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(Maria Regina Pinto Pereira)

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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

Concertação pela Amazônia - Rotas Brasileiras - ARCA - SP

Lalo de Almeida, "Munduruku, Altamira", 2013. Crédito: SP–Arte/Divulgação

 

Uma Concertação pela Amazônia terá exposição própria dedicada à região em Rotas Brasileiras

Iniciativa levará para a maior feira de arte do país o trabalho de seis fotógrafos, com diferentes olhares e perspectivas sobre o território

Entre os dias 24 a 28 deste mês, a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia participa da nova feira da SP–Arte, Rotas Brasileiras, um dos mais importantes eventos do mercado de arte do país. Com curadoria do pesquisador, fotógrafo e jornalista Eder Chiodetto, a Concertação convidou seis fotógrafos para preencher um espaço de 100m² com diferentes visões sobre a Amazônia. O estande da iniciativa terá trabalhos de Paula Sampaio, Marcela Bonfim, Rogério Assis, Edu Simões, João Farkas e Lalo de Almeida (ver abaixo minibio dos artistas).

Uma Concertação pela Amazônia é uma rede com mais de 500 lideranças — entre representantes dos setores público e privado, academia, sociedade civil e imprensa — criada em 2020 como um espaço democrático de discussões na busca de soluções para o desenvolvimento sustentável da região. Com a participação na SP–Arte, a iniciativa espera aproximar as várias Amazônias do restante do país. "Nosso objetivo é mostrar a multiplicidade de representações da região e valorizar o trabalho de artistas locais que vêm nos ajudando a atualizar o imaginário sobre a Amazônia", afirma Fernanda Rennó, facilitadora dos Grupos de Trabalho de Cultura e de Educação na Concertação. 

Segundo Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da SP–Arte, a iniciativa vai ao encontro do desejo de valorizar a produção artística e novos enfoques sobre a Amazônia. “O olhar desses fotógrafos e fotógrafas se soma a nomes consagrados da fotografia como Pierre Verger, Sebastião Salgado ou Mario Cravo Neto, formando uma costura em que se entrelaçam diferentes visões sobre o Brasil”.

Para a Concertação, a cultura — entendida de uma maneira ampla como modos de vida, modos de fazer e de representar — é um componente essencial na construção de ações de desenvolvimento sustentável. "Para se aproximar de um território, além da racionalidade e dos aspectos técnicos, é preciso sensibilidade", explica Fernanda. “A Amazônia vai além de desmatamento e não-desmatamento. O que nos ajuda a (re)conhecer tudo que existe entre esses dois pontos, escapando dessa visão polarizada, é justamente essa teia sociocultural. Para a Concertação, não é possível falar de sustentabilidade sem se apoiar na arte e na cultura”. 

Em uma rede formada por integrantes das mais diversas áreas em busca de convergência, e não de consenso, a arte também facilita os diálogos. "A arte é uma potência, todos  os encontros e ações da iniciativa são marcados pela presença de artes e artistas locais", reforça Fernanda.  

A escolha dos artistas envolveu não só o curador Eder Chiodetto, mas um colegiado formado por fotógrafos e pelas equipes da SP–Arte e da Concertação. "Ao final, com a definição das obras de cada um, criou-se uma constelação que tem um forte viés documental sobre esse momento distópico da Amazônia”, afirma Eder. "A fotografia tem a seu favor o fato de ser um testemunho contundente sobre a forma como a floresta e seus povos estão sendo atacados”, complementa.

Segundo Eder, o espaço dedicado à Amazônia é exemplo de um movimento que tem sido empreendido pela SP–Arte, e dessa vez potencializado pela Concertação, de criar exposições que amplificam seu poder discursivo, aproveitando para injetar uma massa reflexiva num evento que, em princípio, seria consagrado apenas ao mercado de arte. "Acho louvável essa posição, pois nunca podemos pensar a circulação das obras de arte, e o mercado que a sustém, sem colocar em prática o melhor que a arte nos propõe que é a possibilidade de enxergar as realidades por pontos de vistas mais amplos, políticos, oníricos, poéticos, e assim por diante." 

Nascido em Belém, o fotógrafo Rogério Assis, presente na exposição com retratos contrastantes de um mesmo território — beleza natural x destruição —, reforça a importância do diálogo entre a causa socioambiental e as artes. “É muito significativo ter um espaço para discutirmos, através da fotografia, a necessidade da conscientização para a preservação socioambiental com um público como o da SP–Arte".

Baseada em Rondônia há 11 anos, a fotógrafa Marcela Bonfim espera com sua obra abrir diversos caminhos para o território. “Estamos falando de um território múltiplo. A expectativa é que a gente consiga, mais do que afirmar algo sobre a Amazônia, questionar essa multiplicidade. O próprio território consegue dialogar e tem a legitimidade e a capacidade de falar por si, nós [artistas] vamos desenvolvendo formas de criar mais fluidez nessa comunicação”.

Rotas Brasileiras acontece na ARCA, galpão industrial na Vila Leopoldina, em São Paulo. Com 70 expositores, a feira busca estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional. 

 

Sobre A Uma Concertação pela Amazônia

É uma rede com mais de 500 líderes criada em 2020 como um espaço democrático de debate para que diversas iniciativas que atuam em prol da região pudessem se encontrar, dialogar e ampliar o impacto de suas ações. Apartidária e plural, a iniciativa reúne representantes dos setores público e privado, academia, sociedade civil e imprensa, que se juntaram para buscar propostas e projetos para a floresta e as pessoas que vivem na região.   

Para a Concertação, a Amazônia é uma trajetória de desenvolvimento para o país e tem papel determinante no enfrentamento da emergência climática e no futuro do planeta. Este ano a iniciativa tem se dedicado à construção de propostas factíveis de desenvolvimento para a região, que possam ser implementadas nos primeiros 100 dias pelo executivo federal, subnacional e congresso nacional.

 

Sobre a SP–Arte

A SP–Arte é a maior feira de arte e design do país. Desde 2005, reúne em seus eventos galerias de arte e design, editoras, revistas, museus e instituições, que expõem obras de arte, promovem debates, lançamentos de livros e outros diálogos. Em 2022, a SP–Foto, encontro de agosto que faz parte da feira, passa a abranger múltiplas linguagens artísticas e trazer, além dos convidados tradicionais, projetos ou coletivos que tragam em suas propostas representações das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional. Ao todo, serão 70 expositores na edição Rotas Brasileiras.

 

Minibio dos fotógrafos(as)

Marcela Bonfim é fotógrafa, formada em Ciências Econômicas (2008) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública (2011) pela Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR), atualmente se dedica ao projeto “(Re)conhecendo a Amazônia Negra: povos, costumes e influências negras na floresta” — projeto de militância e reflexão das artes visuais e fotografia, no campo da antropologia visual, sobre a constituição e memória da população negra brasileira na região amazônica.

Paula Sampaio é fotógrafa natural de Belo Horizonte (MG). Vive e trabalha em Belém (PA) desde 1982. Iniciou sua carreira no fotojornalismo e na fotografia documental. Atuou em instituições, veículos de imprensa e empresas no Pará, como os jornais O Liberal e Jornal Diário do Pará, Secretaria de Cultura do Estado e Universidade Estadual do Pará. Se dedica, desde 1990, a projetos e ensaios fotográficos sobre os processos de migração e colonização na Amazônia. É graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e especialista em Comunicação e Semiótica pela PUC–MG.

Rogério Assis nasceu em Belém (PA), atualmente vive e trabalha em São Paulo. Iniciou sua vida profissional em 1988, documentando etnias indígenas para o Museu Emílio Goeldi, em Belém. Trabalhou na Agência Estado (1990-1992) e no jornal Folha de S. Paulo (1994-2000). Em 1999, foi correspondente da Folha em Nova York, onde graduou-se no laboratório de mídia digital do International Center of Photography (ICP). Em 2000, participou da criação do Fotosite, primeira agência brasileira de fotografia 100% digital, onde exerceu o cargo de Diretor Editorial. Em 2008, criou a Editora Mandioca, que publicou a Revista Pororoca, dedicada a temas da Amazônia. Vencedor do edital de cultura e meio ambiente do Banco da Amazônia em 2014, desenvolveu o projeto ``Esse Rio É Minha Rua'', sobre o cotidiano da comunidade ribeirinha Boa Esperança. Há 20 anos se dedica a projetos de documentação fotográfica na área socioambiental em parceria com as organizações não governamentais, Greenpeace e Instituto Socioambiental. 

João Paulo Farkas, fotógrafo nascido em São Paulo, graduou-se em filosofia pela Universidade de São Paulo e, posteriormente, mudou-se para Nova York, onde estudou no International Center of Photography (ICP) e na School of Visual Arts (SVA). Em sua longa trajetória, já foi fotógrafo correspondente da Veja e da IstoÉ, onde foi também editor de fotografia. Ganhou o prêmio ABERJE e Bolsa Vitae de Artes/Fotografia. Seus trabalhos fazem parte de diversos acervos e museus no Brasil e no exterior como o acervo do ICP e da Maison Européenne de la Photographie, em Paris. O trabalho de João Farkas é centrado em documentar o patrimônio natural brasileiro, as ameaças e transformações da paisagem e a cultura de seu povo.

Lalo de Almeida é fotógrafo formado pelo Instituto Europeo di Design em Milão, Itália. Há 28 anos trabalha na Folha de S. Paulo, onde vem desenvolvendo narrativas multimídias premiadas internacionalmente. Em 2022, foi o vencedor mundial do renomado prêmio World Press Photo 2022, com o projeto “Distopia Amazônica”, na categoria projeto de longo prazo. Em 2021, sua série de fotografias “Pantanal em Chamas“ foi premiada em primeiro lugar na categoria Meio Ambiente no World Press Photo. No mesmo ano, foi escolhido como fotógrafo ibero-americano do ano pelo POY Latam.

Edu Simões, natural de São Paulo, iniciou sua carreira como fotojornalista em 1976. Até o fim dos anos 1990, fotografou grandes nomes da cena política, cultural e artística brasileira, como editor de fotografia de revistas como Bravo, República, IstoÉ e fotógrafo dos Cadernos da Literatura Brasileira do Instituto Moreira Salles. Seu trabalho Gastronomia para um dia de trabalho duro foi exibido em 2011 no FotoRio e na Maison Européenne de la Photographie, em Paris. Foi contemplado com o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia 2012, Vladmir Herzog de Direitos Humanos, em 1980. Suas obras integram os acervos da Coleção Pirelli/MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), do MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo), da Pinacoteca do Estado de São Paulo, do MIS-SP (Museu da Imagem e do Som de São Paulo), do MAB-Faap (Museu de Arte Brasileira), da Coleção Mastercard/Brasil, da coleção do Centro de La Imagem de México e da Maison Européenne de la Photographie. Em 2012 publicou o livro Amazônia pela editora Terra Virgem. Em junho de 2013, apresentou o trabalho Eu Tenho Um Sonho, exposição a céu aberto na Favela da Rocinha.

 

Serviço:
Rotas Brasileiras
Estande Uma Concertação pela Amazônia

Curadoria: Eder Chiodetto
Período: 24 a 28 de agosto

Local: ARCA, São Paulo

Endereço: Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina, São Paulo - SP, 05317-020

Horários: de qua. a sáb., das 12h às 20h; dom., das 11h às 19h

 

Local

ARCA, Av. Manuel Bandeira, 360 – Vila Leopoldina, São Paulo, SP

 

Entrada
R$ 50,00 (geral) R$ 25,00 (meia-entrada)
Meia-entrada para estudantes, portadores de deficiência e pessoas com mais de sessenta anos (necessária a apresentação de documento)
Crianças até dez anos não pagam entrada.

 

Compra de ingressos

Ingressos exclusivamente online pelo link https://bilheteria.sp-arte.com/

 

fonte: 
a4&holofote comunicação

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