O livro do travesseiro
Sei Shônagon
Organização de Madalena Hashimoto Cordaro
Tradução de Geny Wakisaka, Junko Ota, Lica Hashimoto,
Luiza Nana Yoshida e Madalena Hashimoto Cordaro
616 p. | 16 x 23 cm | ISBN 978-85-7326-515-6
| 2013 - 1ª edição (Acordo Ortográfico) | R$ 78,00
Escrito no século X em Heiankyô, atual Quioto, por Sei
Shônagon (c. 966-1020), dama da corte
da Imperatriz Teishi, O Livro do
Travesseiro é a principal obra da literatura clássica japonesa. É
também a porta de entrada mais certeira para o universo de costumes, valores e
atitudes mentais que moldam, até hoje, a base de vida no Japão.
Com cerca de trezentos textos curtos, que podem ir de algumas
páginas a uma única linha, e que podem ser lidos em
sequência ou com a liberdade do acaso, o livro compõe um belo inventário da
cultura do Japão da corte, vista pelo olhar
poético de uma grande escritora. Com a capacidade de produzir insights inesperados, Sei Shônagon
ilumina tanto os pequenos fatos do cotidiano no Palácio Imperial, como os fenômenos
da natureza, as sutis interações da vida social e a refinada trama de valores
estéticos que enlaça e organiza praticamente todas as esferas da cultura.
Verdadeiro recenseamento dos costumes e
práticas do período Heian — aquele em que se forma e sistematiza a estética
propriamente japonesa, O Livro do
Travesseiro compõe um registro dos afetos, da sensibilidade e do
conhecimento de uma época. Sei Shônagon narra e descreve grandes
acontecimentos festivos (como os festivais religiosos e musicais) e os complexos
códigos de conduta, que se estendem desde as relações entre a Imperatriz e suas
damas, entre pessoas de diferentes sexos, gerações e distintos graus na
hierarquia do poder, até os mínimos e surpreendentes detalhes da etiqueta e do
vestuário.
Traduzido e anotado ao longo de onze anos por uma
equipe de professoras do Centro de Estudos Japoneses da Universidade de São
Paulo, O Livro do Travesseiro traz,
além de um esclarecedor prefácio que situa no tempo a vida e a obra da autora,
três preciosos apêndices que auxiliam na compreensão do contexto histórico,
literário, estético e sociológico da obra.
O olhar extremamente
aguçado de Sei Shônagon é o que explica que a obra,
escrita no final do século X, início do XI, por uma dama da corte a serviço de
sua Imperatriz, em Quioto, numa sociedade tão diversa da nossa quanto o Japão do
período Heian, possa tocar o leitor contemporâneo com tamanho frescor e alegria.
A autora, que inspirou Jorge Luis Borges a
traduzir parcialmente para o espanhol O Livro do Travesseiro, e o cineasta Peter Greenaway a dirigir o
premiado The Pillow Book (O livro de cabeceira, 1996), tem um número cada
vez maior de admiradores no Ocidente, ao que iremos somar alguns brasileiros
com a chegada da obra pela Editora 34.
Sobre
a autora_ Sei Shônagon, como é conhecida hoje, recebeu tal nome
enquanto atuava como servidora da Consorte Imperial Teishi, esposa principal do
Imperador Ichijô (980-1011, no trono desde 986 até a morte). Nascida por volta
de 966, filha e neta de poetas renomados, é convocada no ano de 993 pelo
Conselheiro-Mor Fujiwarano Michitaka para servir à Corte de sua filha, Teishi,
em Quioto, então capital do Império. Sei Shônagon inicia então, possivelmente
aos 27 anos, suas atividades na Ala Feminina do Palácio Imperial, e logo começa
a escrever os textos que comporão O Livro
do Travesseiro, obra concluída no ano 1001. Em 1000, Teishi falece após
complicações de parto, aos 24 anos, e, em 1011, morre o Imperador Ichijô.
Afastada da corte, Sei falece em Quioto, por volta do ano 1020.
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