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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Exposição “Nova Fotografia 10 anos” - Paço das Artes - SP

 

“Entre muros e ideias", de Marcos Muniz, integra a retrospectiva no Paço das Artes. (Crédito: Marcos Muniz/Acervo MIS)

Paço das Artes exibe exposição

comemorativa “Nova Fotografia 10 Anos”

Em parceria com o Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, a mostra apresenta trabalhos fotográficos dos artistas selecionados na convocatória Nova Fotografia entre 2012 e 2021.

Público pode conferir as obras de terça a sábado, das 11h às 19h; e domingos e feriados, das 12h às 18h. 

São Paulo, janeiro de 2023 – O Paço das Artes – instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo – realiza, em parceria com Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, a mostra comemorativa Nova Fotografia 10 Anos. São exibidos 60 trabalhos de fotógrafos contemplados pela convocatória do MIS, que se distinguem pela qualidade e inovação. Com entrada gratuita, a exposição recebe visitantes de terça a sábado, das 11h às 19h; e domingos e feriados, das 12h às 18h.

A mostra traz a diversidade e amplitude de técnicas, temas e abordagens características das obras do Nova Fotografia, uma das mais importantes convocatórias dedicadas ao setor. Os trabalhos revelam traços do cotidiano de cidades e povos, curiosidades e peculiaridades de dinâmicas socioculturais e mostram experimentações analógicas e digitais.

A edição comemorativa vai apresentar uma obra de cada um dos artistas selecionados entre 2012 e 2021, oferecendo uma retrospectiva dos primeiros dez anos do projeto, responsável por difundir e abrir espaço no circuito cultural para novos artistas. Vale ressaltar que todos os trabalhos presentes na mostra integram o Acervo MIS.

“Ambas as instituições, Paço das Artes e MIS, são reconhecidas por difundir e incentivar a participação de novos artistas no cenário cultural de São Paulo. Esta edição comemorativa reforça, mais uma vez, a importância dessa parceria para o reconhecimento dos jovens artistas brasileiros”, afirma Marcos Mendonça, diretor-geral do MIS, MIS Experience e Paço das Artes.

Confira alguns destaques da exposição

A realidade dos palestinos e israelenses em Tel Aviv, Jerusalém, é apresentada em “Entre muros e ideias”, de Marcos Muniz. A fotografia aborda o debate sobre o conflito entre os povos, enraizados e inerentes no cotidiano. “A pluralidade cultural e étnica de Jerusalém reforça a discussão de que é preciso reatar os laços seculares de dois povos manchados por conflitos e desentendimentos”, cita o artista. Registros de visitas ao continente africano e asiático fazem parte do trabalho “Bazares”, de Silvio Piesco. O fotógrafo passou por inúmeras cidades e vilarejos, registrando histórias e expressões culturais de dezenas de bazares e feiras.

“Bazares”, de Silvio Piesco, apresenta registros fotográficos de viagens aos continentes africano e asiático. (Crédito: Silvio Piesco/Acervo MIS)

Em “Metrópolis”, tributo ao filme de mesmo nome dirigido por Fritz Lang, em 1917, o fotógrafo Marcus Laranjeira utiliza construções e projetos urbanísticos para propor uma nova interpretação da cidade de São Paulo. Flávia Junqueira participa da retrospectiva com “Balões”, que propõe a discussão entre os universos “real” e “ideal”. Neste trabalho, a artista apresenta objetos presentes na realidade que se misturam com a memória e a imaginação.

“Balões”, de Flávia Junqueira, apresenta imagens dos universos “real” e “ideal”. (Crédito: Flávia Junqueira/Acervo MIS)

O fotógrafo Guilherme Botelho mostra a relação do indivíduo com o entorno em “Voltar ao lugar onde se foi feliz”. Com fotografias produzidas em Paris, França, o artista investiga a conexão do sujeito com lugares cotidianos, mostrando um olhar sobre o espaço em que cada um habita, “Essa diversidade de cenários corresponde à intenção de transitar entre espaços urbanos, rurais, desérticos, litorâneos e paisagens de diferentes culturas”, descreve Guilherme. O reggae, muito presente na cidade de São Luís, no Maranhão, é tema do trabalho “Radiolas”, de Felipe Larozza. O fotógrafo registrou diversas radiolas – equipamentos de som formados por DJs, montadores e aparelhagens com potentes amplificadores de som.

Paula Clerman traduz a aparência dos estadunidenses em “Beleza americana”. A fotógrafa expõe suas observações sobre como a beleza é tratada no país norte-americano. “Unhas e cílios postiços, cabelos coloridos, amarrados e soltos, tudo é válido”, afirma Paula. A fotógrafa Gordana Manic participa da mostra com o trabalho “Réquiem”, marcado pela utilização de tempos de exposição longos para a movimentação frente à câmera, resultando na criação de imagens desfocadas.

À esq.,” Beleza americana”, de Paula Clerman, à dir., “Réquiem”, de Gordana Manic. (Crédito: Paula Clerman e Gornada Manic/Acervo MIS)

“Tipos”, de Fernando Banzi, apresenta fotopinturas digitais produzidas em retratos do fotógrafo Alberto Henschel – responsável por registros do Rio de Janeiro e da monarquia brasileira durante o reinado de D. Pedro II. Em seu trabalho, Fernando utiliza retratos de negros e negras alforriados, produzidos por Henschel em Recife e Salvador em 1860, e ressignifica a questão histórica relacionada à população negra brasileira. A presença dos muçulmanos de origem africana na sociedade brasileira é apresentada em “Tarikh al-Brasil”, de Marcelo Schellini. O projeto reúne olhares, mãos que seguram um Alcorão, um copo escrito "eu amo Islã", entre outras temáticas.

“Tarikh al-Brasil”, de Marcelo Schellini. (Crédito: Marcelo Schellini/Acervo MIS)

 

As consequências do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana, Minas Gerais, são mostradas em “Silêncio”, de Stess Panissi. “Fotografias dominadas pelo tom de marrom da lama permeiam o projeto. O trabalho procura dar visibilidade a uma parte oculta da catástrofe, mostrando o cenário de Paracatu de Baixo, um subdistrito de Mariana que pouco apareceu na mídia”, afirma.

“Silêncio”, de Stess Panissi, mostra os efeitos do rompimento da barragem da mineradora Samarco em Minas Gerais. (Crédito: Stess Panissi/Acervo MIS)

Convocatória Nova Fotografia

Realizada há 11 anos, a iniciativa do MIS de São Paulo consiste na seleção de trabalhos e difusão de novos artistas no cenário artístico brasileiro. Além de exibição em seu espaço, esses projetos também passam a fazer parte do acervo físico e digital do museu. Para a edição de 2023, serão selecionados até seis projetos fotográficos e dois suplentes. Os trabalhos devem ser inéditos e dialogar com outras linguagens artísticas, sendo a fotográfica o objeto principal – o resultado da convocatória será divulgado no site do MIS em janeiro de 2023. A programação é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e Museu da Imagem e do Som. A programação tem apoio institucional das empresas Kapitalo e Vivo na categoria ouro e Tozzini Freire Advogados, Shimano, PWC e Bain&Company na categoria prata.

SERVIÇO

Exposição “Nova Fotografia 10 anos” no Paço das Artes

Período: de 27 de dezembro de 2022 a 19 de fevereiro de 2023

Funcionamento: terças e sábados, das 11h às 19h; domingos e feriados, das 12h às 18h

Classificação indicativa: Livre

Entrada gratuita

PAÇO DAS ARTES Rua Albuquerque Lins, 1345 – Consolação – São Paulo/SP www.pacodasartes.org.br

fonte: Agência Galo

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

exposição “FESTA!” - Luiz Lemos - BH - MG

 

“FESTA!”: Exposição de Luiz Lemos reflete sobre apocalipses a partir de pinturas e instalações multcoloridas

Obras do artista mineiro ressaltam caráter festivo de recomeços após catástrofes e frustações; com entrada gratuita, exposição acontece no Centro Cultural Usina da Cultura, em Belo Horizonte, entre os dias 20 de janeiro e 25 de fevereiro


Instigado por um espirituoso prisma capaz de olhar as hecatombes do mundo e os momentos caóticos da vida de forma mais altiva, o artista visual mineiro Luiz Lemos inaugura a exposição “FESTA!”, aberta a partir do dia 20 de janeiro (sexta-feira), no Centro Cultural Usina de Cultura, em Belo Horizonte, com entrada gratuita. O trabalho traz pinturas e instalações de cores vibrantes, além de provocativas frases-poema, em uma composição artística que busca cultivar as formas festivas de lidar com os destroços pós-apocalípticos da condição humana. Durante a exposição, Luiz Lemos vai ofertar dois cursos e uma palestra online com a curadora Gabriela Carvalho e artistas convidados. As informações sobre datas e inscrições ainda serão divulgadas pelo artista em suas redes sociais.

 

O embrião da nova exposição de Luiz Lemos surgiu na pandemia, em seu núcleo familiar, no período rígido de restrições, quando o artista ficou isolado em uma casa com uma construção inacabada, repleta de entulhos e desordem. “Além de estarmos vivendo a pandemia, tivemos que tocar uma obra de construção abandonada por uma empreiteira que nos passou para trás. Afastado de quase tudo, mantendo apenas a família perto, mapeei que o modo de habitar o mundo de minha família é festivo, colorido e vibrante. Em ‘FESTA!’, olho para dentro de minha existência e de minha família em nossos modos e exalto-os como uma saída ao fim do mundo que vivemos coletivamente”, diz Luiz.

 

Motivada por essa forma de lidar com o fim do mundo, incluindo nesta definição desde as subjetividades miúdas até as grandes tragédias, “FESTA!” apresenta pinturas criadas com técnicas diversas, como acrílica e óleo sobre tela ou madeira, nas quais até as imagens soturnas da noite carregam toques solares de esperança. Isso porque as paisagens de Luiz Lemos conferem aos apocalipses uma vibrante euforia de tintas, responsáveis pela representação de céus sempre em festa, habitados por estrelas, luas e sóis de alegria, como uma exaltação de símbolos transcendentais que servem de abrigo para situações ásperas da vida.

 

“Nas ficções científicas que tratam de uma existência pós-apocalipse, as imagens são sempre devastadoras: prédios em escombros, poeira, radiação, abandono. Nessas mesmas ficções, o céu é refúgio para os que vivem no caos da destruição, O céu parece intocável e, por vezes, imutável. A vontade dessa paisagem celeste é olhar para cima, para o intocável e perene que dialoga e difere do caos terreno”, explica Luiz.

 

Além das pinturas, “FESTA!” expõe instalações que provocam mais questionamentos sobre as ruínas humanas, em cenários outra vez alimentados por cores marcantes. Em uma das obras mais chamativas, latas de tinta antes acinzentadas convidam o público a reparar velhos objetos de metal por uma perspectiva afetiva das cores, após serem tingidas com pigmentos nostálgicos, em referência, por exemplo, à época de ouro das pinturas automotivas psicodélicas, como as edições super verde do Ford 87 ou amarelo-manga do Fusca 71. Já em outra instalação, enxadas amarelas estão penduradas por cordas em uma telha verde, em nítida alusão à bandeira nacional, como espécie de representação direta dos necessários projetos de reconstrução do país.

 

“Essa relação de habitar um pós-apocalipse está diretamente ligado com nossa política contemporânea e com a esperança do que está por vir – vivemos por vários anos com uma antipolítica que afetou e afeta diretamente e diariamente nossas vidas”, justifica Luiz. “As instalações são compostas de agrupamentos de latas, telhas de amianto, materiais de construção, objetos achados e outros que permeiam minha vida, como objetos de coleções dos meus pais. O futuro que busco construir com os restos é um desejo de festa, um desejo de cor, de luz, de som e de intensidade”, completa o artista.


A exposição “FESTA” é realizada por meio da Fundo Municipal de Cultura, com design assinado pela artista Esther Az. O trabalho conta com um catálogo de imagens do processo criativo, além de textos do próprio artista, da curadora Gabriela Carvalho, dos curadores Eduardo de Jesus e Fabíola Rodrigues, com trechos redigidos com a caligrafia da mãe de Luiz Lemos, Fátima Lemos.

 

Sobre Luiz Lemos


Natural de Belo Horizonte (MG), Luiz Lemos tem graduação em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes (EBA) da UFMG e mestrado em Estudos de Linguagem. Atuante há mais de 10 anos na cadeia produtiva das artes visuais, é idealizador e gestor da iniciativa cultural Casa Camelo.

 

Sua pesquisa se estabelece na integração de pinturas e instalações para criação de séries que esvaziam, repetem e conflitam símbolos cotidianos em busca de estabelecer um território visual que imagine uma paisagem após o fim do mundo, em um pós-apocalipse tropical com restos, cores, luas, estrelas e luzes.


Entre trabalhos individuais, realizou as exposições "FESTA!" (Usina de Cultura, 2022); Dias de Calor (CCUFMG, 2019); Dissol(vendo)Palavras (BDMG, 2017); Hiato (Memorial Minas Gerais Vale, 2016).


SERVIÇO

Abertura da exposição “FESTA!”, de Luiz Lemos

Onde. Centro Cultural Usina de Cultura (Rua Dom Cabral, 765 - Ipiranga)

Quando. De 20 de janeiro a 25 de fevereiro

Quanto. Entrada gratuita

Visitação. De terça-feira a sábado, das 9h às 17h. O agendamento para visitação de grupos com equipe educativa é feito pelo e-mail casacamelo.arte@gmail.com


Luiz Lemos nas redes

 
 

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fonte
fonte: Floriano Comunicação