Leila Bokel : Brancos e...Nem Tão Brancos
Inauguração: 15 de junho, quarta-feira, de 18h30 às 21h
Exposição: 16 de junho a 26 de julho. Horário: de seg a sex, de 12h às 19h
PEQUENA GALERIA - Rua da Assembléia, 10, subsolo, Centro, Rio de Janeiro. Tel: 21 3543-6436
Inauguração: 15 de junho, quarta-feira, de 18h30 às 21h
Exposição: 16 de junho a 26 de julho. Horário: de seg a sex, de 12h às 19h
PEQUENA GALERIA - Rua da Assembléia, 10, subsolo, Centro, Rio de Janeiro. Tel: 21 3543-6436
Ao longo da história da arte, alguns pintores, por razões diversas, enveredaram por caminhos que reduziam suas pinturas a seus elementos essenciais, uma tentativa de atingir o instante zero de seu momento inaugural. Com formas simples e uma paleta reduzida, estas pinturas se tornaram conhecidas como “Monocromos”. Malevich, Yves Klein, Rodchenko, Robert Ryman, Agnes Martin são alguns exemplos de artistas que trilharam este caminho de austeridade e silêncio.
Os trabalhos apresentados nesta exposição Brancos e...Nem tão Brancos, de Leila Bokel, mostram que o interesse da artista segue por uma trilha próxima àquela. São obras que recusam um olhar apressado. Pode-se mesmo afirmar que o trabalho da artista corteja a invisibilidade.
Há algum tempo, Leila restringiu sua paleta ao branco. Mas este é utilizado em diversas matizes — sutis variações de temperatura e intensidade que a artista obtém empregando tintas e técnicas diversas. Com uma intensa pesquisa de materiais, seus procedimentos com a tinta amalgamam-se a estes que se tornam então corpo da obra e não apenas um suporte para a ação de pintar, se distanciando desta forma da neutralidade passiva de uma tela.
Com descamações, ranhuras, rasgos, cicatrizes e sobreposições Leila explora uma sensação tátil em seus trabalhos — um sentido que parece se acentuar à medida que a visibilidade tende a desaparecer. Este dado é ainda mais evidente na série de obras realizadas sobre papéis transparentes ou translúcidos que, afastados alguns centímetros da parede, se libertam desta, como se almejassem à sutil materialidade do ar. Ali, levitando, desafiam a percepção de seus limites. O olhar que os perscruta hesita sobre sua superfície cheia de armadilhas, ora atravessando sua transparência, ora estancando em sua translucidez fosca, ora se ofuscando com a cintilação de seu brilho, ora repousando em seus vales brancos.
E então as elegantes superfícies revelam sua armadilha: sob a visibilidade serena de seus brancos (e...nem tão brancos) que nos seduz, crispa-se a materialidade tensa e dramática de suas superfícies, que nos surpreendem.
Luiz Ernesto
Maio/2011
Maio/2011
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