Museu Afro Brasil realiza encontro com artistas da exposição "Africa Africans"
O Museu Afro Brasil, Instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, promove um encontro com os artistas convidados para a exposição Africa Africans, na próxima terça-feira, dia 26 de maio, a partir das 9h30. A mostra coletiva de arte contemporânea africana tem abertura marcada para o dia anterior (25), às 19h. O evento está ancorado na proposta do museu de valorizar a herança e as culturas africanas no Brasil e propõe uma reflexão acerca da atual produção artística do continente.
Além de realizar encontros semestrais com artistas cujas obras estão presentes no acervo e outros encontros e seminários vinculados às suas exposições, o Museu Afro Brasil promoveu, em 2011, o I Encontro Afro Atlântico na Perspectiva dos Museus, cujo objetivo principal foi o de aprofundar o diálogo a respeito das formas e dos caminhos pelos quais a África se fez e se faz presente nas instituições museológicas do Brasil e do mundo.
Com foco na arte contemporânea do continente, o “Encontro com os Artistas – Exposição Africa Africans” visa ampliar a discussão iniciada naquele primeiro Encontro. Os artistas irão dialogar com o público sobre suas trajetórias, obras e processos de criação. Com entrada gratuita, o evento ocorrerá em dois períodos, manhã e tarde. Os interessados devem se inscrever através de mensagem ao e-mail: eventos.educacao@museuafrobrasil.org.br
ABERTURA - Ablade Glover é o artista convidado para abrir o evento. Nascido na cidade de Acra (Gana), Glover se destaca como um dos mais importantes artistas e educadores do continente africano. Sua longa trajetória artística e educacional teve papel marcante no reconhecimento e valorização internacional da arte contemporânea africana, em especial através da atuação da Artists Alliance Gallery, galeria situada em sua cidade natal, fundada e dirigida pelo artista desde 1993.
No 1° encontro da manhã, o público terá a oportunidade de conhecer melhor a obra e a trajetória de três artistas: Bright Ugochukwu Eke, Nnenna Okore e Naomi Wanjiku Gakunga.
Nigeriano, residindo atualmente em Los Angeles, nos Estados Unidos, Bright Ugochukwu Eke já realizou várias exposições nos Estados Unidos e em diversos países da Europa e África. O artista tem sido reconhecido por grandes instalações realizadas a partir de suas experiências autobiográficas, em especial, com relação aos efeitos provocados pela chuva ácida, tanto em si quanto no meio ambiente em seu país de origem.
Australiana de nascimento, Nnenna Okore passou grande parte da vida na Nigéria, onde teve como mentor o artista ganenseEl Anatsui, recém-anunciado vencedor do Leão de Ouro pela Bienal de Veneza. Atualmente reside em Chicago, onde é professora de Artes na Universidade de North Park. Por meio da transformação de materiais como jornais velhos, tecidos, fibras naturais e galhos, utilizando técnicas repetitivas e que exigem um trabalho intensivo, tais como tecelagem, torção, costura, tingimento, entre outras, a artista produz obras que assumem formas dramáticas e imprevistas, abordando criticamente questões relacionadas ao consumo e às culturas de reciclagem em algumas partes da Nigéria.
Naomi Wanjiku Gakunga cresceu entre o povo Kikuyu do Quênia e atualmente vive e trabalha em San Antonio, Texas. Usando em suas obras materiais não tradicionais, como as chapas de metal galvanizado, utilizadas por alguns povos de língua Swahili como material para construção de telhados e paredes, seu trabalho adere ao conceito de Jua Kali, uma expressão Swahili que se refere à ideia de efeitos criados a partir de coisas que foram descartadas.
PROGRAMAÇÃO VESPERTINA - No período do tarde, o artista plástico e fotógrafo londrino Bruce Clarke, filho de pais sul-africanos exilados na Inglaterra, falará sobre seu projeto Les Hommes debout (Os homens de pé), lançado em 2014 para marcar o 20° aniversário do genocídio dos Tutsi no Rwanda. A partir de grandes pinturas de figuras humanas, algumas com até 6 metros, o artista cria instalações nos espaços onde ocorreu o genocídio. Em sua obra, o artista busca um compromisso político com as inúmeras vítimas de violência de todo o mundo.
O encontro será encerrado pela apresentação dos artistas Dominique Zinkpé, Owusu-Ankomah e Soly Cissé, e por um debate final com o público.
Nascido na cidade de Cotonou, Dominique Zinkpè atualmente vive e trabalha em sua cidade natal e em Abomey, ambas no Benim. Seu trabalho percorre um complexo campo de experimentações e materiais, onde tanto questões autobiográficas e históricas, quanto as tradições de seu país, se mesclam por meio de uma poética politicamente envolvida com os problemas das populações africanas.
Soly Cissé é natural da cidade de Dakar, no Senegal, onde também vive e trabalha. Em suas pinturas, de caráter espontâneo e experimental, temas relacionados às tradições africanas e uma profusão de referências da contemporaneidade são articulados.
O terceiro artista a participar deste encontro é Owusu-Ankomah. Natural da cidade de Sekondi, em Gana, o artista reside desde 1986 em Bremen, na Alemanha. Por meio de suas pinturas, temas ligados à espiritualidade do artista são tratados a partir da utilização de um delineado traçado de robustas figuras masculinas, todas sobrepostas por símbolos tradicionais de diferentes culturas e significados.
Segue abaixo a programação completa do encontro:
PROGRAMAÇÃO - 26 de maio
MANHÃ
9h30: Recepção do público
10h: Abertura do Encontro - Ablade Glover (Gana)
10h30-11h30: Encontro 1 - Bright Ugochukwu Eke (Nigéria), Naomi Wanjiku Gakunga (Quênia) e Nnenna Okore (Nigéria).
11h30-12h15: Debate
12h15-14h: Pausa para o almoço
TARDE
14h – 15h: Encontro 2 - Bruce Clarke (Inglaterra / África do Sul)
15h-16h: Encontro 3 – Dominique Zinkpè (Benim), Owusu-Ankomah (Gana) e Soly Cissé (Senegal)
16h-17h: Debate final
17h: Café de encerramento do Encontro
O Encontro terá entrada gratuita e contará com um intérprete em Libras
Informações para a imprensa – Museu Afro Brasil
Informações para a imprensa - Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo
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