| Folião vestido de La Ursa no centro antigo de Recife - Foto Ed Machado/Prefeitura da Cidade de Recife
Com elementos teatrais, a performance tem um urso como figura central acompanhado de seu domador. A tradição foi trazida por imigrantes italianos entre o final do século XIX e a década de 1920, e fazia alusão aos números circenses com o animal, algo comum na Itália até então. A fantasia principal consiste em um macacão feito de veludo, estopas, pelúcia ou retalhos de tecidos costurados, além de uma máscara que cobre toda a cabeça, geralmente feita de papel machê e pintada à mão. O conjunto conta ainda com o caçador ou domador - que costuma carregar uma espingarda -, o italiano, representado com grandes bigodes e que arrecada dinheiro dos foliões, além de outros personagens como o porta-cartaz. “Crianças e adultos saem pelas ruas brincando, dançando, cantando marchinhas, pedindo dinheiro e fazendo bastante barulho por onde passam”, afirma Lassen.
Natural de Bezerros, no Agreste Central, Lula Vassoureiro é um dos mais antigos artesãos que carregam a tradição das máscaras de papel machê. Influenciado pelo pai e avô - também exímios artesãos - ele conta que fez a primeira máscara em 1950, aos seis anos de idade, para uso próprio. Depois de muitas décadas fazendo máscaras inspiradas em personagens recorrentes na cultura pernambucana, desde 2014 ele é considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco, tendo produzido a incrível marca de mais de dez milhões de máscaras. A La Ursa é uma personagem recorrente em suas criações. | | Nos Máscaras feita pelo Mestre Lula Vassoureiro - Foto Alexandre Disaro
Nascido em Alto do Moura, bairro de Caruaru, tido como o maior centro de artes figurativas das Américas, o Mestre Antônio Rodrigues é conhecido por seus bonecos de barro policromados. Ceramista por influência do pai, o Mestre Zé Caboclo, e de amigos como o Mestre Vitalino, ele também se dedica a reproduzir as cenas do cotidiano pernambucano, dentre eles a La Ursa. “As figuras do Mestre Antônio têm pouco mais de 30cm e representam um homem vestindo a fantasia de urso. São encontradas em diversas cores, sendo uma representação quase fiel do que é visto nos carnavais de rua do estado”, diz Lucas.
| | Nos Máscaras feita pelo Mestre Lula Vassoureiro - Foto Alexandre Disaro
Depois de atuar por 25 anos na área de comunicação, a artista Aline Feitosa, moradora de Olinda, passou a trabalhar com a cerâmica por hobby em 2020. Sempre envolvida no cenário cultural da cidade, ela queria fazer peças que tivessem ligação com as tradições locais e que ao mesmo tempo pudessem ter uma função utilitária. A La Ursa foi a primeira personagem que ela começou a criar a partir do barro e, desde então, nunca mais parou. “Comecei a fazer cachepôs e foi impressionante a forma como a notícia se espalhou. Abri minha marca, os pedidos começaram a chegar e, hoje, chego a fazer cerca de 300 peças mensais, entre a La Ursa e outras também ligadas à estética de Olinda”, afirma Aline.
| | Aline Feitosa e seus cachepôs em referência à personagem - Foto Chico Porto
Os trabalhos dos Mestres Antônio Rodrigues, Lula Vassoureiro, e da artista Aline Feitosa podem ser encontrados na Paiol, loja de artesanato que possui três unidades na capital de São Paulo.
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