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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Gabriela Noujaim - Indicada ao PIPA 2012

Rio de Janeiro, RJ, 1983.
Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ.

Indicada ao PIPA 2012.

Video feito pela Matrioska Filmes com exclusividade para o PIPA 2012.




Sobre a artista
Gabriela Noujaim é gravadora, vídeomaker e professora.
Em 2011, recebeu a Menção Honrosa, no festival de vídeo arte “Lumen EX”, em Badajoz, Espanha. Foi Prêmio Aquisição no 39o Salão de Arte Contemporânea de Santo André, SP, e realizou uma exposição itinerante “Luz e sombra”, no Centro Cultural Banco do Nordeste, em Sousa, PB e Juazeiro do Norte, CE.
Participou de diversas exposições coletivas entre elas: “Black Tie” no Centro Cultural BNDES, RJ, em 2011, “Entre imagens” na Galeria Largo das Artes, RJ, em 2007, “Extra- Muros”, no Paço Imperial, RJ, em 2005 e “Posição 2004” na EAV do Parque Lage, RJ, em 2004.Possui obras em acervos dentro e fora do Brasil.
Máquina do tempo
Reprodução, citação, apropriação – muitas seriam as palavras possíveis para o universo poético de Gabriela Noujaim. Outro termo, trabalhado pelo historiador da arte Hal Foster, parece mais adequado: recodificação. O ato da “reprodutibilidade técnica” surge em seus trabalhos não apenas como um meio de fazer lembrar as tradições da história da arte e da cultura, mas com a potência de se criar uma nova narrativa a partir de imagens icônicas.
Uma câmera anônima captura o movimento da natureza sobre o ar. Qual a finalidade primeira desse registro? Lembranças de uma viagem? Um estudo de zoologia? Um álbum privado de memórias transformado em um canal público de vídeos na world wide web? Em “Céu e mar”, um aquário transforma este registro num panorama da paisagem. Se a fotografia já foi chamada de câmara escura, é uma “câmara transparente” o suporte da videoinstalação. Esta violenta revoada de pássaros ecoa a perspicácia matemática de Escher. O econômico volume d’água dentro do recipiente se transforma em
um lago que reflete e distorce a ação. Este parece ser um verbo crucial na produção da artista: “distorcer”, usar imagens e proporcionar interpretações futuras que estão além da literalidade.
Em “O ovo da serpente”, o cinema é desprovido de seu movimento e frames são projetados no espaço expositivo. A potência da horizontalidade é perpetuada, mas estes rostos decupados por Bergman recebem uma camada mais fantasmática do que a originária. O ovo pode ser da serpente, mas é uma fita de Moebius que está à frente de sua ampliação. Para além de uma figura geométrica, esta imagem faz lembrar da vinda de Max Bill ao Brasil e de sua importância para a reverberação da arte concreta (e neoconcreta futuramente). Menos palpável que a história da arte, a mitologia antiga e o símbolo do ouroboros: o eterno retorno, início e fim conectados.
Pensando junto às obras de Gabriela Noujaim, a imagem da serpente que morde o próprio rabo e a necessidade de se olhar para trás para se produzir a arte de hoje. Passado, presente e futuro são problematizados dentro de uma pesquisa artística que tem a gravura, a fotografia e o vídeo, ou seja, a imagem técnica, como máquina do tempo.
Raphael Fonseca

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