José Barbosa teve luz própria desde muito cedo.
Passava os dias perto do pai marceneiro/restaurador nos confins de Olinda (PE). Tinha 12 anos. Seu encantamento foi pelas vindas do velho “seu” Miranda, que, empunhando seu mágico formão, ia fazendo surgir na superfície dos móveis encomendados sulcos que se tornavam ramagens, flores e frutas que alterariam os preços de venda.
Num certo momento, o menino pegou de um pequeno formão e disse : “Vou fazer isso”. Fez e gostou. Era a luz que se fazia presente. Então, foi a vez dos entalhes arrancados da madeira, pinturas sobre papel ou tela e esculturas integradas no espaço sideral, tudo com a mesma riqueza das figurações, sem- pre de improviso, sobrevindas da infância e logo ampliadas pelo seu viver de profunda cultura e sensibilidade que desperta toda natureza de emoções.
A obra que nasce dele, mesmo sem prévio planejamento, dá a certeza de que diante de nós está alguém que EM VERDADE atingiu e transita no que se pode denominar ARTE.
Renato Magalhães Gouvêa
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