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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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quarta-feira, 15 de maio de 2024

Exposição "Num Instante" - Fernanda Gontijo - GAL - BH MG

A Primeira Palavra do Corpo
Fernanda Gontijo


Abertura da individual acontece na quinta-feira (23/05) na GAL, em Belo Horizonte

Inaugura na próxima quinta-feira (23/05), na GAL Galeria, a exposição "Num Instante" da artista Fernanda Gontijo. Com curadoria de Marina Romano (texto curatorial abaixo), a mostra apresenta uma seleção de trabalhos recentes em pintura, desenho e colagem, além de uma obra site-specific

"O ponto de partida foi uma experiência de grande ventania que vivenciei em Belo Horizonte, enquanto caminhava pelas ruas do centro. Fui surpreendida por uma forte corrente de vento que, num instante, levantou muita poeira e outros fragmentos invisíveis ao olhar acostumado de quem passa por ali no dia a dia. De repente, tudo estava suspenso no ar, girando, eu mal conseguia manter os olhos abertos. Não durou muito tempo, mas depois daquele instante nada estava mais como antes. Um giro, é o que pretendo mostrar na galeria através de fragmentos coletados durante caminhadas no hipercentro de BH, em composição com trabalhos feitos em ateliê e fragmentos do próprio ateliê" conta Fernanda.

"Num Instante" pretende refletir a força e delicadeza daquele momento, tornando visíveis elementos antes imperceptíveis e como a fugacidade de um instante pode mudar toda nossa percepção do mundo.

 

Sobre Fernanda Gontijo

Artista visual e designer gráfica, tem se dedicado à pesquisa e ao fazer artístico com interesse especial pelo resto como potência poética e matéria de criação e as relações entre palavra e imagem. Através do desenho, da colagem, da pintura e da fotografia, explora diversas materialidades e texturas, incorporando fragmentos do seu cotidiano e da paisagem urbana, investigando a natureza experimental construtiva do processo criativo.

É formada em Comunicação Social, pós-graduada em Processos Criativos em Palavra e Imagem e em Artes Plásticas e Contemporaneidade pela Escola Guignard (UEMG). Em 2020 sua pesquisa foi contemplada pela Lei Aldir Blanc do Governo do Estado de Minas Gerais. Apresentou a exposição individual “Quando o tempo para e cai para todos os lados”, em 2021, no Café com Letras (BH/MG). Participou da mostra coletiva “Temporada de Verão”, na Casa Gal, e apresentou a exposição individual “Vejo os Meus Próprios Olhos” em 2022, também na Casa Gal (BH/MG). Em 2023 participou da exposição coletiva “Cultivando Incertezas” na Galeria da Escola Guignard.

 

Serviço

Exposição "Num Instante" de Fernanda Gontijo

Local: GAL - Rua Groenlândia, 50 - Sion 

@gal.art.br 

Abertura: 23/05 (quinta-feira)

Encerramento: 13/07 (sábado)

Horário de visitação: 

terça a sexta-feira: 14h - 18h30 / 

sábado 10h - 14h 

visitas em outros horários disponíveis sob agendamento

tel/ whatsapp: 31 9370-8998

Entrada Gratuita



Texto curatorial - Marina Romano

“A recriação do mundo é um evento possível o tempo inteiro.”

Ailton Krenak

 

A potência de vida da ação tem o efeito de movimento constante – subitamente, uma eventual reviravolta pode perturbar a norma e alterar tudo aquilo que era conhecido. Bastou um instante para que uma ventania repentina levasse pelos ares as coisas que estavam no chão, inertes. Fernanda Gontijo recorda esse episódio, vivido em uma de suas caminhadas pela cidade. Quando pousaram, depois de girarem em redemoinho, os vestígios da vegetação, de pessoas e das construções voltaram para o solo em outra organização, como novos rastros. 

O momento de suspensão no ar é carregado de incerteza e reflete a experiência da vida no mundo, em sua condição efêmera e instável. Para enxergar esse breve retrato em uma espiral de vento na rua, é preciso a prática de uma atenção sensível à simplicidade do cotidiano. Num Instante apresenta os trabalhos como produtos da atenção inequívoca à aparente banalidade dos fragmentos de matéria no espaço urbano. 

Em sua obra, a artista constrói imagens com a intenção de criar corpos para existir no mundo, manifestando sua própria existência impermanente. Para fazer isso, versada nos modos da colagem, costuma misturar uma variedade de materiais, abordando o papel, o tecido e a tela com canetas, lápis, spray, nanquim, acrílica, guache e o que mais encontrar no ateliê, de pedaços de fita-crepe usada a cascas de parede. Com cuidado, recoloca os objetos e suas histórias pregressas em novos contextos, um procedimento que usa o próprio corpo como um ponto na trajetória de vida de outro. 

A pintura traz esse gesto, imprimindo no campo pictórico o resultado, em escala real, do percurso das pernas e braços pelas ruas. E, por onde se olha, a presença da cor é quase espontânea, em composições suaves e equilibradas, como registros de uma memória agradável da paisagem. Em um dos trabalhos, o lençol que amparava o repouso, vai para o ateliê e vira território da ação. Em outro, o papel que sai da mesa para o chão, apoiando os impulsos de um corpo que dança. Tudo está em movimento. 

Para Fernanda Gontijo, o hábito de incorporar à obra aquilo que é da ordem do comum, sem esconder o erro e a imperfeição, parte do desejo de poder existir de forma mais verdadeira, ainda que pouco articulada. Nesse sentido, as caminhadas trazidas em relatos visuais nesta exposição servem como meios para observar e coletar materiais, ou como objetivo em si, em uma ação que é notavelmente ordinária. Assim, essa produção narra trajetos por entre os locais que ela habita e aqueles que frequenta, acolhendo os restos e propondo sentidos daquilo que sobra do fluxo de vida pela cidade, em transformações contínuas.

terça-feira, 14 de maio de 2024

exposição Janelas - Elvis Mourão - Galeria Alma da Rua I - SP


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Elvis Mourão

 Explorando o Universo das Janelas: A Arte de Elvis Mourão na Galeria Alma da Rua I

Reflexões Urbanas e Expressões Culturais: uma jornada pela história da Street Art


Galeria Alma da Rua I expõe "Janelas", apresentando as obras do artista urbano paulistano, Elvis Mourão. Sob a curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap, a mostra estará em exibição de 18 de maio a 26 de junho, convidando o público a explorar os ricos paralelos entre a arte urbana contemporânea e a história cultural.

Elvis Mourão, reconhecido por suas icônicas imagens de monstrinhos que transcendem o espaço urbano, traz à vida a essência das janelas noturnas da cidade em uma série envolvente e provocativa. Em suas palavras, ele descreve a inspiração por trás de sua obra como uma jornada de descoberta pelas ruas, onde cada janela revela uma narrativa única, cada sombra esconde um segredo, e ele, um observador atento, tece esses fragmentos de vida na tapeçaria de sua arte.

Ao longo de sua trajetória, Elvis Mourão tem desafiado as convenções artísticas e explorado os limites da expressão urbana, consolidando-se como uma figura de destaque tanto no Brasil quanto no exterior. Sua capacidade de capturar a essência da vida urbana e transformá-la em uma forma de arte acessível e significativa é um testemunho do poder transformador da criatividade e da imaginação.

Originário do cenário do graffiti de rua, o trabalho de Elvis Mourão evoluiu além das fronteiras do Brasil, sendo celebrado internacionalmente em diversas formas, desde colaborações com marcas de renome até intervenções em espaços públicos emblemáticos, como as paredes de Venice Beach e Wynwood. Sua abordagem versátil e holística para a apropriação de espaços eleva sua obra além da mera decoração, transformando-a em uma expressão eloquente dos sentimentos humanos, personificados em criaturas encantadoras que convidam o espectador a uma jornada emocional.

"Janelas" na Galeria Alma da Rua I oferece uma oportunidade única para um mergulho no universo vibrante e provocativo de Elvis Mourão, enquanto reflete sobre o papel da arte urbana na construção da identidade cultural e na narrativa da cidade moderna.

 

 

Exposição: “Janelas”

Artista: Elvis Mourão

Curadoria: Tito Bertolucci e Lara Pap

Abertura: 18 de maio – sábado – às 14 hs

Período: de 18 de maio a 26 de junho de 2024.

Local: Galeria Alma da Rua I

Endereço: Rua. Gonçalo Afonso, 96 – Vila Madalena, São Paulo

Tel.: (11) 96196-4727

Horário: Segunda a domingo, das 10 às 18h

fonte: Balady Comunicações

segunda-feira, 13 de maio de 2024

exposição MACUNAÍMA - Mario de Andrade - A Imagem e a Palavra - MACC - Campinas - SP

 


O MACC tem o prazer de convidá-los para a exposição de reabertura.

 

exposição reúne obras de 33 artistas, com várias técnicas: aquarela,  óleo sobre tela, desenho, técnica mista, digital, fotografia, colagem, gravura, cerâmica, instalação e um vídeo. Cada artista escreveu um pequeno texto, localizado ao lado de cada trabalho, sobre que o comoveu e o provocou na leitura de Macunaíma, romance modernista de Mário de Andrade publicado em 1928.

A narrativa absorve todas as tradições orais e folclóricas do povo brasileiro, tem caráter épico e é um a metáfora de um povo em formação.

Macunaíma, o personagem sem "nenhum caráter", traz o retrato de um Brasil multiforme, plural de culturas, povos e línguas. Destaca o conflito entre cidade e natureza, sugerindo que a redenção da civilização pode advir de uma reaproximação com o mundo natural que hoje enfrenta desafios significativos devido à exploração humana e às mudanças climáticas.


Exposição A Imagem e a Palavra: Macunaíma - Mário de Andrade

Data: de 18 de maio a 18 de julho de 2024

Local: MACC Museu de Arte Contemporânea de Campinas - SP

Horário de funcionamento: Terça a sexta, das 9h às 17h - sábado das 11h às 15h

Entrada gratuita 

Classificação: Livre 

Agendamentos através do telefone - (19) 2515-7095 ou pelo email - cultura.macc@campinas.sp.gov.br

exposição Vera Rossi e Sérgio de Moraes - GRAPHIAS - SP

 


exposição Lambanca - Galeria Alma da Rua II - SP

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"Lambança”: a Expressão Urbana de Deddos na Galeria Alma da Rua II

Mostra que traça paralelos entre a Arte Urbana e Movimentos Culturais Contemporâneos

Galeria Alma da Rua II, entre os dias 11 de maio e 12 de junho, será palco da exposição "Lambança", uma imersão na expressão artística urbana do artista Deddos. Com curadoria de Tito Bertolucci e Lara Pap, a mostra oferece uma oportunidade ímpar para os apreciadores da arte contemporânea explorarem as raízes da cultura urbana e suas influências na sociedade moderna.

Deddos, nome artístico de Renan Carlos Albaquiara, é um talento nato do bairro do Cambuci, berço de inúmeras referências na arte de rua. Desde sua incursão no universo artístico em 1999, Deddos tem se destacado por sua abordagem singular no estilo lambe-lambe, uma forma de expressão que lhe permite traduzir sua visão artística diretamente para as ruas e, agora, para as paredes da galeria.

Inspirado pelos mestres do cubismo como Picasso, Matisse e Miró, bem como pelo surrealismo de Salvador Dalí, Deddos encontrou em suas obras a liberdade para criar uma identidade única. Em suas próprias palavras, ele destaca o desafio de Picasso: "Se você quer ser um artista diferenciado, crie a sua própria identidade e não copie nada de ninguém". Assim, os personagens marcantes de Deddos, com seus dedos distintivos, ganham vida em telas, stickers e lambe-lambes, carregando consigo o espírito rebelde e inovador da arte urbana.

"Lambança" não é apenas uma exposição, é uma manifestação artística que ecoa os ruídos da cidade, retratando seus aspectos caóticos e complexos. Nas palavras do próprio artista, "Todo e qualquer fato para mim, se transforma em desenho", uma prova do seu compromisso em dar voz aos elementos cotidianos que muitas vezes passam despercebidos.

Ao adentrar o universo lúdico de Deddos, o público é confrontado com a dualidade da arte urbana: para alguns, vandalismo; para outros, pura expressão artística. No entanto, o objetivo final permanece o mesmo: provocar e despertar sentimentos, desafiando as percepções convencionais da arte e da sociedade.

Deddos compartilha sua emoção pelo momento, afirmando: "Esta é minha primeira exposição em uma galeria de arte e estou muito feliz em poder realizar um grande sonho que é expor na galeria Alma da Rua".

A exposição "Lambança" promete ser uma experiência enriquecedora para os amantes da arte urbana e para aqueles que buscam uma reflexão sobre os temas contemporâneos que permeiam nossa sociedade.

 

SERVIÇO

Exposição: “Lambança

Artista: Deddos

Curadoria: Tito Bertolucci e Lara Pap

Abertura: 11 de maio – sábado – às 14hs

Período: de 11 de maio a 12 de junho

Local: Galeria Alma da Rua II

Endereço: Rua Medeiros de Albuquerque, 188 – Vila Madalena, São Paulo

Tel.: (11) 96196-4727

Horário: Segunda a domingo, das 10 às 18h

 

Site: www. galeriaalmadarua.com.br

Email: contato@galeriaalmadarua.com.br

Instagram: https://www.instagram.com/galeriaalmadarua/

Facebook: https://www.facebook.com/galeriaalmadarua

 

 

·         a galeria

Galeria Alma da Rua, idealizada e criada pelo empreendedor Tito Bertolucci em 2015 e sediada na Vila Madalena, tem se destacado como um espaço dedicado prioritariamente à promoção da street art no Brasil. A essência da galeria reside na colaboração com artistas que atuam nas ruas, não apenas de grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, mas com abrangência nacional. Tito Bertolucci expressa sua intenção de ampliar ainda mais essa diversidade geográfica, buscando representantes da arte urbana de todas as regiões brasileiras e também no plano internacional.

street art, caracterizada pela expressão artística em espaços públicos, como muros, fachadas de prédios e viadutos, é uma manifestação cultural que reflete as dinâmicas e identidades das comunidades urbanas. Dentro das instalações da galeria, encontram-se obras de renomados artistas brasileiros como Binho Ribeiro, EDMX, Enivo, Onesto, Pato, Cris Rodrigues, Mari Pavanelli, Gatuno entre outros. Destaca-se também um espaço reservado ao movimento de pichação no Brasil, com obras de Dino e Cripta Djan. Tito Bertolucci enfatiza a postura inclusiva da galeria, que se destaca ao proporcionar visibilidade aos pichadores, oferecendo-lhes um espaço para expressar sua arte sem restrições.

Galeria Alma da Rua emerge como um ponto de encontro essencial para apreciadores de arte e artistas da cultura urbana brasileira. Além de servir como plataforma expositiva, a galeria desempenha um papel fundamental na promoção e valorização da street art, contribuindo para sua consolidação e reconhecimento no contexto artístico nacional.

fonte: Balady Comunicações

exposição Eu Busco a Comunicação - Casa Contemporânea SP

 

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A exposição “Eu busco a comunicação” coloca 11 artistas e seus trabalhos com linguagens variadas questionando: Arte é comunicação?

Comunicar pressupõe o uso de linguagens. A comunicação de um emissor para um receptor é mediada por signos, regras e ordenações, a tal linguagem, onde ambos possuem conhecimento prévio dos elementos mediadores.

Nas artes o termo linguagem guarda algumas especificidades. Ela pode ser um sinônimo de técnica: pintura, desenho ou cerâmica, para ficar nas mais arcaicas; fotografia e instalação, para citar as linguagens mais recentes. Ela ainda é capaz de se subdividir: figurativa, abstrata, clássica ou contemporânea; autoral, escultórica ou experimental. Cada uma destas linguagens e subdivisões comunica algo. Mas o que é esse “algo”? Como ele surge? E porquê ele parece, muitas vezes, inacessível?

Esta mostra é mais um evento que marca a comemoração de 15 anos de Casa Contemporânea e conta com os artistas Adriana Amaral, Beatriz Sztutman, Cynthia Leitão, Edilaine Brum, Isaac Sztutman, Heloisa Ramalho, Leila Sarquis, Roberta Bottcher, Rogerio Pinto, Selma Fukai e Vitória Kachar com curadoria de Marcelo Salles.
 
SERVIÇO

Exposição Eu Busco a Comunicação
Curadoria: Marcelo Salles
Artistas: Adriana Amaral, Beatriz Sztutman, Cynthia Leitão, Edilaine Brum, Isaac Sztutman, Heloisa Ramalho, Leila Sarquis, Roberta Bottcher, Rogerio Pinto, Selma Fukai e Vitória Kachar

Abertura: 11 de maio de 2024 das 11h às 17h

Visitação: de 14 de maio a 15 de junho de 2024
Terça a sexta das 14h às 19h
Sábado das 11h às 17h

CRÉDITOS
Realização: Casa Contemporânea
Produção Executiva: Marcia Gadioli
Comunicação Visual: Rogerio Pinto
Montagem: Marcio Barbosa da Silva
Assistência de Produção: Lara Stasiak

Local: Casa Contemporânea
Rua Capitão Macedo, 370
Vila Mariana – São Paulo – SP – 04021-020

Entrada gratuita

exposição Acabou e Nem Falamos de Amor - Ana Paula Albé, Thelma Penteado e Yara Dewachter - Casa Yara DW - SP-

 

Orgia 8 - Ana Paula Albé

Acabou e Nem Falamos de Amor, nova exposição da Casa Yara DW, revela interseções da poética de Ana Paula Albé, Thelma Penteado e Yara Dewachter

Com curadoria de Henrique Xavier, a mostra é composta de fotografias, intervenções textuais e uma performance que ganhará as ruas do entorno da galeria sediada no bairro de Pinheiros, em São Paulo  

Com abertura em 18 de maio de 2024 e visitação até 13 de julho, Acabou e Nem Falamos de Amor, a nova exposição da Casa Yara DW ocupará a galeria intimista de Yara Dewachter reunindo obras da própria anfitriã e de outras duas artistas, Ana Paula Albé e Thelma Penteado. Com curadoria de Henrique Xavier, a mostra estabelece diálogos entre a poética das três artistas a partir da junção de séries de fotografias, intervenções textuais e a performance Eu Queria Ser Ela, uma investigação sobre os anseios e frustrações do universo feminino desenvolvida por Yara que ganhará as ruas do entorno da galeria que recentemente completou um ano de abertura e se localiza no bairro de Pinheiros, em São Paulo.  

 

“Uma atenciosa retratista da realidade das mulheres, tendo em suas obras já muito se multiplicado nelas e sempre interpretando tantas outras, em Eu Queria Ser Ela Yara retrata e narra não apenas a história de seus sonhos, mas como cada uma dessas sete mulheres se perdeu ou se encontra tão longe desses sonhos”, explica o curador da mostra, Henrique Xavier.

 

Elaborada a partir de sete retratos feitos por Yara de mulheres anônimas flagradas de costas e caminhando por diferentes ruas, a performance será realizada por sete mulheres que contarão suas histórias em voz alta enquanto carregam estandartes com essas fotografias estampadas em voil, um tecido fino e translúcido.

 

“Nas fotografias, Yara cuidadosamente elabora um rico desfile do dia a dia, em que as mulheres tentam se perder nas ruas para acalmar seus pensamentos. De costas, seus rostos jamais são vistos, mas você pode imaginar as expressões estampadas em suas faces a partir das histórias que estão sendo contadas”, complementa Xavier.

 

A apropriação da arte como um mecanismo de defesa da potência feminina também salta aos olhos nas criações de Ana Paula Albé, como em Monstronauma imponente mulher integralmente pintada de preto e com cerca de quatro metros de altura, que estampará uma das paredes e se dobrará no teto do espaço expositivo. A exuberância de Monstrona propositalmente contrasta com uma pequena reprodução em foto em preto e branco de a Carioca, pintura de Pedro Américo, de 1882, que é considerada o primeiro nu frontal feminino em tamanho real da história da arte do Brasil. A apropriação e subversão da consagrada tela feita por Ana Paula, nas palavras do curador de Acabou e Nem Falamos de Amor, é uma oportuna provocação.

 

“A grandiosa imagem de uma mulher nua feita pelas mãos de um homem é transformada pela artista em uma pequena reprodução fotográfica PB como a marcar o lugar ideológico dela nessa invertida história de representações por imagens”, diz.

 

Mind The Gap, a advertência enunciada em inglês para que usuários do metrô não caiam no vão das plataformas de embarque, intitula o conjunto de fotografias produzido por Thelma Penteado. Em 13 obras que retratam paisagens naturais digitalmente fraturadas e também imagens abstratas tiradas do interior de trens em velocidade de onde se vê fragmentos quase não identificáveis das estações, cartazes e túneis por onde eles passam, Thelma desafia o olhar do observador a partir de fotografias que foram obtidas em um processo atípico de seleção: a escolha de imagens imperfeitas.   

 

“Conversando com Thelma, descobri que as imagens foram produzidas com erros técnicos e somente as imagens erradas lhe interessaram. A veloz paisagem é lida erroneamente pelo software de sua câmera, e justamente lá, onde tão importante inteligência artificial em um instante se perde, Thelma enxerga outra paisagem que delicadamente revela que desde dentro algo vacila em nosso presente e futuro na relação tecnológica com as imagens”, conclui Xavier.


Para Yara, a expectativa da abertura de Acabou e Nem Falamos de Amor, e o primeiro contato do público com as proposições elaboradas por ela, Ana Paula e Thelma é um momento de celebração que culmina de um trabalho realizado de forma colaborativa e alicerçado em grandes afinidades entre as três artistas e o curador da mostra.

 

“Desde outubro de 2023, a gente vem desenvolvendo essa exposição em um processo de acompanhamento com o Henrique Xavier. Todo o processo foi muito instigante, ao mesmo tempo cansativo e, às vezes, até desorientador. Mas conseguimos chegar a um bom resultado. Que venha agora a exposição”, conclui.

 

SOBRE YARA DEWACHTER

Natural de São Bernardo do Campo, é uma artista que mergulha na experimentação de matérias primas e narrativas: da fotografia com cera de abelha aos desenhos e objetos de assemblage. Seu trabalho investiga as relações familiares, a projeção do feminino e suas violências a partir da produção e apropriações de imagens frutos das andanças pelas cidades. Com participações em salões de arte, prêmios e exposições internacionais, como em Svendborg, na Dinamarca, Yara continua a expandir seu alcance artístico. Por nove anos à afrente do Grupo Aluga-se, organizou mais de 30 exposições, ações e iniciativas itinerantes em diversos Estados brasileiros. Sua série Eu Queria Ser Ela, iniciada em 2013, captura a beleza e a poesia das mulheres em suas jornadas diárias por ruas e territórios. Seu compromisso com a representação do feminino também se reflete em projetos como Camélias, uma série de desenhos retratando uma centena de mulheres da história brasileira. Atualmente, lidera a Casa Yara DW, um espaço que vai além de seu ateliê e abriga exposições, cursos de arte e eventos culturais. Em sua mais recente publicação, Vira-lata, lançada em 2022, Yara une suas imagens e textos a performances, evidenciando sua transição da publicidade para a arte.

 

SOBRE ANA PAULA ALBÉ

Como artista visual, Ana tem o corpo como ponto de partida de trabalhos que usualmente entrelaçam as linguagens da fotografia e do vÍdeo. É doutora em Poéticas Visuais pela ECA/USP e editora idealizadora da Piscina Pública Edições. Há oito anos conduz oficinas de fotografia principalmente nas unidades do SESC-SP.

Recebeu os prêmios I Concurso de Arte Contemporânea do Itamaraty 2011 (Aquisição), DIVA 2010 (Residência artística em Copenhagen) e a bolsa de

Intercâmbio e Difusão Cultural do MinC/Brasil 2009. Participou do XI Salão da Fotografia 2008 MARP_Ribeirão Preto/ SP, Festival Panorama 2008 – RJ, Festival de Dança de Recife 2008 – PE e Mostra SESC de Artes 2008 – SP, além de mostras individuais e coletivas no Brasil e no exterior.

 

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SOBRE THELMA PENTEADO


Artista visual, engenheira agrônoma de formação (Esalq/USP) e reside em São Paulo.

Sua pesquisa artística se orienta na fotografia e se utiliza de repetições e inventários para fazer conexões entre os universos temáticos da paisagem, da memória e do ordinário. Entende a repetição como uma ferramenta para deslocar limites e objetos comuns para um lugar de questionamento renovado. Nos últimos trabalhos, tem se dedicado ao estudo da paisagem, encarando-a como um veículo em movimento, aberto à influência do olhar, da memória e das emoções. Atualmente participa do grupo de estudos avançados em fotografia do Ateliê Fotô, com os orientadores Fabiana Bruno e Eder Chiodetto e do acompanhamento de artista com Henrique Xavier na Casa Yara DW. Também participou de exposições coletivas em importantes galerias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

 

SOBRE HENRIQUE XAVIER


Henrique P. Xavier dedica-se a projetos, principalmente na interface e mistura entre filosofia, artes visuais, literatura e política. É doutor em Filosofia pela USP e possui graduação em Artes Visuais pela mesma universidade. Atualmente, desenvolve extensas pesquisas sobre as obras do artista visual Carlos Fajardo, do romancista James Joyce e da filósofa Marilena Chauí. Em relação a Fajardo, artista de quem desenvolveu uma série de curadorias, está terminando a organização e autoria de um livro para a Editora Cosac (antiga Cosac Naify). Em relação a Joyce, coordena a Coleção rolarriuana acerca da obra do escritor irlandês para a Ateliê Editorial e está finalizando uma tradução a 18 vozes do romance

Ulysses,

tendo selecionado 18 escritores brasileiros para a tarefa, um para cada capítulo do livro

.

Em relação a Chauí, está organizando o volume de seus escritos sobre arte e estética para Coleção Escritos de Marilena Chaui na editora Autêntica. É professor em um seminário semanal sobre arte contemporânea, tendo já ministrado cursos na USP e UNESPAR; faz acompanhamento de projetos e trabalhos de arte; e, também, atua com curadoria, tendo desenvolvido exposições para o SESC-SP, Museu Oscar Niemeyer, Instituto Ling, Galeria Camargo Guarnieri e Baró Galeria, entre outros.


SERVIÇO


Acabou e Nem Falamos de Amor


Abertura da exposição: 18 de maio de 2024, das 14h às 18h

Encerramento da mostra: 13 de julho de 2024

Horários de visitação: de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h


Casa Yara DW


Rua Costa Carvalho, 52

www.casayaradw.com.br


Instagram: @casayaradw