Escrever: ato fundante do humano e da História, ato que desafia e inquieta e, sobretudo, ato que marca o estilo e o lugar do que escreve. Cartas para ninguém é o conjunto de trabalhos feitos em 2010 e 2011 na exploração em gravuras das perguntas sobre a luz e a sombra, os signos e as imagens, as cores e as águas.
Quanto uma letra suporta o manuseio sem deixar de ser letra? Esticar, puxar, cortar, recortar, letras, palavras, frases, perder o sentido. Uso dos signos para suportar o peso da escuridão, pequenos faróis. Uso dos signos para amparar os raios da luz, meros anteparos de sombra.
Na exploração das redes, no jogo das geometrias, nos ensinamentos de Hokusai e na brincadeira das aquarelas, os trabalhos apresentados trazem alguns restos do percurso destes dois anos. Esperança de que, a partir da interlocução com o olhar de outros, este trabalho prossiga seu caminho com novas perguntas e — quem sabe? — novas respostas.
Glaucia Nagem
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