5 de novembro
O Programa MAR na Academia e o Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGARTES/UERJ) realizam o Colóquio Internacional Políticas da Memória: Experiências entre Arte e História. O encontro será realizado entre os dias 5 e 8 de novembro, no Museu de Arte do Rio e na Fundação Casa de Rui Barbosa.
O colóquio volta-se para a construção das narrativas históricas na América Latina, atravessada pela consciência de sua origem colonial. A origem não é a gênese das coisas. Ela é o conjunto de acontecimentos com os quais negociamos continuamente a partir das urgências do presente. A rememoração dos acontecimentos não diz respeito à posse do que é rememorado. Ela pressupõe a incompletude de um acontecimento sempre singular, pois implica o momento de onde se fala.
Este colóquio é o primeiro resultado do acordo de cooperação internacional firmado entre o Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e o Departamento de Artes Plásticas da Universidade Paris I – Panthéon-Sorbonne, em torno do tema Memórias e Ficções Urbanas. Iniciados no âmbito da universidade, os debates aqui propostos são potencializados pela parceria com o programa MAR na Academia, que vem construindo um importante campo de reflexões sobre as políticas do olhar, abrindo-se ao diálogo efetivo com as pesquisas e as produções artísticas realizadas a partir da universidade. A realização do colóquio se dá em continuidade a uma série de conferências, seminários e encontros já realizados pelo MAR em torno dos processos de transmissão da arte, da história e da cultura, com autores e artistas cujas contribuições inestimáveis buscam conferir inteligibilidade às perplexidades de nosso tempo.
Inscreva-se aqui.
Programação
5 de novembro
5 de novembro
14h às 14h30
Mostra de vídeos
Mostra de vídeos
Buruburu
Ayrson Heráclito, Bahia, 2010, 2min27s
Ayrson Heráclito, Bahia, 2010, 2min27s
Babás
Consuelo Lins, Rio de Janeiro, 2010, 20 min
Consuelo Lins, Rio de Janeiro, 2010, 20 min
Abismo
João Castilho, Minas Gerais, 2013, 3 min
João Castilho, Minas Gerais, 2013, 3 min
14h30 às 16h
Debate Histórias transversais I
com Voluspa Jarpa e Sheila Cabo Geraldo
mediação Ivo Godoy
Debate Histórias transversais I
com Voluspa Jarpa e Sheila Cabo Geraldo
mediação Ivo Godoy
O arquivo como material para imaginar a distopia
A palestra aborda a investigação que tenho realizado com a desclassificação de arquivos feitos pelos organismos de inteligência dos Estados Unidos sobre os países da América Latina. Essa investigação de arquivos inclui a revisão de um período histórico compreendido entre os anos 1948 e 1978, que envolve 14 golpes de Estado nessa região. Tais documentos são materiais para minha obra, em que a tensão visual e conceitual é conferida a partir de elementos barrados ou suprimidos em relação à informação do texto. A censura e a informação permitem configurar noções tanto geopolíticas como históricas em relação à administração do segredo e do poder. (Voluspa Jarpa)
A palestra aborda a investigação que tenho realizado com a desclassificação de arquivos feitos pelos organismos de inteligência dos Estados Unidos sobre os países da América Latina. Essa investigação de arquivos inclui a revisão de um período histórico compreendido entre os anos 1948 e 1978, que envolve 14 golpes de Estado nessa região. Tais documentos são materiais para minha obra, em que a tensão visual e conceitual é conferida a partir de elementos barrados ou suprimidos em relação à informação do texto. A censura e a informação permitem configurar noções tanto geopolíticas como históricas em relação à administração do segredo e do poder. (Voluspa Jarpa)
Montagem e fantasmas
A escrita da história da arte não tem como tarefa compreender as imagens do passado, mas compreender a eficácia dessas imagens como emergência no presente. O reconhecimento da montagem como dispositivo historiográfico, o que se pode averiguar na aproximação entre a pintura de Goya e o texto de André Malraux, conforme Jean-Luc Godard ativa em História(s) do Cinema. (Sheila Cabo Geraldo)
A escrita da história da arte não tem como tarefa compreender as imagens do passado, mas compreender a eficácia dessas imagens como emergência no presente. O reconhecimento da montagem como dispositivo historiográfico, o que se pode averiguar na aproximação entre a pintura de Goya e o texto de André Malraux, conforme Jean-Luc Godard ativa em História(s) do Cinema. (Sheila Cabo Geraldo)
16h às 17h30
Debate Memória afro-brasileira
com Ana Maria de la Merced Guimarães e Rosana Paulino
mediação Nicolas Garavello
Debate Memória afro-brasileira
com Ana Maria de la Merced Guimarães e Rosana Paulino
mediação Nicolas Garavello
Um cemitério conhecido por poucos, esquecido por todos
Será apresentada a descoberta do cemitério dos pretos novos durante a reforma de uma casa no bairro da Gamboa, no Rio de janeiro, e a criação do Instituto de Pesquisa e Memória dos Pretos Novos. Experiências da história entre o público e privado. (Ana Maria de la Merced Guimarães)
Será apresentada a descoberta do cemitério dos pretos novos durante a reforma de uma casa no bairro da Gamboa, no Rio de janeiro, e a criação do Instituto de Pesquisa e Memória dos Pretos Novos. Experiências da história entre o público e privado. (Ana Maria de la Merced Guimarães)
Assentamento: conexões entre arte, memória e história na construção de um projeto de arte
Entre os anos de 1865 e 1866, o cientista Louis Agassiz esteve no Rio de Janeiro, onde encomendou uma série de imagens de escravizados e escravizadas. O intuito era provar a superioridade da raça branca sobre as demais. Entretanto, o que Agassiz conseguiu foi, de fato, documentar muitos dos que fundamentaram a cultura brasileira. A partir de uma dessas imagens a artista discute a formação do país. Ao unir arte, história e memória, o trabalho evidencia o reconhecimento do capital cultural, artístico e religioso trazido pelas populações de origem africana, além de questionar o local social ocupado pelos afrodescendentes em nossa sociedade nos dias atuais. (Rosana Paulino).
Entre os anos de 1865 e 1866, o cientista Louis Agassiz esteve no Rio de Janeiro, onde encomendou uma série de imagens de escravizados e escravizadas. O intuito era provar a superioridade da raça branca sobre as demais. Entretanto, o que Agassiz conseguiu foi, de fato, documentar muitos dos que fundamentaram a cultura brasileira. A partir de uma dessas imagens a artista discute a formação do país. Ao unir arte, história e memória, o trabalho evidencia o reconhecimento do capital cultural, artístico e religioso trazido pelas populações de origem africana, além de questionar o local social ocupado pelos afrodescendentes em nossa sociedade nos dias atuais. (Rosana Paulino).
18h às 19h
Palestra Dois projetos: Catherwood e Para o Dia que Me Queiras
com Leandro Katz
Um passeio pelas imagens de dois projetos de longo prazo: Catherwood – reconstrução por meio da fotografia de duas expedições de Stephens e Catherwood pelo mundo maia na década de 1840 –, e Para o Dia que Me Queiras – fotos e instalações da última campanha de Ernesto Che Guevara na Bolívia, em 1967, onde foi capturado e executado pelo exército.
Palestra Dois projetos: Catherwood e Para o Dia que Me Queiras
com Leandro Katz
Um passeio pelas imagens de dois projetos de longo prazo: Catherwood – reconstrução por meio da fotografia de duas expedições de Stephens e Catherwood pelo mundo maia na década de 1840 –, e Para o Dia que Me Queiras – fotos e instalações da última campanha de Ernesto Che Guevara na Bolívia, em 1967, onde foi capturado e executado pelo exército.
Iniciativa
Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGARTES/Uerj)
Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGARTES/Uerj)
Apoio
Capes
CNPq
Faperj
Fundação Casa de Rui Barbosa
Capes
CNPq
Faperj
Fundação Casa de Rui Barbosa
Fonte: Museu de Arte do Rio
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