Estudo de obras Willys de Castro (sem data) e Lothar Charoux (sem data)
IAC abre exposição Diálogos Contemporâneos: Marilá, Willys, Lothar, com curadoria de Giancarlo Hannud
A mostra faz parte das comemorações do aniversário de 25 anos da instituição e reúne 70 itens entre pinturas, estudos, cartas, anotações, objetos e aquarelas.
O Instituto de Arte Contemporânea - IAC inaugura no dia 27 de agosto a exposição Diálogos contemporâneos: Marilá, Willys, Lothar. Com curadoria assinada por Giancarlo Hannud, a mostra propõe um diálogo entre a obra da artista mineira, radicada no México, Marilá Dardot, com os arquivos, estudos e obras dos artistas Willys de Castro e Lothar Charoux.
Diálogos contemporâneos: Marilá, Willys, Lothar, reúne 70 itens entre pinturas, cartas, anotações, objetos, aquarelas, colagens, documentos, poemas, entre outros.
Para a curadoria, ao reunir este acervo, algumas linhas de continuidade foram surgindo e dando mais sentido ao diálogo: uma obsessão pela forma, bem como seu quase abandono, um senso de humor enviesado, concreto e oblíquo, uma poesia de fragmentos e de olhares de relance, além dos próprios fetiches desses artistas. As produções expressam os núcleos de energia contida em cada artista que ao serem relacionados com outras seções de suas produções adquirem novas e instigantes sugestões expressivas.
Durante o processo de investigação das coleções dos artistas, a curadoria buscou libertar os arquivos pertencentes ao IAC, questionando quais seriam as possíveis entradas e possibilidades de se trabalhar um acervo tão diverso quanto o do IAC e dos artistas propostos. “Quais os documentos, anotações, projetos e rabiscos de artistas que são revelados ao público, e quais os que permanecem velados do olhar desse mesmo público? E finalmente, qual a possibilidade de um verdadeiro diálogo entre esses múltiplos papéis e histórias e a produção de uma artista contemporânea? Essas são apenas algumas das perguntas que tentamos tratar na mostra, sem buscar dar uma resposta definitiva a nenhuma delas, mas sim sugerir outras perguntas e possíveis linhas de continuidade”, comenta Hannud.
Para o curador, “em tempos de tantas certezas, de e sobre tudo, torna-se fundamental fazer essas perguntas e não buscar respostas. A exposição é isso, traz possibilidades, sem o intuito de afirmar alguma coisa".
Sobre os artistas
Marilá Dardot (Belo Horizonte, 1973) é artista visual e Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Vive e trabalha na Cidade do México. Trabalha com diversos meios, como vídeos, fotografias, gravuras, esculturas, pinturas, ações, instalações e site-specifics, sendo a linguagem e a literatura suas fontes de inspiração constante. Alguns de seus projetos propõem participação do público e colaborações com outros artistas. Suas obras fazem parte de relevantes coleções particulares e museus, como: Inhotim, Pinacoteca de São Paulo, MAM SP, MAM RJ, Sayago e Pardon Collection, Suna and Inan Kiraç Foundation, entre outras.
Lothar Charoux (Viena, 1912 – São Paulo, 1987) pertenceu ao grupo de pioneiros que em 1952 lançou em São Paulo o manifesto Ruptura, cujo verso vinha escrito em vermelho: A obra de arte não contém uma ideia, é ela mesma uma ideia. Ao negar a arte cópia da realidade em favor da arte concreta, esse postulado produziu um corte radical em relação à tradição figurativa. Na prática, a introdução dos princípios construtivos na arte brasileira constituiu uma revolução estética cujos efeitos chegam até nossos dias. A obra de Charoux pode ser encontrada em inúmeras coleções no Brasil e exterior, destacam-se: MAC USP, MAC Nitério, MAM SP, MAM Bahia, MAM RJ, Pinacoteca de São Paulo, Fundação Edson Queiróz, Museum of Fine Arts Houston, entre outras.
Willys de Castro (Uberlândia, 1926 - São Paulo, 1988) conhecido por uma atuação múltipla, entrou para a história da arte brasileira como artista plástico. Em sua busca pelo universal, associada a uma formação bem estruturada lhe permitiu ultrapassar as artes plásticas enveredando pela música, teatro, poesia, design gráfico, pela arte que se projeta para além dos limites que caracterizam uma determinada forma de expressão artística. Desde o início dos anos 1950, Willys de Castro escreve, estuda e traduz poemas concretos. Seu interesse pela poesia o levou a escrever uma série de poemas valorizando tanto a importância gráfica das palavras distribuídas no papel, a visualidade que muitos deles sugerem e, acima de tudo, sua sonoridade muito distinta. São de Willys de Castro as inéditas partituras de verbalização das poesias concretas que foram interpretadas pelo Movimento Ars Nova. Assim como os demais, Willys tem sua obra presente nos mais relevantes acervos do país, como a Pinacoteca de São Paulo, MAM SP, MAM RJ, Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, fora do Brasil, o destaque fica para a Fundación Cisneros – Colección Patricia Phelps de Cisneros.
Sobre o curador
O historiador da arte e curador - Giancarlo Hannud estudou artes plásticas na Slade School of Fine Art, UCL, em Londres, e é mestre pelo Warburg Institute – School of Advanced Study. Hannud foi curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo entre 2010 e 2015, onde foi responsável pelas mostras Fato aberto: o desenho no acervo da Pinacoteca do Estado, em 2013, Guillermo Kuitca: filosofia para princesas em 2014 e Roberto Burle Marx: uma vontade de beleza, em 2015. Foi professor de história da arte da Faculdade Santa Marcelina entre 2014 e 2017 e diretor do Museu Lasar Segall de 2018 a 2021. Dentre suas exposições estão Antonio Bandeira, realizada no MAM/SP em 2019, Alex Cerveny: palimpsesto (2019), e Eduardo Berliner: desenhos (2021), todas elas realizadas no Museu Lasar Segall. Em 2022 foi o responsável pela curadoria da exposição Paulo von Poser: desenhos nus 1982-2022 na VERVE Galeria.
Sobre o Instituto de Arte Contemporânea
O Instituto de Arte Contemporânea – IAC é um centro de documentação e pesquisa. Foi fundado em 1997 por Raquel Arnaud, visando preservar e disponibilizar para pesquisa uma ampla coleção de documentos relacionados à trajetória e à obra de artistas visuais e arquitetos brasileiros.
Atualmente a coleção do IAC conta com mais de 70 mil itens com os acervos dos artistas Amilcar de Castro, Antonio Dias, Carmela Gross, Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas, Ivan Serpa, Lothar Charoux, Luiz Sacilotto, Sérvulo Esmeraldo, Sergio Camargo, Willys de Castro e o arquiteto Jorge Wilheim.
Até o momento foram produzidas 35 exposições e 27 publicações entre livros e catálogos. Além disso, o IAC investe em diversas formas de produção de conhecimento, realizando também visitas mediadas, seminários, cursos, aulas abertas e oficinas para públicos diversos. 2 Prêmios A.P.C.A — Associação Paulista de Críticos de Arte, na categoria Artes Visuais por Melhor Atividade Cultural em 2006 e 2020.
A exposição foi viabilizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, e também, por meio do Programa de Municipal de Apoio a Projetos Culturais – Pro-Mac, Secretaria Municipal de Cultura, Prefeitura de São Paulo, com os patrocínios de Autonomy Investimentos e Shopping Pátio Higienópolis. O educativo do IAC conta com o apoio do Instituto Galo da Manhã.
Serviço:
Diálogos contemporâneos: Marilá, Willys, Lothar, com curadoria de Giancarlo Hannud
Entrada gratuita
Abertura: 27 de agosto, das 11h às 17h
Visitação: 27 agosto a 26 de novembro
Terça a sexta-feira: 11h às 17h
Sábados: 11h às 16h
Instituto de Arte Contemporânea – IAC -Avenida Dr. Arnaldo, 120/126, São Paulo, SP
Próximo às linhas Paulista (Amarela) e Clínicas (Verde) do Metrô
Tel: + 55 11 3129-4898 // contato@iacbrasil.org.br
https://www.iacbrasil-online.
fonte:
a4&holofote comunicação
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