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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

VIVA AMERÍNDIA – o futuro é ancestral - Museu das Culturas Indígenas - SP

 

Evento celebra as culturas indígenas brasileiras no MCI. Imagem: divulgação Viva Ameríndia

São Paulo, dezembro de 2024 - Em 07 e 08 de dezembro, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) receberá o VIVA AMERÍNDIA – o futuro é ancestral, uma programação gratuita recheada de música, artes, manifestações culturais e encontros sobre sustentabilidade e ativismo. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.

O Viva Ameríndia contará com uma feira de artes manuais nos dois dias de evento. Artesãs e artesãos de diversos povos originários brasileiros comercializarão artigos de moda e decoração que carregam técnicas, conhecimentos ancestrais, histórias e simbologias que promovem suas identidades e tradições culturais. Serão mais de 20 expositores que trarão muitas novidades durante todo o fim de semana.

Na parte externa do MCI, povos indígenas de diversas etnias realizarão pinturas corporais nos visitantes, que poderão conhecer simbologias, histórias e valores estéticos por trás dos grafismos, uma prática presente nas culturas tradicionais que representa vivências, pensamentos e ideias. 

A programação contará com a presença de grupos e lideranças representativas de mais de povos originários de diversas regiões do Brasil: Yawanawá, Huni Kuin, Waninawa, Ashaninka, do Acre; Yawalapiti, Wauja, Kalapalo, Kisedje, Kuikuro, Mehinako, do Mato Grosso; Pataxó, da Bahia; Pankararu, de Pernambuco; e Guarani Mbya de São Paulo.

Apresentações culturais agitam o sábado (07/12)

No pátio do MCI, as manifestações multiétnicas mostrarão a relação entre ancestralidade e contemporaneidade em expressões artísticas tradicionais, cantos, danças e rezas. Às 10h30, as apresentações ficarão por conta dos grupos Awavãna (Yawanawá), Umatalhi (Alto Xingu), Guarani Mbya (Tenondé/Kalipety), Grupo Pataxó (Bahia) e e Pei Kawa (Huni Kuin)

No período da tarde, às 13h, Ana Terra Yawalapiti e Jerá Guarani Mbya conversarão sobre mudança climática, a partir de suas cosmologias em diálogo com os novos tempos. Na sequência, o público poderá conferir os shows da Comitiva Pei Kawa, às 14h30, e a apresentação do grupo Owerá - Rap Guarani, às 16h.

Bate-papo e shows embalam o domingo (08/12)

O segundo dia de Viva Ameríndia inicia-se com os shows dos grupos Wani Saí Kaneya (Waninawa), às 10h30 e da Associação Pankararu Real Parque, às 11h30. A partir das 13h, o público poderá conferir um bate-papo com Watatakalu Yawalapiti, Eryia Yawanawá e Araju Ara Poty sobre autonomia e empoderamento feminino, bem como a importância do protagonismo das mulheres indígenas na luta contra violência de gênero.

As apresentações do Coral Guarani Mbya, da Aldeia Ytu, na Terra Indígena do Jaraguá; e da Comitiva Awavãna, do povo Yawanawá, às 14h30 e às 16h, respectivamente, encerram a programação do festival intercultural.

Sobre o VIVA AMERÍNDIA

VIVA AMERÍNDIA é um encontro intercultural que vem para fortalecer o protagonismo indígena no diálogo com os povos não-indígenas por meio da música, artes, culturas, ativismo e sustentabilidade, com entrada gratuita. É realizado em parceria com a Arte Ameríndia, de Alice Haibara e 13:20:HUB, de Melissa Volk.

 

SERVIÇO

VIVA AMERÍNDIA – o futuro é ancestral

Datas e horários: 07 e 08 de dezembro, das 10h às 17h

 

Sobre o MCI    

Localizado na capital paulista, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari – Organização Social de Cultura, em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Aty Mirim.   

 

Museu das Culturas Indígenas  

Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451, Água Branca – São Paulo/SP      

Telefone: (11) 3873-1541     

E-mail: contato@museudasculturasindigenas.org.br          

Site: www.museudasculturasindigenas.org.br           

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mostra Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan- Africanista - SESC Franca - SP

 

Abdias Nascimento, Quarteto Ritual n. 5. Acrílico sobre tela, 152 x 102 cm. Búfalo, EUA, 1971_Coleção particular Pedro Buarque de Hollanda

Exposição com cerca de 70 pinturas de Abdias Nascimento está aberta ao público no Sesc Franca, nova e maior Unidade do Sesc no interior de São Paulo 



A mostra Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista ocorre por meio de uma parceria inédita com o Instituto Inhotim e o Ipeafro 


Está aberta ao público a exposição Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista, mostra que apresenta ao público de Franca a faceta de artista visual do também poeta, escritor, dramaturgo, político e ativista pan-africanista Abdias Nascimento (1914 – 2011), marcando presença em sua cidade natal no ano em que são comemorados os 110 anos de seu nascimento. A exposição é um dos destaques da grade de atividades que compõem a programação da inauguração, neste município da região nordeste de São Paulo, da maior unidade do Sesc no interior paulista – o Sesc Franca tem mais de 35 mil metros quadrados de área construída e capacidade para receber diariamente 2,5 mil visitantes. 

 

Celebrado no circuito internacional das artes e dos intelectuais que construíram reflexões singulares sobre o Brasil, Abdias Nascimento tem obras que integram coleções de renomadas instituições, como o Tate da Grã Bretanha, o Los Angeles County Museum of Art (LACMA) e o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Pelo conjunto da obra, Abdias Nascimento foi oficialmente indicado ao Prêmio Nobel da Paz. Em 2024, teve seu nome inscrito no livro de Heróis e Heroínas da Pátria.

Realizada em parceria inédita entre o Sesc (São Paulo), o Instituto Inhotim (Minas Gerais) e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, Ipeafro (Rio de Janeiro), a exposição é uma itinerância que partiu do Inhotim, onde integrou um programa sobre Abdias entre 2021 e 2024. Para o Sesc, a mostra traz cerca de 70 pinturas e tem curadoria de Douglas de Freitas, Deri Andrade e Lucas Menezes, pelo Inhotim, e de Elisa Larkin Nascimento e Julio Menezes Silva, curadores pelo Ipeafro.

 

“A realização desta exposição reflete um profundo desejo de homenagear a cidade e seus cidadãos ao celebrar a trajetória de um de seus filhos - o francano Abdias Nascimento, reconhecido como o mais completo homem de cultura afro-brasileiro do século XX”, destaca Luiz Deoclecio Massaro Galina, diretor do Sesc São Paulo. “Essa mostra, apresentada em parceria com o Instituto Inhotim e o Ipeafro, destaca a relevância da obra de Abdias como artista multifacetado, instauradora de novas maneiras de compreender e interagir com o mundo, desta forma, o Sesc reforça seu compromisso, e de seu programa de exposições, em estabelecer diálogos reconhecer e fortalecer os múltiplos saberes que constituem o tecido artístico cultural do Brasil", completa o diretor.

 

Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra


Parte do conjunto de pinturas que ocupará o espaço expositivo do Sesc Franca foi primeiramente apresentado, entre novembro de 2023 e abril de 2024, ao público do Instituto Inhotim, como etapa conclusiva do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra. Na ocasião, o último dos quatro atos fez referência as principais criações de Abdias Nascimento, entre elas o Teatro Experimental do Negro, fundado por Abdias Nascimento em 1944. 

 

No primeiro ato, Abdias Nascimento, Tunga e o Museu de Arte Negra (2021), a curadoria retratou o diálogo entre as obras dos contemporâneos artistas Abdias e Tunga, e o acervo do Museu de Arte Negra, fundado por Abdias em 1950); no segundo ato, Dramas para negros e prólogo para brancos (2022), Inhotim e Ipeafro abarcaram a trajetória do Teatro Experimental do Negro e a concepção inicial da coleção do Museu de Arte Negra de 1941 até 1968; no terceiro ato, Sortilégio (2023), foi abordado o período de exílio do artista, entre 1968 e 1981, evidenciando a difusão da arte negra brasileira no exterior; já no quarto e último ato, O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista (2023), a curadoria traçou um panorama da vida de Abdias, tendo como eixo Xangô, orixá da justiça e presença forte no pensamento, no discurso e nas pinturas do artista.

 

A investigação curatorial em torno do legado de Abdias, por meio das ações do Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, culminou na exposição em destaque no Sesc Franca, permitindo um amplo debate não só de seu legado artístico, político e intelectual, como, também, inspirando reflexões, sob o prisma racial, para o próprio Inhotim e para o campo das instituições culturais brasileiras. Muito além de um programa artístico, o projeto desenvolvido na parceria entre Inhotim e Ipeafro transformou-se em um programa ético, do qual agora é signatário também o Sesc São Paulo, por meio de sua nova unidade.


“Abdias é um intelectual e militante na luta antirracista único e extremante significante. Sua luta se dava em várias frentes, como reflexão dos problemas que ele via no mundo. Toda a produção do Abdias é um posicionamento antirracista, seja na poesia, no teatro, na política ou na pintura, que é o foco da exposição no Sesc de Franca. Abdias de volta a Franca depois de 110 anos, através da sua pintura, é um gesto simbólico muito importante, para além da possibilidade de os habitantes da cidade conhecerem a produção pictórica do artista e de sua história”, comemora Douglas de Freitas, curador do Instituto Inhotim. 

 

A exposição, cujo título faz referência a O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista, livro publicado em 1980 pela Editora Vozes, apresenta a trajetória de Abdias como pintor sob o olhar do Quilombismo, que ele nomeou como uma "alternativa política afro-brasileira", retomando o quilombo em seu significado original de "união fraternal e livre" e propondo novas práticas políticas para um modelo de vida em sociedade. Na produção pictórica de Abdias, amplamente representada na mostra, o artista trabalhou os conceitos de "teogonia afro-brasileira" e "símbolos rituais contemporâneos", que investigam, afirmam e valorizam como forma de ativismo antirracista o conhecimento trazido pelas tradições africanas, sua “concepção de vida e filosofia do universo”.

 

“Abdias vivia e pintava a tradição ancestral africana como expressão da dinâmica de vida da população negra. Alvo da violência do Estado e da exclusão e invisibilidade criada pela sociedade ocidental, os povos africanos sempre construíram suas vidas em liberdade. Tecnologia, conhecimento e civilização são fenômenos pouco identificados com os povos africanos, apenas porque seus feitos foram apagados do registro histórico distorcido pelo eurocentrismo. A pintura de Abdias traz todas essas dimensões: o enfrentamento, a luta, a riqueza dessas construções e suas linguagens, a complexidade da herança civilizatória africana e sua espiritualidade e, sobretudo, a dignidade humana tantas vezes negada a esses povos, a quem o mundo tanto deve”, conclui Elisa Larkin Nascimento, curadora e presidente do Ipeafro.


Exílio e produção pictórica 

Um dos mais relevantes intelectuais e pensadores da cultura brasileira do século 20, Abdias Nascimento também foi deputado federal (1983-1986), senador (1991-1992 e 1997-1999) e secretário de Direitos Humanos e Cidadania do governo no Estado do Rio de Janeiro (1999), além de professor emérito da Universidade do Estado de Nova York, durante o período em que esteve exilado nos Estados Unidos, entre 1968 e 1981, momento de intensa produção pictórica, quando realizou exposições em importantes instituições do país. 

 

A experiência do exílio também marcou a inserção de Abdias em uma rede de intelectuais negros que lutavam pela criação de espaços acadêmicos para estudos afro-americanos, participando de eventos ao redor dos Estados Unidos e comunicando aspectos próprios da realidade brasileira. Após atuar nas Universidades de Yale e Wesleyan, Abdias recebeu, em 1971, um convite de Francisco Pabón e Alfredo Matilla para atuar como professor de Culturas Negras nas Américas no Centro de Estudos Porto-Riquenhos do Departamento de Estudos Americanos, no campus de Buffalo da Universidade do Estado de Nova York. Os anos de atuação como professor foram também de considerável produção pictórica: ao menos 65 pinturas foram realizadas na cidade, a maioria até 1975. 

 

Durante os anos em Buffalo, Abdias conheceu Elisa Larkin, que se tornou sua principal tradutora e intérprete, bem como sua parceira de vida por 38 anos, acompanhando-o em seu retorno ao Brasil e até o fim de sua vida. Juntos, eles fundam em 1981 o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), que também assina este projeto com o Instituto Inhotim e Sesc.

 

SERVIÇO

Abdias Nascimento – O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista

De 28 de novembro de 2024 a 29 de junho de 2025

Horário de funcionamento:

Até 01/12: de quinta a domingo, 10h às 18h30 

A partir de 03/12: de terça a sexta, das 9h30 às 21h30; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30

Local: Espaço Expositivo. 

Livre. Grátis.

Acessibilidade: Audioguia, Audiodescrição, Recursos Táteis, Braile e Tradução em Libras

 

Sesc Franca 

Endereço: Av. Doutor Ismael Alonso Y Alonso, 3071. Jardim Piratininga II, Franca – SP