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(Maria Regina Pinto Pereira)

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

EDUARDO KOBRA CONTA À REVISTA 29HORAS SOBRE SEUS TRABALHOS PELO MUNDO E FALA DOS MUROS PINTADOS DE CINZA NA CIDADE DE SP

 
 
EDUARDO KOBRA CONTA À REVISTA 29HORAS SOBRE SEUS TRABALHOS PELO MUNDO E FALA DOS MUROS PINTADOS DE CINZA NA CIDADE DE SP
 
 
 
Artista plástico que começou sua carreira como pichador afirma: “Essa é a minha origem, jamais vou ser contrário a qualquer expressão de arte na rua”
 
   
 
São Paulo, fevereiro de 2017 – Publicação oficial do Aeroporto de Congonhas/SP, a revista 29HORAS traz em sua edição de fevereiro uma entrevista exclusiva com o artista plástico Eduardo Kobra, muralista conhecido no Brasil e no exterior por suas obras urbanas. O brasileiro expressa o seu ponto de vista sobre a arte nas ruas, fala de sua trajetória profissional e comenta a ação da Prefeitura de São Paulo, que está cobrindo de cinza os grafites e grandes painéis de arte urbana da capital paulista. Ainda nesta edição, a revista traz uma reportagem especial sobre educação executiva e apresenta escolas de negócios, cursos alternativos e 29 ideias para se inspirar no trabalho.
Paulistano, Eduardo Kobra é um artista plástico de 41 anos que começou sua carreira como pichador ainda quando criança. “Aos doze anos, comecei a pichar. Sempre gostei de desenhar e foi natural passar a trabalhar nos muros. Eu fazia de forma ilegal, mas eram desenhos já elaborados”, conta. Na adolescência, presenciou muitos amigos entrarem nas drogas, entretanto, Kobra diz que encontrou no grafite uma forma de se manter longe da criminalidade no bairro do Campo Limpo, onde morava. “Eu nunca fui para esse lado e acabei tomando um rumo oposto, seguindo pelo caminho da arte. Nunca pensei que o meu trabalho pudesse alcançar os cinco continentes como acontece hoje”, comenta. Hoje, ele tem 25 murais espalhados pelo Brasil e no exterior, em países como Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Suécia, Polônia, Rússia e Japão, entre outros.
O seu sustento financeiro está na venda de suas telas originais que ficam nas galerias de Nova York e custam em média US$ 50 mil. Entretanto, cerca de 90% das pinturas que o muralista faz não tem apoio financeiro, pois são produzidas voluntariamente. “Não aceito remuneração para modificar o meu trabalho. Tem que respeitar o meu modo de ver”, explica. Porém, o profissional não faz intervenções sem pedir antes a autorização do poder público ou do dono do imóvel.
Kobra já pintou mais de cinquenta murais em avenidas e ruas de São Paulo e assina o projeto “Muro de Memórias” que resgata a memória da cidade com cenas e personagens das primeiras décadas do século XX. Dentre as obras mais notórias estão a de Oscar Niemeyer, feita em 2013 em homenagem ao aniversário da cidade e a impactante “A Lenda do Brasil”, em homenagem a Ayrton Senna, localizado no bairro da Consolação.
No exterior, o artista tem o painel “Let me be myself”, no qual retrata Anne Frank, morta aos 15 anos em fevereiro de 1945 pela barbárie nazista, e escolheu como título uma das frases mais representativas da escritora: “Deixe-me ser eu mesma”. “Sempre quis fazer um mural sobre esta jovem”, diz o artista. “Ela é fundamental em um mundo onde a identidade de cada um deveria ser respeitada”, completa. Entre outros personagens que já foram retratados por Kobra estão Albert Einstein e Oscar Niemeyer, em São Paulo; Nelson Mandela, Madre Tereza de Calcutá, Martin Luther King, Dalai Lama e John Lennon, em Los Angeles; Andy Warhol e Jean-Michel Basquiat, em Nova York; Alfred Nobel em Boras, na Suécia; e o pianista Arthur Rubinstein em Lodz, na Polônia.
Quando o assunto é a gestão do novo prefeito de São Paulo, João Dória, um grande mural feito em 2009 por Kobra na Avenida 23 de Maio, em homenagem ao aniversário da cidade, havia poupado de ser pintado de cinza, mas alguns pichadores fizeram sobre ele a figura de Dória empunhando um rolo de tinta, o que levou o trabalho a também ser coberto de cinza. Devastado com a situação, Kobra se chateia, pois começou sua carreira como pichador e é ainda amigo de muitos deles. “Essa é a minha origem, jamais vou ser contrário a qualquer expressão de arte na rua”, declara o artista, finalizando o assunto.  
Kobra adora conhecer outras culturas, mas diz que tem uma paixão muito grande por São Paulo. “Esta cidade sempre foi e vai ser a plataforma do meu trabalho. Sem São Paulo eu nem existiria como artista”, conta o profissional, para quem a arte urbana é sempre bem-vinda na cidade: “Quanto mais arte na rua, melhor”, completa.
Na reportagem especial de fevereiro, a revista 29HORAS traz dicas de escolas de negócios mais pontuadas no ranking do jornal britânico Financial Times, além de matérias valorizando a necessidade do estudo na carreira de um profissional, com dicas de crescimento pessoal, entre outras.
A diversificada agenda 29HORAS, com mais de 100 programas, disponibiliza um guia com a intensa vida cultural e gastronômica da cidade de São Paulo, junto com uma série de programas e atividades para aproveitar o verão na capital paulista.
SOBRE A 29HORAS
No mercado desde 2009, a revista 29HORAS é uma publicação mensal dirigida exclusivamente aos passageiros que embarcam e desembarcam no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Auditada pela BDO, empresa especializada em auditoria e consultoria, a revista conta com circulação de 65 mil exemplares a cada edição.

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