“Zona de remanso” define uma porção de água que, ao ocupar um recorte na margem de um rio ou no litoral, forma uma pequena enseada tranquila. Por analogia, a expressão figura também como repouso, algo que teve o movimento cessado. É a partir de ações de resistência e permanência em zonas de remanso no litoral de Fortaleza que o artista cearense Filipe Acácio reúne em sua individual “Zona de remanso: exercícios de permanência” registros de performances, dejetos e desenhos que investigam uma potente tensão entre ir e ficar. Com curadoria de Galciani Neves, a exposição é mais uma abrigada pelo projeto Zip’Up e inaugura no dia 11 de novembro.
A mostra sintetiza uma pesquisa realizada pelo artista entre 2011 e 2017 no litoral de Fortaleza, Ceará, nos muros de contenção construídos entre o mar e a cidade. “Os trabalhos buscam estabelecer uma noção de vizinhança acompanhar o fluxo de marés”, afirma o artista. Como na videoinstalação “O farol, a parede, o porto”, em que o artista discute a resistência do corpo com exercícios de permanências em Serviluz, região portuária no litoral cearense, que registou uma série de chacinas entre 2015 e 2016. Ou nas séries fotográficas “Detrito” e "Futuro anunciado", que formam composições de imagens produzidas a partir de mergulhos e da coleta de objetos à deriva. A montagem inclui, ainda, desenhos e estudos produzidos durante o processo.
Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergentes ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos seis anos, somam mais de quarenta exposições e cerca de 60 artistas e 20 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.
“Zona de remanso: exercícios de permanência” fica em cartaz até 16 de dezembro. O vernissage tem apoio da Stella Artois.
Sobre o artistaFilipe Acácio (1985) é cearense. Mestre no Programa de Pós-graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará. Desde de 2012, atua como diretor de fotografia em longas e curtas metragem. Em 2014, foi artista residente do Laboratório em Arte Contemporânea oferecido pelo Centro Cultural Banco do Nordeste/Fortaleza e do Laboratório Olhares em Conexão – Itinerários Formativos em Fotografia Contemporânea. Em 2015, participou da residência Fotografia contemporânea: Criação e estudos avançados. Integrou exposições como o 67º e 66º Salão de Abril, Mostra Triangulações, Unifor Plástica 2015, Estou cá: Sempre algo entre nós e Mostra Bienal CAIXA de Novos Artistas 2015/2016. Em 2016, recebeu o Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia 2016 - SECULT - CE. Atualmente é pesquisador no Laboratório de Artes Visuais do Porto Iracema.
Sobre a curadoraGalciani Neves é curadora, professora e pesquisadora no campo das artes visuais. Possui mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC – SP. Atualmente, é professora do curso de Artes Visuais, da Pós-Graduação em Fotografia e da Pós Graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará. É co-coordenadora da Escola Entrópica (Instituto Tomie Ohtake - SP). É autora do livro “Exercícios críticos: gestos e procedimentos de invenção” (EDUC, 2016). Desenvolve projetos curatoriais e educativos, atividades relacionadas à crítica, acompanhamento de artistas.
ServiçoZip’Up: Zona de remanso: exercícios de permanência
Exposição individual de Filipe Acácio na Zipper Galeria
Curadoria: Galciani Neves
Abertura: 11 de novembro de 2017, às 11h
Em cartaz até 16 de dezembro de
2017R. Estados Unidos 1494, Jardim América – Tel.
(11) 4306-4306Segunda a sexta, 10h/19h; sábado, 11h/17h
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