concursos, exposições, curiosidades... sobre arte
escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

http://maregina-arte.blogspot.com/

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mirada Crepuscular


O Instituto Cervantes de São Paulo

Convida para a abertura da exposição

Mirada Crepuscular

Convite


    
   Confira nossa programação: http://www.culturaspcervantes.info/
      


Instituto Cervantes São Paulo
Av. Paulista, 2439 - 1er / 7º pisos
01311-300 São Paulo
Tel. : 55 11 3897-9609
Fax: 55 11 3064-2203

cultsao1@cervantes.es


sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A Robot Sketches Portraits

A Robot Sketches Portraits

By Fraunhofer
Friday, February 17, 2012


An industrial robot as artist? From March 6-10, 2012, researchers will be presenting what may at first seem to be a contradiction at CeBIT in Hanover, Germany (Hall 9, Stand E08). There, interested visitors can view the metal painter in action and can even have it sketch their own faces.

Artists are often colorful personalities. This one, though, comes across as cool, precise and metallic – and is anything but extravagant. No wonder – after all, it’s an industrial robot, one that will convert the Fraunhofer stand at CeBIT into an art studio. Its artistic genius only emerges if someone takes a seat on the model’s stool positioned in front of the robot: first, its camera records an image of its model; then it whips out its pencil and traces a portrait of the individual on its easel. After around ten minutes have passed, it grabs the work and proudly presents it to its public. This robot installation was developed by artists in the robotlab group, at the Center for Art and Media ZKM in Karlsruhe, Germany, some of whom are now employed at the Fraunhofer Institute for Optronics, System Technologies and Image Exploitation IOSB in Karlsruhe.

But how does this technical production aid manage to provide an authentic rendering of a person’s facial expressions? “We have used an image-evaluation process that essentially equips the robot with the sense of sight,” explains Martina Richter, a scientist at IOSB. “There is a camera mounted on the robot’s arm that it uses first to take the person’s picture.” Edge-processing software seeks out the contrasts in the image and translates these to robot coordinates: to movements of the robot’s arm.

For the researchers and artists, the main difficulty was to adjust the algorithm for image processing so that the sketched image would leave the impression of a portrait – and so that the high-tech artist would overlook the tiny wrinkles but would still render the eyes. “We attach great importance to the artistic look of the drawings that results, but on the other hand, we have also equipped the robot with an automatic system that enables it to carry out all of the steps itself. With this installation, we have created an interface between art, science and technology,” Richter is convinced.

The robot’s everyday routine is less artistic, however: ordinarily, researchers at IOSB use it to analyze the optical reflection properties of various materials. They shine light on an object - a reflector of the kind mounted on children’s school bags or jackets, for instance - from various directions. The robot’s arm circles the material sample in a hemispheric pattern, measuring how the object reflects light. Experts refer to this as a material’s spatial reflection characteristics. This helps design objects such as reflectors so that they return light in the most bundled way possible to the direction from which it comes – to a car driver, for instance. Then the reflector emits a bright flash that draws the driver’s attention to the child. The objective is different when it comes to paint effects on a car’s own surface: The aim there is to display different hues to the observer depending on the direction of view.

For more information visit www.fraunhofer.de


fonte: http://www.fraunhofer.de/en/press/research-news.html

Lília Malheiros - exposição

Casa
Com curadoria de Taisa Palhares e Marcelo Salles, a Casa Contemporânea exibe
a partir de 29 de fevereiro trabalhos recentes de Lília Malheiros.

A cor tem papel central nas suas pinturas, feitas sem estudo ou projeto prévio
em acrílica e óleo sobre tela ou papel.
Exposição
Rua Capitão Macedo 370 - Vila Mariana – São Paulo - SP / CEP: 04021-020 Telefone: (11) 2337 3015
Blog
Casa Contemporânea
© 2011 Casa Contemporânea. All Rights Reserved. Design by
Débora Ludwig.

CURSO LIVRE de DESENHO - Jacqueline Aronis

O Estúdio Jacqueline Aronis  comunica que a partir do dia 05 de março de 2012 estará desenvolvendo as suas atividades em um novo endereço:

Rua Avaré, 281 - Higienópolis - São Paulo - próximo à Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP.

O CURSO LIVRE de DESENHO / 2012 terá início no dia 05/03/12, segunda-feira das 19h às 21h.
 
Atendimento individual e acompanhamento de projetos com agendamento prévio.

Não é necessário experiência anterior, toda experiência anterior será bem-vinda.

Inscrições abertas
Inscrições e informações pelo telefone ou email.   

ESTÚDIO JACQUELINE ARONIS 
R.AVARÉ, 281 - HIGIENÓPOLIS
TEL. 3663 5216


CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA VISUALIZAR MELHOR O MAPA
R. Avaré, 281 - Consolação
São Paulo, 01243-030
Google Maps

Acontece no MASP - fevereiro 2012

clique aqui para visualizar a news completa




EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
ROMA – A VIDA E OS IMPERADORES
De 25 de janeiro a 22 de abril de 2012
Galeria Clemente de Faria (1º e 2º subsolos do MASP)
Tesouros do Império Romano como joias, mosaicos, afrescos, esculturas, vestimentas e outros objetos saem pela primeira vez da Itália, trazidos do Antiquário de Pompeia, da Galeria Uffizi e de importantes museus arqueológicos. É uma viagem a três séculos do período tardio da República e primeiros séculos do Império Romano, de Júlio César (49 a.C. - 44 a.C.) e Augustus (27 a.C – 14 a.C) até Septímio Severo e seu filho Caracala, que reinaram entre 193 e 217. Ao todo, 370 peças desvendam hábitos e costumes do povo romano e seus imperadores.


EXPOSIÇÕES DO ACERVO MASP
ROMANTISMO – A ARTE DO ENTUSIASMO
Sem previsão de encerramento
Galeria Georges Wildenstein (2º andar do MASP)

A Natureza, o Corpo, as Paixões, a Paisagem Urbana, o Imaginário. Estes e outros temas caros ao pensamento contemporâneo norteiam Romantismo – A arte do entusiasmo, exposição que o curador Teixeira Coelho concebeu a partir do acervo do MASP. Ao todo, 79 obras foram escolhidas e, divididas em nove seções, são apresentadas ao público num painel que reúne alguns dos maiores gênios da pintura do final do século 15 aos dias de hoje.




PROGRAMAÇÃO ESPECIAL
ROMA – A VIDA E OS IMPERADORES
Visitas Orientadas especiais ROMA: de 7 de fevereiro a 20 de abril, sempre pela manhã: de quarta a sexta-feira das 9h às 10h30 e das 10h45 às 12h15.
Às terças-feiras, seis horários diários.
Outras Modalidades de Atendimento ao Público no recinto da Exposição:
Às terças, no período da tarde: 2 Orientadoras de Visita estarão disponíveis para atendimentos individualizados.

De quarta a sexta-feira, no período da tarde (sempre às 14h 15h e 16h): serão oferecidas Visitas Ateliê com duração de 30 minutos cada, para distintos núcleos da mostra.

Visita Aula: Professores de História do Ensino Médio e do Ensino Superior que desejarem aproveitar a rica oportunidade de conhecimento gerada pela exposição Roma, sendo eles próprios os agentes condutores da visita com seus alunos, o poderão fazer mediante agendamento e solicitação especiais.




ROMA E OS RAROS – LIVROS ANTIGOS SOBRE A URBE IMPERIAL

Abordando aspectos variados da Roma antiga – da Coluna Trajano aos aquedutos, da indumentária aos ornamentos – os treze livros expostos foram publicados entre os séculos XVI e XIX; período em que, apesar de a imprensa se expandir rapidamente com o tipo móvel de Gutenberg, edições especiais eram freqüentes, como: "De gli obelischi di Roma", de Michele Mercati, publicada em 1589.
Além da possibilidade de apreciar estes exemplares em nossa vitrine, também estão disponíveis sete das obras expostas para consulta digital em nosso terminal, consistindo em uma grande oportunidade, já que a viabilidade da consulta destes materiais se torna cada vez mais rara devido aos cuidados que elas exigem.
Para a consulta de todo o acervo da biblioteca, acesse nosso catálogo on-line:







Para o primeiro bimestre, com início das aulas em 05 de março, seguiremos com o curso de Introdução à História da Arte iniciado ano passado e ministrado pelo professor Denis Molino, curador-assistente do museu. Abriremos às quartas-feiras uma nova turma de Introdução à História da Arte, iniciando com o primeiro módulo que versará sobre a Antiguidade, do Egito Faraônico ao Gótico.
Além disso, teremos um curso sobre arte colonial no Brasil, Introdução à Arte Indiana e Inflexões na pintura e na escultura na Grécia.
Para o segundo bimestre, teremos também um curso de curta duração sobre Caravaggio, o já tradicional curso com o professor Dr. Eduardo Kickhöfel que abordará o período do Renascimento. A novidade será um curso sobre a Arte a Partir de 1940, tendo como ponto de partida a cidade de Nova Iorque.
As matrículas abrem na segunda-feira, dia 13 de fevereiro. Atendimento: de segunda a sexta, das 14h às 19h, através do e-mail escola@masp.art.br e pelos telefones 3251-5644 ramal 2104 ou 3253-9663.







O MASP NO MUNDO
Dois desenhos de Lina Bo Bardi pertencentes à coleção e 16 fotografias que integram a Biblioteca e Centro de Documentação do MASP participam da mostra Exílio e Modernidade: diálogos no espaço da cidade, organizada pelo Centro de Cultura Judaica, sob curadoria de Anat Falbel. A exposição foi prorrogada até 11/3.
Termina no dia 27 de fevereiro a exposição Paris e Cézanne no Musée de Luxembourg, em Paris, França, da qual participam as pinturas de Paul Cézanne: Paul Alexis Lê um Manuscrito a Zola (imagem), e O Negro Scipião, ambas pertencentes ao acervo do MASP.
A obra de Toulouse Lautrec, O Divã, pertencente ao acervo do MASP, participa da exposição The Steins and the Parisian Avant-Garde no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque, E.U.A. A mostra apresenta obras que pertenceram à família de Gertrud e Leo Stein e materiais a ela relacionados, demonstrando a importância do patronato daquela família para os artistas da época e como eles disseminaram um novo padrão de gosto pela arte moderna.



O “Acontece no MASP” é uma publicação desenvolvida pela área de Comunicação e Relacionamento do MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, com o intuito de divulgar as notícias e a programação do museu.
As imagens veiculadas são apenas ilustrativas, para divulgação das atividades. Caso não deseje mais receber esta newsletter, envie um email para comunicamasp@masp.art.br solicitando a remoção de seu nome de nosso mailing.
O MASP quer saber a sua opinião. Caso tenha dúvidas, sugestões ou críticas, envie um email para atendimento@masp.art.br.
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP – Avenida Paulista, 1578 – São Paulo SP – CEP 01310-200
Telefone 11 – 3251-5644 / Fax 11 – 3284-0574
– Horários de funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 11h às 18h.
Quintas-feiras das 11h às 20h. A bilheteria fecha sempre com 30 minutos de antecedência.
Ingressos: R$15,00. Estudantes, professores e aposentados pagam R$7,00.






By:
|

exposição Carlos Oswald - Curitiba


Sexta-feira, 17/02/2012
Reprodução
Reprodução / O jogo de claro/escuro foi muito trabalhado por Oswald e confere a muitas de suas gravuras uma expressividade marcanteO jogo de claro/escuro foi muito trabalhado por Oswald e confere a muitas de suas gravuras uma expressividade marcante
VISUAIS

O mestre da gravura em metal brasileira

Curitiba recebe exposição com 58 obras do italiano Carlos Oswald, que na década de 1920 assinou o desenho definitivo do Cristo Redentor

Publicado em 17/01/2012 | HELENA CARNIERI

A eclosão da Primeira Guerra Mundial segurou no Brasil aquele que seria um dos principais nomes da gravura em metal por estas bandas: o italiano Carlos Oswald (1882-1971), nascido em Florença e filho de um brasileiro. Na bagagem da segunda visita que fez ao Rio de Janeiro, em 1913, prevista para durar apenas o tempo de uma exposição, ele trouxe uma técnica apurada na execução da arte – incipiente no país daqueles tempos, mas que na Europa já era considerada uma válida e interessante forma de expressão.
Ainda em Florença, Oswald realizou cerca de 30 gravuras em metal que integram um conjunto de 58 obras pertencentes ao Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, que agora é exposto na Caixa Cultural sob o nome O Resgate de um Mestre, com abertura hoje às 19h30.

Impossibilitado de voltar à Europa em guerra, o artista criou vínculos com a então capital nacional. No Rio, ele casou-se, criou sete filhos e abriu a primeira escola de gravura do país. Sua trajetória também inclui uma gigantesca contribuição simbólica ao país: de seu ateliê saíram, no início da década de 1920, os croquis da estátua do Cristo Redentor, executada em Paris por Paul Landowski.
Símbolo
Entre os paranaenses, Oswald exerceu considerável influência ao ser professor de Poty Lazzarotto (1924-1998) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. “Apesar de Poty ter um traço único, completamente diferente, ele aprimorou sua técnica com Oswald”, comenta o curador da exposição, Paulo Vergolino.
Entre os temas escolhidos por Oswald ao longo de sua produção de gravuras, são recorrentes as citações religiosas, as paisagens e muitas figuras humanas. “Colhi trabalhos raríssimos, passando por todas as fases do artista”, explica Vergolino. Ele cita a precisão no uso do claro/escuro e o traço firme como características marcantes de sua obra.
Com apuro técnico como artista e professor, Oswald contribuiu para elevar a gravura do patamar de mera reprodução da realidade.

Serviço
Carlos Oswald – O Resgate de um Mestre. Caixa Cultural (R. Conselheiro Laurindo, 280), (41) 2118-5114. Abertura hoje, às 19h30, com a presença do curador Paulo Vergolino. De 3ª a 5ª, das 9h às 20h; 6ª e sáb., das 10h às 21h; dom., das 10h às 19h. 
Até 26 de fevereiro.

3rd Biennial International Footprint Competition and Exhibition




Entry deadline: Saturday, April 21
Exhibition dates: June 10 to September 2, 2012
Opening reception: Sunday, June 10, 2–5 pm
Juror: Donald Sultan, artist

Programação de cursos - Intermeios

Redes da Criação

de 15/3 até 12/4

Local: Intermeios - Casa de Artes e Livros
Conversas sobre processos de criação de obras de arte em suas diferentes manifestações (literatura, artes visuais, teatro, dança, cinema etc.) e de produtos da mídia (design, moda, jornalismo, publicidade etc.) a partir de suas interações em rede

Workshop Integrante da Exposição Arte e Skate

de 28/2 até 8/3

Local: Intermeios - Casa de Artes e Livros

A exposição mostrará a arte feita em shapes de skate e outros suportes através dos trabalhos do artista plástico Carlos Marinho da Silva (CMS).

Exposição - Arte e Skate

de 5/2 até 25/2

Local: Intermeios - Casa de Artes e Livros

A exposição mostrará a arte feita em shapes de skate e outros suportes através dos trabalhos do artista plástico Carlos Marinho da Silva (CMS).

mulheres de fibra



Uma mulher de fibra

Como o artesanato proporcionou a superação de Cleide Toledo e
a transformou numa empreendedora
Por Itã Cortez
Comunicação DEP/Sutaco

“...Sexo frágil, não foge à luta...”, e não foge mesmo. Este trecho da canção “Cor de rosa-choque” de Rita Lee e Roberto de Carvalho representa bem a atitude de Cleide Toledo, mulher, artesã, viúva e mãe de dois filhos, diante do que a vida lhe impôs.
Residente na Vila Esperança, Zona Leste de São Paulo, assim como o nome do bairro que a abriga, Cleide precisou muito desse sentimento, de quem vê como possível a realização daquilo que deseja, para superar as adversidades.
Quis o destino que o seu arrimo, Manoel Baptista Neto, esposo e mentor, partisse antes dela. Mas, para entendermos a importância de Manoel na vida de Cleide e a responsabilidade dele na construção da mulher que ela é hoje, temos que retroceder no tempo.
Cleide e Manoel viveram uma verdadeira história de amor, onde a cumplicidade, o respeito e a admiração de um pelo outro foram fundamentais para a relação. Falar sobre Manoel não é tarefa fácil para Cleide; seus olhos marejados passam a intensa devoção que ela tinha pelo marido.
Cleide tornou-se artesã por acaso. Ela atuava na área de saúde e conheceu Manoel no banco de sangue no qual trabalhava. Eles casaram e ela abdicou da carreira para ajudá-lo no ateliê de artesanato. Com o marido artesão, especialista na arte da escultura em trançado de taboa, ela começou a ir para o brejo, cortar e limpar a palha, além de tratá-la para a produção das tranças que serviriam para a confecção das peças pelo Manoel.
“Ele falava que ia me transformar numa artesã, eu replicava que era impossível fazer o que ele fazia com o trançado, tamanha era a complexidade daquilo pra mim”, diz Cleide. Mas ela já estava totalmente envolvida. No início fazia apenas cestaria, depois, à medida que foi adquirindo experiência com o trançado, começou a produzir a parte de mobiliário, enquanto Manoel se concentrava na escultura.
Manoel foi um grande artesão do trançado de taboa e também pintava, esculpia, trabalhava com metal e madeira. “Ele tinha um grande amor pela profissão, por isso eu não vou deixar isso aqui”, diz Cleide enfática. “Às vezes ele estava cansado e dizia que não ia trabalhar, mas, de repente, ele sumia; quando percebíamos, ele estava no ateliê”, revela.
Segundo Cleide, Manoel dizia que ela precisava trançar palha porque ele iria embora antes dela. Ela discutia, dizia que não, que era ela quem iria embora antes e assim resistia a aprender. Mas a insistência dele a convenceu.
Certa vez, diz Cleide, eles ministraram um curso de trançado e Manoel não pôde comparecer, ela então, teve que assumir as aulas. Foi quando percebeu que, aos poucos, estava assumindo o lugar do marido.
Manoel sofria de uma infecção crônica na perna, agravada pelo contato com a água do brejo no corte da taboa e, nas ausências dele para tratamento, Cleide precisou assumir o ateliê sozinha. “O brejo não era problema para mim, mas assumir os compromissos do ateliê, sim. Nós tínhamos encomendas e precisávamos entregar no prazo. Às vezes eu chorava, mas não desistia”, revela lacônica.
Com o agravamento da doença de Manoel ela ficava muito dividida entre o hospital, a casa e o ateliê. Mas não esmorecia. Ela conta que acordava cedo, ia para o ateliê e, à tarde, ao hospital fazer companhia ao marido, voltava pra casa e dava um segundo turno à noite na oficina até as 3h da manhã. Àquela altura Cleide já estava totalmente responsável pela casa, pelo ateliê e pela família.
Manoel, mesmo doente, acompanhava o sucesso da mulher. Ela estava conseguindo produzir peças para atender as encomendas. “Ele achava fantástico eu traçar a palha. Certa vez ele disse: ‘Tá vendo? Você conseguiu!”.
Cleide narra um dos episódios mais importantes, segundo ela, quando Manoel estava acamado: “Ainda na cama, em casa, após uma das saídas do hospital, eu o ajudei a confeccionar um vaso de 1,20 m e, ao término deste, ele falou chorando: ‘Eu consegui, hoje eu posso morrer sossegado porque você vai conseguir fazer qualquer peça minha”. Era o reconhecimento do mestre.
Daí a frente Manoel não pôde mais ir para o ateliê. Após a morte dele, Cleide entrou em depressão, foi para o interior e lá os seus familiares diziam que ela não podia voltar pra São Paulo, mas ela deu a volta por cima, afinal tinham as encomendas do ateliê e os filhos precisavam dela firme e forte naquele momento.
Ela revela que não se arrepende nem um pouco de ter abandonado a carreira na área de saúde para se dedicar ao artesanato. “Não sinto falta do que eu fazia. Eu cursava faculdade, era responsável pela parte de coleta, derivados e sorologia no banco de sangue. Fiz cursos para atender pessoas soropositivas. Provavelmente eu estivesse bem. Mas eu aprendi a amar o artesanato”, fala com entusiasmo sobre esta decisão que mudou a sua vida definitivamente.
“Meu genro quer que eu vá embora, para ficar mais próxima deles, em Amparo. Mas eu não consigo abandonar o estúdio, o legado do Manoel. Eu nunca vou ser como o Manoel, mas outras coisas eu quero levar adiante. Artesanato para mim é amor, é dedicação, além da lembrança que tenho dele”, diz.
O dia dela começa às 5h30 da manhã e, após cuidar da casa e dos filhos, dirige-se ao ateliê, que fica na parte da frente de sua casa, e só sai de lá quando consegue terminar todas as peças para atender encomendas. Uma vez por semana ela vai ao brejo cortar taboa.
Cleide retira a matéria-prima em brejos nas rodovias Ayrton Senna e na Fernão Dias. Ela ganhou a concessão da Eletropaulo para explorar um terreno por cinco anos e possui autorização do Ibama para produzir e comercializar peças com a fibra vegetal. Ela começa a colher a taboa na parte da frente do terreno porque, quando chega no final, a que foi colhida nas semanas anteriores já recuperou a folhagem. O próprio sistema de revezamento dos locais, em si, permite a recuperação da planta.
Cleide corta a taboa e carrega os feixes nas costas até a perua. Como os terrenos são alagadiços, dificilmente o veículo consegue aproximar-se da área de corte. Esta é, talvez, a parte mais difícil do trabalho, porque requer força física e disposição. Às vezes ela trabalha sob sol ou chuva.
Depois de colher a taboa ela leva os feixes para o estúdio e inicia o processo de limpeza e secagem para em seguida fazer o trançado. As tranças são feitas seguindo a metragem que será utilizada nas peças. Para cada tipo de produto Cleide tem que fazer uma espessura de trança que permita ter a flexibilidade adequada para dar os contornos específicos da peça.
“Manoel foi me preparando para tudo isso sem eu saber e foi vibrando à medida que eu conseguia. O medo dele era morrer e não deixar aprendizes. Ele deixou modelos desenhados, com as medidas, quantificou, numerou toda a seqüência de peças. Deixou a proporcionalidade com a funcionalidade de cada peça”, diz Cleide sobre a descoberta que fez, involuntariamente, após a morte do marido.
Devido à qualidade e beleza do seu trabalho, Cleide apresenta-se em programas de TV, tem peças divulgadas em revistas de decoração, além de participar de feiras em todo o Brasil e no exterior. Hoje ela mantém a casa e a família com a produção do ateliê, mas pensa em incrementar o negócio.
Em parceria com a designer Fernanda Vilas Boas, pretende expandir a comercialização das peças para o mercado nacional e europeu. Já está em projeto a construção do site e contatos estão sendo feitos em países da União Européia. Já há encomendas feitas por clientes da Holanda. A parceria com Fernanda se dá com a exposição e venda das peças do ateliê, além da produção de peças em conjunto.
Cleide tem um amplo rol de clientes importantes. Ela fornece para decoradores, arquitetos, designers e lojistas. Em São Paulo há peças na Tânia Bulhões Home, importante loja de decoração da capital, além da Breton e da Jacaré do Brasil.
Ela pretende, ainda, contratar pessoas – um cortador de palha e um trançador - e mais duas pessoas para ajudá-la no ateliê. “Nunca tenho peça sobrando, vendo tudo o que produzo e quero, preciso expandir, porque o mercado exige”, decreta.
As palavras de Rita Lee, da mesma canção que abre este perfil, se fazem necessárias mais uma vez: “...Gata borralheira, você é princesa, dondoca é uma espécie em extinção, por isso não provoque, é cor de rosa-choque.”
Cleide Toledo é um exemplo de superação e de mulher que, mesmo tendo sofrido muito na vida, nunca retrocedeu, não entregou os pontos e esteve sempre aberta para o desconhecido e pronta para superá-lo com amor e trabalho.

Serviço
Studio Palha Brasil
Endereço: Rua Equici, 281, Vila Esperança, São Paulo - SP
Informações: 55(
11) 2682-6810/7402-2894
              palhabrasilartes@gmail.com
              studiopalhabrasilartes@hotmail.com
Comunicação DEP/Sutaco
Contato: Itã Cortez (Estagiário de Jornalismo)
Tel.: 55 (11) 3241-7332
Fax: 55 (11) 3241-7328

SUTACO

APOIA E PROMOVE O ARTESANATO PAULISTA


Criada no mês de maio de 1970 ganhou o nome de Superintendência de Comunidade do Trabalho, mas em 1975 o Governo do Estado de São Paulo, preocupado em desenvolver e preservar a riqueza do artesanato paulista - que traduz a diversidade do Estado mais miscigenado do país - alterou a denominação para SUTACO (Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades).
A SUTACO é uma autarquia vinculada à Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho - SERT, e lhe foi atribuída a responsabilidade social de oferecer oportunidades de geração de emprego e renda aos artesãos. Deste modo, também resgata as formas tradicionais de expressão do povo paulista promovendo o desenvolvimento regional no contexto do mundo globalizado.
No exercício de sua atividade, o artesão enfrenta sérias dificuldades, quer no que se refere ao reconhecimento profissional, quer na comercialização dos seus produtos. Com o objetivo de atender as necessidades destes profissionais, a SUTACO desenvolve ações e presta serviços, que visam organizar e fortalecer o artesanato, que integra parte da economia brasileira, além de revelar e preservar a cultura e a tradição do povo paulista.
A SUTACO, após avaliar, classificar e quantificar o artesanato emite a Carteira de Identificação de Artesão, credenciando-o como profissional de artesanato. Esse cadastramento possibilita a utilização dos serviços de emissão de nota fiscal, divulgação, apoio à comercialização, exportação, consulta à biblioteca especializada, acesso ao microcrédito, com financiamento do Banco do Povo e orientação técnica e jurídica