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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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quinta-feira, 13 de abril de 2023

Itinerância da exposição Rios DesCobertos - Dos Jerivás aos Pinheiros chega ao Sesc Interlagos - SP


Rios DesCobertos - Dos Jerivás aos Pinheiros, Sesc Santo Amaro. Foto: Matheus Jose Maria

A mostra, que apresenta o Rio Pinheiros, estará em cartaz de 15 de abril a 10 de dezembro na unidade que ocupa uma área de 500 mil m² às margens da Represa Billings

Dos Jerivás aos Pinheiros é a oitava edição do projeto de sensibilização socioambiental Rios DesCobertos, proposto pelo Estúdio Laborg e realizado pelo Sesc São Paulo. A iniciativa, criada em 2016 e presente desde então em diversas unidades do Sesc, pesquisa e apresenta ao público a extensa bacia hidrográfica da cidade de São Paulo, em quase sua totalidade já escondida e coberta por ruas e avenidas. Nesta exposição, o Rio Pinheiros é navegado de forma provocadora e interativa, recriando as trilhas que levaram a história de um dos mais importantes cursos d'água da cidade ao desconhecimento.

Rios DesCobertos – Dos Jerivás aos Pinheiros remonta a história do Rio Pinheiros e as mudanças nas bacias hidrográficas dos rios desde a chegada dos portugueses em nosso território. A exposição discorre sobre o passado pré-colonial e a forma como os povos indígenas se relacionavam com o rio. Muito diferente do rio que conhecemos hoje, o Pinheiros dos tempos coloniais era chamado de Jurubatuba, que significa “terra dos Jerivás” – o rio era, de fato, cercado por muitas palmeiras Jerivás. O atual nome foi dado pelos jesuítas que criaram um aldeamento indígena e o batizaram de Pinheiros – desta vez, por conta da grande quantidade de araucárias que havia na região. Foi a partir da presença dos colonizadores que o curso do rio sofreu alterações para favorecer os processos de urbanização. Os impactos que a mudança do rio gerou são, também, discutidos na exposição.

Na mostra, artistas, pesquisadores, professores e designers se utilizam de recursos artísticos e tecnológicos para uma viagem no tempo pela história deste que é um dos principais rios de São Paulo. A proposta é provocar um olhar cuidadoso para a relação do processo de urbanização da cidade com o rio, a partir de uma abordagem territorial, desde suas nascentes até a sua foz, considerando os aspectos físicos, biológicos, geográficos e geomorfológicos, antropológicos e ambientais. Por meio de recursos lúdicos em arte multimídia, a exposição sugere resgatar relações afetivas e reconexão com o rio, traçando uma topografia ampla que revela a vitalidade dessas águas e as interferências humanas que a ladeiam. Através de um trabalho de sensibilização do público para os cursos d’água que desapareceram, o projeto busca resgatar a memória afetiva e a empatia da população para os nossos rios. “É um trabalho de resgate”, afirma Charlie de Oliveira, diretor e fundador do Estúdio Laborg. “Ao explorarmos a história do Rio Pinheiros nos deparamos com uma diversidade de identidades e culturas que atravessaram o rio ao longo do tempo. Primeiro foram os povos originários, depois os colonizadores, a mão de obra escrava africana, os imigrantes. Resgatar essa trajetória nos dá a dimensão da importância dessa história na formação de identidade do paulistano”, complementa.

Rios DesCobertos – Dos Jerivás aos Pinheiros procura dar conta da contextualização histórica do rio, que extravasa o curso d’água que atravessa a cidade de São Paulo: ele começa na Serra do Mar e chega até a capital paulista. Um dos propósitos da mostra é reavivar a memória do que já foi o rio e sua importância para as comunidades ribeirinhas que dele se nutriam. E um dos eixos é a acessibilização dos conteúdos para que o povo Guarani visite a exposição se reconhecendo nessa narrativa. Rios DesCobertos – Dos Jerivás aos Pinheiros disponibiliza áudios em tupi-guarani de todas as obras, preservando a tradição oral dessa etnia.

Originalmente montada no Sesc Santo Amaro, entre agosto de 2022 e janeiro deste ano, a exposição Rios DesCobertos – Dos Jerivás aos Pinheiros chega ao Sesc Interlagos ampliando a reflexão sobre o território da represa, em um espaço que possibilita ver, compreender e discutir o processo de urbanização e de relacionamento da cidade com o rio. Trazer a mostra como parte da programação do Sesc Interlagos reforça o compromisso do Sesc São Paulo com a conservação e a recuperação ambiental, com a formação de valores e atitudes para a cidadania norteada pelas ações de educação para a sustentabilidade. Privilegiada pela diversidade ambiental, a unidade de Interlagos reúne remanescentes de Mata Atlântica, mata ciliar, lagos, área de várzea, nascentes, bosque de Araucária, várias outras espécies de árvores nativas, formando um rico abrigo de fauna e importante prestador de serviços ecossistêmicos.

HISTÓRIAS ENTRE LAGOS

Assim como a região onde está inserida, esta unidade do Sesc recebe o nome Interlagos em referência à sua localização: entre dois lagos artificiais, formados a partir das represas Guarapiranga, implantada em 1908, e Billings, implantada em 1927. Importantes mananciais responsáveis pelo abastecimento de água e de energia elétrica de parte da Região Metropolitana de São Paulo. Ao longo dos últimos anos, o Sesc Interlagos desenvolve a recomposição das suas áreas verdes e matas ciliares aliado a um programa de educação socioambiental. Como parte relevante dessa ação, o Viveiro de Plantas, formado por espaços verdes educadores, convida o visitante a interagir com a natureza, sensibilizando-o para a importância das áreas verdes urbanas e para seu papel como agente transformador da cidade. O que permite enriquecer ainda mais a temática da exposição que oportuniza uma viagem no tempo pela história de um dos principais rios da capital paulista.

O QUE ENCONTRAR NA EXPOSIÇÃO

Por meio de instalações, mapa, maquete, projeções, depoimentos e muita história, a mostra utiliza-se de recursos de acessibilidade com audiodescrição, libras, recursos táteis e tradução na língua tupi, instigando o público a percorrer por um vasto conteúdo distribuído por todo o espaço expositivo. As curiosidades, fatos e informações são apresentadas com possibilidade de construção de narrativas diversas pelo próprio visitante proporcionando experiência direta com os conteúdos. Uma maquete topográfica e interativa, marca registrada do projeto, é cuidadosamente iluminada por projeções, apresentando todo o curso do rio Pinheiros e de seus afluentes, desde as nascentes na Serra do Mar até sua foz no rio Tietê.

Por fim, a exposição apresenta a instalação Rio, que mostra as diferentes intervenções de engenharia na bacia hidrográfica do rio Pinheiros, em particular o “Projeto Serra” que alterou definitivamente a forma do rio e a ocupação de suas margens. Obras que foram decisivas para que a cidade chegasse à sua forma atual.

A mostra conta com uma equipe de educação multidisciplinar que conduzirá as visitas mediadas em grupo, cujo principal objetivo promover a educação para sustentabilidade e interação com as escolas.


PROGRAMAÇÃO COMPLEMENTAR

Instalação Água Viva (instalação permanente)

https://www.sescsp.org.br/programacao/agua-viva/

Trilha Billings (para grupos agendados)

https://www.sescsp.org.br/projetos/viva-o-verde/

ESTÚDIO LABORG

Atua no contexto das produções artísticas presentes em museus e exposições, em centros culturais e instituições de ensino. Com 12 anos de experiência na produção de conteúdo expositivo, o Laborg apresenta narrativas envolventes que proporcionam uma melhor compreensão daquilo que se quer transmitir. https://www.estudiolaborg.com.br/lab/rios_descobertos/

CURADORES

Alexandre Gonçalves é Bacharel em Comunicação, com especialização em documentário, produz conteúdo educativo e obras para museus e exposições desde 2007, responsável pela direção de pesquisa e conteúdo do Estúdio Laborg.

Charlie de Oliveira é Diretor e fundador do Estúdio Laborg é especialista em Cultura & Educação pela Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (FLACSO Brasil) é graduado em Publicidade & Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, é artista visual, VJ, diretor de arte e produtor cultural. Foi ilustrador e diretor de arte de programas educativos na televisão como o Telecurso 2000 veiculado pela Rede Globo e Oficinas Culturais na TV, veiculada pela TV Cultura.

SOBRE O SESC

Com 76 anos de atuação, o Sesc – Serviço Social do Comércio conta com uma rede de 45 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania. As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo cerca de 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Mais informações, clique aqui.

SERVIÇO
Exposição: Rios DesCobertos – Dos Jerivás aos Pinheiros
Quando: de 15 de abril a 10 de dezembro de 2023
Horário: quarta a domingo e feriados, das 10h às 16h30.
Local: Hall de Exposições
Acessibilidade: Audiodescrição. Libras. Recursos táteis.
Classificação: Livre
Agendamento de grupos: https://www.sescsp.org.br/agendamentointerlagos

Mais sobre o projeto Rios DesCobertos: https://www.sescsp.org.br/riosdescobertos

SESC INTERLAGOS
Endereço: Av. Manoel Alves Soares, 1100
Horário de funcionamento: Quarta a domingos e feriados, das 09h às 17h.
Acessibilidade: Parcial

fonte:

a4&holofote comunicação