindigenas.org.br           

Redes sociais   

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mostra Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan- Africanista - SESC Franca - SP

 

Abdias Nascimento, Quarteto Ritual n. 5. Acrílico sobre tela, 152 x 102 cm. Búfalo, EUA, 1971_Coleção particular Pedro Buarque de Hollanda

Exposição com cerca de 70 pinturas de Abdias Nascimento está aberta ao público no Sesc Franca, nova e maior Unidade do Sesc no interior de São Paulo 



A mostra Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista ocorre por meio de uma parceria inédita com o Instituto Inhotim e o Ipeafro 


Está aberta ao público a exposição Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista, mostra que apresenta ao público de Franca a faceta de artista visual do também poeta, escritor, dramaturgo, político e ativista pan-africanista Abdias Nascimento (1914 – 2011), marcando presença em sua cidade natal no ano em que são comemorados os 110 anos de seu nascimento. A exposição é um dos destaques da grade de atividades que compõem a programação da inauguração, neste município da região nordeste de São Paulo, da maior unidade do Sesc no interior paulista – o Sesc Franca tem mais de 35 mil metros quadrados de área construída e capacidade para receber diariamente 2,5 mil visitantes. 

 

Celebrado no circuito internacional das artes e dos intelectuais que construíram reflexões singulares sobre o Brasil, Abdias Nascimento tem obras que integram coleções de renomadas instituições, como o Tate da Grã Bretanha, o Los Angeles County Museum of Art (LACMA) e o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Pelo conjunto da obra, Abdias Nascimento foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Em 2024, teve seu nome inscrito no livro de Heróis e Heroínas da Pátria.

Realizada em parceria inédita entre o Sesc (São Paulo), o Instituto Inhotim (Minas Gerais) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, Ipeafro (Rio de Janeiro), a exposição é uma itinerância que partiu do Inhotim, onde integrou um programa sobre Abdias entre 2021 e 2024. Para o Sesc, a mostra traz cerca de 70 pinturas e tem curadoria de Douglas de Freitas, Deri Andrade e Lucas Menezes, pelo Inhotim, e de Elisa Larkin Nascimento e Julio Menezes Silva, curadores pelo Ipeafro.

 

“A realização desta exposição reflete um profundo desejo de homenagear a cidade e seus cidadãos ao celebrar a trajetória de um de seus filhos - o francano Abdias Nascimento, reconhecido como o mais completo homem de cultura afro-brasileiro do século XX”, destaca Luiz Deoclecio Massaro Galina, diretor do Sesc São Paulo. “Essa mostra, apresentada em parceria com o Instituto Inhotim e o Ipeafro, destaca a relevância da obra de Abdias como artista multifacetado, instauradora de novas maneiras de compreender e interagir com o mundo, desta forma, o Sesc reforça seu compromisso, e de seu programa de exposições, em estabelecer diálogos reconhecer e fortalecer os múltiplos saberes que constituem o tecido artístico cultural do Brasil", completa o diretor.

 

Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra


Parte do conjunto de pinturas que ocupará o espaço expositivo do Sesc Franca foi primeiramente apresentado, entre novembro de 2023 e abril de 2024, ao público do Instituto Inhotim, como etapa conclusiva do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra. Na ocasião, o último dos quatro atos fez referência as principais criações de Abdias Nascimento, entre elas o Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias Nascimento em 1944. 

 

No primeiro ato, Abdias Nascimento, Tunga e o Museu de Arte Negra (2021), a curadoria retratou o diálogo entre as obras dos contemporâneos artistas Abdias e Tunga, e o acervo do Museu de Arte Negra, fundado por Abdias em 1950); no segundo ato, Dramas para negros e prólogo para brancos (2022), Inhotim e Ipeafro abarcaram a trajetória do Teatro Experimental do Negro e a concepção inicial da coleção do Museu de Arte Negra de 1941 até 1968; no terceiro ato, Sortilégio (2023), foi abordado o período de exílio do artista, entre 1968 e 1981, evidenciando a difusão da arte negra brasileira no exterior; já no quarto e último ato, O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista (2023), a curadoria traçou um panorama da vida de Abdias, tendo como eixo Xangô, orixá da justiça e presença forte no pensamento, no discurso e nas pinturas do artista.

 

A investigação curatorial em torno do legado de Abdias, por meio das ações do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, culminou na exposição em destaque no Sesc Franca, permitindo um amplo debate não só de seu legado artístico, político e intelectual, como, também, inspirando reflexões, sob o prisma racial, para o próprio Inhotim e para o campo das instituições culturais brasileiras. Muito além de um programa artístico, o projeto desenvolvido na parceria entre Inhotim e Ipeafro transformou-se em um programa ético, do qual agora é signatário também o Sesc São Paulo, por meio de sua nova unidade.


“Abdias é um intelectual e militante na luta antirracista único e extremante significante. Sua luta se dava em várias frentes, como reflexão dos problemas que ele via no mundo. Toda a produção do Abdias é um posicionamento antirracista, seja na poesia, no teatro, na política ou na pintura, que é o foco da exposição no Sesc de Franca. Abdias de volta a Franca depois de 110 anos, através da sua pintura, é um gesto simbólico muito importante, para além da possibilidade de os habitantes da cidade conhecerem a produção pictórica do artista e de sua história”, comemora Douglas de Freitas, curador do Instituto Inhotim. 

 

A exposição, cujo título faz referência a O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista, livro publicado em 1980 pela Editora Vozes, apresenta a trajetória de Abdias como pintor sob o olhar do Quilombismo, que ele nomeou como uma "alternativa política afro-brasileira", retomando o quilombo em seu significado original de "união fraternal e livre" e propondo novas práticas políticas para um modelo de vida em sociedade. Na produção pictórica de Abdias, amplamente representada na mostra, o artista trabalhou os conceitos de "teogonia afro-brasileira" e "símbolos rituais contemporâneos", que investigam, afirmam e valorizam como forma de ativismo antirracista o conhecimento trazido pelas tradições africanas, sua “concepção de vida e filosofia do universo”.

 

“Abdias vivia e pintava a tradição ancestral africana como expressão da dinâmica de vida da população negra. Alvo da violência do Estado e da exclusão e invisibilidade criada pela sociedade ocidental, os povos africanos sempre construíram suas vidas em liberdade. Tecnologia, conhecimento e civilização são fenômenos pouco identificados com os povos africanos, apenas porque seus feitos foram apagados do registro histórico distorcido pelo eurocentrismo. A pintura de Abdias traz todas essas dimensões: o enfrentamento, a luta, a riqueza dessas construções e suas linguagens, a complexidade da herança civilizatória africana e sua espiritualidade e, sobretudo, a dignidade humana tantas vezes negada a esses povos, a quem o mundo tanto deve”, conclui Elisa Larkin Nascimento, curadora e presidente do Ipeafro.


Exílio e produção pictórica 

Um dos mais relevantes intelectuais e pensadores da cultura brasileira do século 20, Abdias Nascimento também foi deputado federal (1983-1986), senador (1991-1992 e 1997-1999) e secretário de Direitos Humanos e Cidadania do governo no Estado do Rio de Janeiro (1999), além de professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, durante o período em que esteve exilado nos Estados Unidos, entre 1968 e 1981, momento de intensa produção pictórica, quando realizou exposições em importantes instituições do país. 

 

A experiência do exílio também marcou a inserção de Abdias em uma rede de intelectuais negros que lutavam pela criação de espaços acadêmicos para estudos afro-americanos, participando de eventos ao redor dos Estados Unidos e comunicando aspectos próprios da realidade brasileira. Após atuar nas Universidades de Yale e Wesleyan, Abdias recebeu, em 1971, um convite de Francisco Pabón e Alfredo Matilla para atuar como professor de Culturas Negras nas Américas no Centro de Estudos Porto-Riquenhos do Departamento de Estudos Americanos, no campus de Buffalo da Universidade do Estado de Nova York. Os anos de atuação como professor foram também de considerável produção pictórica: ao menos 65 pinturas foram realizadas na cidade, a maioria até 1975. 

 

Durante os anos em Buffalo, Abdias conheceu Elisa Larkin, que se tornou sua principal tradutora e intérprete, bem como sua parceira de vida por 38 anos, acompanhando-o em seu retorno ao Brasil e até o fim de sua vida. Juntos, eles fundam em 1981 o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), que também assina este projeto com o Instituto Inhotim e Sesc.

 

SERVIÇO

Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista

De 28 de novembro de 2024 a 29 de junho de 2025

Horário de funcionamento:

Até 01/12: de quinta a domingo, 10h às 18h30 

A partir de 03/12: de terça a sexta, das 9h30 às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30

Local: Espaço Expositivo. 

Livre. Grátis.

Acessibilidade: Audioguia, Audiodescrição, Recursos Táteis, Braile e Tradução em Libras

 

Sesc Franca 

Endereço: Av. Doutor Ismael Alonso Y Alonso, 3071. Jardim Piratininga II, Franca – SP

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

4ª edição da Casa Brasil Miami recebe dezenove artistas na Tidelli Outdoor Living

 


Pássaro Verde, da Convergente de Karen Venturelli, 40x40cm, acrílica sobre tela, desenho digital e impressão sobre tela, 2024 (Foto: Divulgação)

Dezenove artistas visuais expõem a quarta edição Casa Brasil Miami, espaço considerado a embaixada da arte brasileira na Semana de Arte de Miami. Obras de Bel Borba, Karen Venturelli, Vivian Dollinger, Aecio Sarti e Victor Leite podem ser visitadas de 3 a 5 de dezembro na Tidelli Miami.

Segundo Giuliana Brandão, vice-presidente do conselho da Casa Brasil Miami, o projeto nasceu para suprir a ausência da arte brasileira no maior evento de arte contemporânea das Américas.

“Queremos oferecer todos os anos aos artistas brasileiros um espaço que amplie suas oportunidades de visibilidade, conectando pessoas, marcas e propósitos por meio de iniciativas integradas, tanto online quanto offline,” diz Giuliana.

Miami Beach Night, da série Lines de Vivian Dollinger. 80x80cm, acrílico sobre tela, 2024 (Foto: Divulgação)

Para Tatiana Mandelli, sócia-fundadora da Tidelli, ceder o espaço significa abrir caminhos para internacionalizar a arte brasileira. “Sediar a Casa Brasil Miami é uma oportunidade para unir o que há de melhor na arte e no design brasileiros, abrindo uma janela para que o mundo possa conhecer ainda mais nossa cultura”, conta Tatiana

Blue Jackets, de Aecio Sarti. 200x120cm, óleo sobre lona usada de caminhão, 2024 (Foto: Divulgação)

A quarta edição da Casa Brasil Miami conta com a curadoria de Jade Matarazzo. Com o tema “Arte em Movimento”, o evento celebra a diversidade das artes visuais e o talento dos artistas brasileiros.

Earth's Weft by Decoralle, da série Mental Landscapes de Fabiana Queiroga. 250x70cm, 100% Econyl e latão, 2024 (Foto: Divulgação)

Arte brasileira invade a Miami Art Week


A vernissage acontece na próxima segunda, 2 de dezembro, com a presença do Embaixador do Brasil em coquetel exclusivo para convidados. A partir de terça, 3, a visitação é aberta ao público, das 10h às 17h.


Serviço

Casa Miami Brasil

3 a 5 de dezembro, das 10 às 19h 

Na Tidelli Miami

3650 N Miami Ave, First Floor, Miami, FL 33127


Sobre a Tidelli

Fundada em 1989, a Tidelli é líder no segmento de mobiliário outdoor no Brasil, reconhecida pela inovação no uso de materiais como cordas náuticas e alumínio, aliados a um processo artesanal. Com mais de 1.000 produtos personalizáveis e parcerias com renomados designers nacionais e internacionais, a marca se destaca pela qualidade, durabilidade e design exclusivo.

terça-feira, 26 de novembro de 2024

Exposição Ser e Pertencer | Diálogos e Transformações - Museu A CASA do Objeto Brasileiro - SP

 




Obras surgiram durante a primeira edição do curso Metodologia Yankatu, que visa promover parcerias mais sustentáveis em trabalhos colaborativos


Museu A CASA recebe exposição que reúne  trabalhos resultados da colaboração entre artesãos e novos artistas

Entre os dias 30 de novembro e 8 de dezembro, o Museu A Casa do Objeto Brasileiro recebe a exposição Ser e Pertencer | Diálogos e Transformações. A mostra apresenta obras e instalações artísticas que resultam da interação entre artesãos de diferentes regiões do Brasil e alunos do curso Metodologia Yankatu - Artesanato para Além das Tendências, idealizado e ministrado pela designer, artista e pesquisadora Maria Fernanda Paes de Barros. Passando por diferentes técnicas, materiais e histórias, o curso - que aconteceu entre Maio e Novembro de 2024 - apresentou formas de desenvolver parcerias com artesãos e comunidades de artesanato, a partir de um olhar que passa por relações mais sustentáveis e lineares, resultando numa troca de saberes de forma bilateral.


Todo o processo das aulas foi permeado por trocas muito sinceras que tiveram reflexos tanto coletivos, quanto individuais. A sensação é de que fomos muito mais longe do que o inicialmente proposto, não apenas ampliando o olhar para o artesanato para além do produto, da técnica e da tradição, trazendo elementos importantes que nos fazem englobar também questões ambientais, sociais e necessidades de todos envolvidos neste processo, mas também trabalhando em cada aluno suas próprias inseguranças e limitações que afloraram no contato com a ancestralidade. Com isso, foram geradas sete obras completamente distintas, mas que são capazes de refletir a soma das identidades dos artesãos e dos alunos”, afirma Maria Fernanda.


No projeto, oito artesãos e grupos artesanais trabalharam com os alunos que possuem formações e profissões que não necessariamente estavam ligadas ao universo criativo das artes. Em parceria com Kulykirda, Waxamani e Paipualu Mehinaku, da etnia Mehinaku do Território Indígena do Xingu, no Mato Grosso, o  arquiteto Thales Sportero desenvolveu a Coleção Afetos, que reúne obras que remetem à construção das afetividades e luminárias que unem o trabalho dos homens e das mulheres da aldeia, jogando luz sobre o artesanato da etnia. Já a executiva e publicitária Maria Amália Ignácio trabalhou com a Comunidade de Urucureá, no Pará, com artesãs que trançam e tingem a palha de tucumã, palmeira nativa da floresta amazônica. Sua obra reúne os tradicionais souplats feitos na comunidade, em uma peça que pode ser utilizada como uma cabeceira de cama.  


Sendo a única aluna a já ter uma carreira estabelecida como designer, Maria Helena Emediato, que já havia trabalhado em diversos momentos ao lado do artesão Wagner Trindade e da ceramista Deuzani Gomes do Santos desenvolveu uma obra que entrelaça contas de cerâmica - característica marcante de suas criações - com retalhos de latão, cobre e outros metais, conhecidos como chãos de estrela. 


O empresário e colecionador Thiago Marcondes também trabalha com artesãos mineiros. Em homenagem ao Vale do Jequitinhonha, ele traz uma instalação com elementos culturais que remetem ao surgimento das feiras de artesanato da região, com trabalhos de vários artistas e da Deuzani, que pintou na cerâmica algumas cenas do cotidiano do Vale.  Já de Tiradentes, ele trabalha com Wagner Trindade. Também se voltando para o Jequitinhonha, a bióloga Elena Sakuda trabalha em parceria com a artesã Gil Barbosa do Santos, apresentando uma ilustração ampliada com sobreposições de azulejos de cerâmica pintados pela artesã e com tecidos selecionados por Elena. A obra é pintada com pigmentos naturais gerados a partir das diferentes tonalidades de barro encontradas no Vale. 


O jornalista Angelo Miguel apresenta uma peça de vestuário que resulta de sua identificação com a artesã Zana Maria. Filho de uma costureira, modelista e cozinheira - mesmas profissões de Zana - ele idealizou o Colete Florescer, que exalta a tradicional técnica dos fuxicos associada a outras ferramentas têxteis, como sobreposição e o bordado. Por fim, expandindo as possibilidade de criação para além do objeto, a psicóloga Cristina Tomé produziu um vídeo-arte com o título A voz artesã: artesanato, design e criaçãoque traz depoimentos dos cinco artesãos e da designer Maria Fernanda, colocando suas vozes em um movimento que propõe a costura de saberes. 


Sábado tem roda de conversa sobre o trabalho colaborativo no artesanato


A abertura da mostra será marcada pelo Papo de Casa, roda de conversa mensal da instituição que visa trazer discussões acerca da produção artesanal e do design brasileiros. Com mediação de Maria Fernanda, o tema é O Artesanato para Além das Tendências: O papel social de todos nós. A edição conta com a presença de Renata Mellão, diretora do Museu A Casa, Jô Masson, diretora executiva da Artesol, uma das principais ONGs do setor no Brasil; do estilista Antonio Castro, mente criativa por trás da FOZ, marca de moda brasileira que integra o line-up da São Paulo Fashion Week - SPFW; e do jornalista especializado em artesanato Angelo Miguel. A exposição ficará em cartaz de quinta a domingo, fechando apenas na segunda-feira, dia 2 de dezembro. 



SERVIÇO


Exposição Ser e Pertencer | Diálogos e Transformações

Abertura: 30 de novembro, sábado, às 10h

Visitação: Quinta a domingo, das 10h às 18h até dia 8 de dezembro de 2024

Entrada Gratuita | Prédio com a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida

Av. Pedroso de Morais, 1216/1234

Pinheiros • São Paulo, SP

05420-001

Transporte Público

Estação mais próxima: Faria Lima - Linha4

Contato

T. + 55 11 3814.9711

Whatsapp + 55 11 94254.1179

contato@acasa.org.br

Informações: contato@yankatu.com.br e comunicacao@acasa.org.br | 11 3814-9711

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Artista visual indígena Sãnipã cria obra ao vivo em parede do Instituto Ling - PoA - RS

 


Crédito da foto: Manaus Amazônia Galeria de Arte


Artista visual indígena Sãnipã cria obra ao vivo em parede do Instituto Ling

Amazonense da etnia Apurinã, ela estará em Porto Alegre entre os dias 25 e 29 de novembro fazendo uma intervenção artística inédita que poderá ser acompanhada gratuitamente e em tempo real pelo público. Após a finalização do mural, haverá um bate-papo entre a artista e a curadora Vânia Leal no dia 30, às 11h

Artista visual dos povos Apurinã e Kamadeni, do Amazonas, Sãnipã estará em Porto Alegre entre os dias 25 e 29 de novembro fazendo uma intervenção artística inédita na parede de entrada do Instituto Ling. De segunda a sexta, das 10h30 às 20h, quem passar pelo centro cultural poderá acompanhar gratuitamente e em tempo real a criação da nova obra, observando os gestos, as escolhas e as técnicas da artista que reflete em seus trabalhos as tradições e as narrativas indígenas, abordando temas como identidade, ancestralidade e meio ambiente.


Expressando sua conexão profunda com a natureza e o universo simbólico de seu povo, permeado por uma estética de cores vibrantes e formas orgânicas, Sãnipã criará um mural de grandes dimensões, ocupando um espaço com 6m de largura e quase 3m de altura. A iniciativa faz parte do Ling Apresenta: Amazônias, no tremor das vidas, projeto que tem o objetivo de aproximar o Rio Grande do Sul da cultura amazônica, convidando jovens talentos do Norte do país a criarem diferentes trabalhos no centro cultural.


Após a finalização da obra, o público poderá acompanhar no sábado, dia 30 de novembro, às 11h, um bate-papo entre a artista e a curadora do projeto, Vânia Leal, comentando como foi a experiência na capital gaúcha e trazendo detalhes sobre a feitura da obra. Para participar da conversa, basta fazer a inscrição sem custo no site www.institutoling.org.br


O mural ficará exposto para visitação até o dia 25 de janeiro, com entrada franca. Depois, será apagado para dar espaço ao último convidado desta edição, o artista Bonikta, do Pará. 


Quem abriu a programação deste ano foi a artista visual paraense Bárbara Savannah, em abril, com um mural que trouxe referências do seu cotidiano na Ilha do Marajó. A produção foi registrada em um documentário assinado pela produtora Eroica Conteúdo, com imagens de Marcelo Freire e direção audiovisual de Caio Amon, e está disponível no canal do YouTube do Instituto Ling. O projeto ainda recebeu, em setembro, o também paraense Éder Oliveira, que investiga a relação entre retrato e identidade, tendo como foco o homem amazônico. 


Mais sobre a artista

Sãnipã tem se destacado em exposições nacionais e internacionais, dando voz às culturas originárias em um contexto contemporâneo. Na 15ª Bienal Naïfs do Brasil, recebeu o prêmio Destaque-Aquisição, com a obra Totem Apurinã Kamadeni, adquirida pelo Acervo Sesc, sendo a primeira mulher indígena amazonense na coleção. Suas principais exposições incluem Nipetirã, O Sopro Tribal sobre Outros Olhares, na Galeria do Largo; Amazônia Sou Eu!, em Nova Iorque; e a individual Dança Sagrada do Povo Apurinã, no Museu Amazônico.


Sobre a curadora

Vânia Leal Machado nasceu em Macapá, no Amapá, e vive e trabalha em Belém, no Pará. É mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura e atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões. Foi curadora educacional do projeto Arte Pará e fez a curadoria de exposições como Mastarel: Rotas Imaginais (2019), de Elaine Arruda, no Banco da Amazônia; Tecidos de Certeza (2019), de Elisa Arruda, na Galeria Elf; Coleção Eduardo Vasconcelos (2021), nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes no Centur; A Inversão do cotidiano (2022), de Elisa Arruda, na Galeria Ruy Meira; Nhe Amba (2022), de Xadalu Tupã Jekupe, no SESC Paraty; e Gravado na Alma (2023), de Eduardo Vasconcelos, no Banco da Amazônia. Também foi curadora da primeira Bienal das Amazônias em 2022-2023. Atualmente, é diretora de projetos da Bienal das Amazônias e faz parte do grupo de crítica do Centro Cultural São Paulo.


Sobre o Ling Apresenta

A iniciativa surgiu em 2022, convidando quatro artistas do Rio Grande do Sul para realizarem intervenções artísticas inéditas na parede de entrada do centro cultural em Porto Alegre. No primeiro ano, o projeto teve curadoria da jornalista, pesquisadora e curadora independente Luísa Kiefer e contou com a participação dos artistas gaúchos Bruno TamborenoFernanda GassenGustavo Assarian e Talita Hoffmann. Em 2023, o Ling Apresenta expandiu sua atuação e ganhou a curadoria de Bitu Cassundé, que convidou diferentes artistas do Nordeste para criarem obras em Porto Alegre: o cearense Charles Lessa, o baiano Marcos da Matta, a maranhense Gê Viana e o duo Acidum Project, dos artistas cearenses Terezadequinta e Robézio Marques


A programação é uma realização do Instituto Ling e do Ministério da Cultura/Governo Federal, com patrocínio da Crown Embalagens.



SERVIÇO

Ling apresenta: Sãnipã, com intervenção artística inédita

Amazônias, no tremor das vidas

Artista: Sãnipã

Curadoria: Vânia Leal

De 25 a 29 de novembro (segunda a sexta-feira), o público poderá acompanhar a criação da obra, em tempo real, das 10h30 às 20h

Após ser finalizada, a obra ficará em exposição até o dia 25 de janeiro, com visitação de segunda a sábado (exceto feriados), das 10h30 às 20h

Instituto Ling (Rua João Caetano, 440 – Três Figueiras – Porto Alegre/RS)

Entrada franca


Conversa com a artista Sãnipã e a curadora Vânia Leal em frente à obra 

Dia 30 de novembro, sábado, às 11h

Gratuito, mediante inscrição prévia no site www.institutoling.org.br


A programação oferece a possibilidade de contratação de intérprete de Libras. Quem necessitar do serviço pode entrar em contato pelo e-mail instituto.ling@institutoling.org.br ou pelo telefone (51) 3533-5700 para fazer a solicitação.


Informações úteis

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Fone: 51 3533-5700

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