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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)

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terça-feira, 2 de agosto de 2016

RIO>POA Estudio Dezenove na Arte&Fato - PoA - RS



A exposição RIO>POA exibe obras de 17 artistas de diversas origens e que se agrupam em torno do Estudio Dezenove, um espaço dedicado à arte contemporânea localizado no Rio de Janeiro. Essa exposição é fruto de um projeto de intercâmbio estabelecido entre a Galeria Arte&Fato e o Estudio Dezenove em 2015 e que propôs duas coletivas em ambos os espaços. Na atual exposição, além dos artistas brasileiros, estão presentes obras de Catherine Olivier (França), Darío Ramírez e Mónica Contreras (México), Marcos Acosta (Argentina) e Noémie Goldberg (Bélgica). A participação desses artistas nas atividades do Estudio Dezenove se origina dos processos de intercâmbio realizados a partir de 2008 e que tem resultado em residências artísticas em colaboração com diversos grupos de artistas. O Estudio Dezenove se caracteriza por sua natureza híbrida; ao mesmo tempo que é um espaço expositivo, funciona como uma oficina de gravura e plataforma de projetos, tanto em seu espaço físico como na relação com outros coletivos.
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Nota de bolso para Estudio Dezenove
(Adolfo Montejo Navas)
Pode-se nos dias de hoje estabelecer parcerias, interlocuções, conversas no mundo da arte que não estejam mediatizadas pelo ídolo do mercado e seu raio de ação e influência? Pode-se propor gestos, ações, trabalhos, ideias através de espaços de arte que não dependam de patrocínio oficial? Que não precisem dessa subvenção institucional do espírito? Pode-se ainda ter uma convivência com os signos artísticos junto com as pessoas que os produzem, revalorizar até o sentido do encontro? Pode-se apostar por imagens que não respirem seu pedágio simbólico, retórico, cuja aposta seja outra conexão entre o que se vê e não se vê?
No meio da roda viva da história contemporânea - e a derivada da crise estética - resulta difícil encontrar uma afirmação às perguntas iniciais, e, em consequência, detectar outros locais da ação que tenham autonomia de movimentos, vida própria e em sua agenda um diálogo real que supere o território do simulacro, do coisificado: mantenham assim viva a dialética sem fim das obras e as pessoas, em certo estado de alerta a linguagem visual, plástica através de suas múltiplas formas críticas e conexões.
Apesar da propaganda estetizada do capitalismo artista, como vem sendo chamado ultimamente, que tanto se ocupa das imagens, de sua instrumentalização como entretenimento, ou então do déficit cultural que a sociedade consente e as instituições promovem no geral (as exceções são parte importante das emancipações), interessa pensar na posição singela e singular do Estudio Dezenove, em suas dinâmicas aventuras expositivas, seu programa multifocal e alternativo (aquele que também permite aceder a artistas de diferentes condições e procedências), que não se pauta por valores de pressão mundana ou comercial. Leia-se senão como o rigor é maior que o prestígio, daí também a sua não redundância, seu outro imaginário configurado de atuação.
Diferentemente, no Estudio Dezenove, além da produção pontual das exposições ou as intervenções site specific da Vitrine Efêmera (que nome tão singelo e tautológico, além de heraclitiano!) entre outras coisas complementares, sejam cursos, peças gráficas, debates..., há sobretudo presente um senso raro de comunidade, de convivência-excelência, uma proximidade-energia diferente da distância que a mera representação alimenta quando é feudo único. O que implica uma nova relação ou interação nesse universo que Jacques Rancière chama como “a divisão do sensível”. Em outras palavras, há outra divisão mais atenta e equilibrada, em que cabe reformular as equações entre as formas, os objetos e nós (artistas, meios, público), reconhecer a possibilidade de trocar experiências, nossos lugares e papeis. Outra relação e outra aposta, como quando a Vitrine Efêmera envia seus sinais para a rua e os recebe em feedback. Estudio Dezenove se traduz a si mesmo como outro espaço possível, uma mediação mais livre de movimentos que respira seu grau de micro-utopia aqui e agora.

Abertura: sábado 6 de agosto às 19h
Local: Galeria Arte&Fato - Av. Protásio Alves 1893 
Porto Alegre RS Tel. (51) 3333-9044

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