No dia 30 de abril, a partir das 11h, a Fundação Iberê Camargo inaugura a sua sexta exposição de Acervo. Com curadoria do jornalista e crítico de arte Eduardo Veras, A linha incontornável: uma aproximação ao desenho de Iberê Camargo reúne 110 obras que percorrem mais de meio século da produção do artista. São 99 desenhos (dentre os quais se incluem grafites, bicos de pena, guaches, pastéis, esboços e estudos diversos), sete pinturas, uma gravura e três cadernos de desenho – dos quais estarão disponíveis reproduções que poderão ser manuseadas pelo público. A opção de Veras por colocar o desenho como centro do seu projeto curatorial veio a partir de sua busca por momentos nos quais Iberê, conhecido pela maneira obsessiva e perfeccionista como encarava a prática artística, tivesse “trabalhado de forma menos ambiciosa, até mesmo menos apaixonada”. Por acreditar que este suporte é, por natureza, “mais descompromissado e despojado e, ao mesmo tempo, mais analítico e menos explosivo do que a pintura”, o curador acreditou que encontraria nele a resposta para o seu questionamento. No entanto, ao analisar mais de três mil desenhos do artista, Veras encontrou ali um “Iberê em convulsão, intenso, apaixonado, como aquele que nos acostumamos a admirar na pintura”. Isto pode ser justificado principalmente pelo fato de o próprio artista ter revisado, em 1993 (um ano antes de sua morte, portanto) cada um dos desenhos que integravam a coleção de sua esposa – a mesma que, anos mais tarde, daria origem ao Acervo da Fundação. Ao longo deste processo, Iberê manteve apenas aqueles exemplares que julgava mais representativos de sua obra, e o restante foi jogado no lixo. Apesar de ter sido bastante criteriosa, esta seleção preservou trabalhos de diferentes técnicas e períodos, capazes de permitir um estudo das evoluções técnicas e temáticas do artista ao longo de sua trajetória. A exposição está dividida em quatro vetores principais, que se entrecruzam constantemente. O primeiro deles, constituído pelos “desenhos de formação”, reúne obras criadas durante a infância e a adolescência do artista. Já os “desenhos urgentes” incluem anotações de caráter momentâneo, criadas rapidamente e sem nenhum tipo de acabamento, com o intuito de registrar ideias que pudessem ser esquecidas. Os “desenhos domésticos”, por sua vez, revelam o interesse de Iberê por cenas cotidianas: são retratos de seu gato, de sua esposa, da casa onde morava e de outros lugares por onde passava. Finalmente, há os “desenhos insistentes” – obras mais bem acabadas, que exploram temáticas recorrentes ao longo de sua trajetória de Iberê, como os carretéis, as paisagens e as idiotas. Além disso, para fins de comparação, foram incluídas algumas pinturas e uma gravura para as quais o artista havia realizado estudos prévios. A linha incontornável fica em cartaz de 30 de abril a 30 de outubro de 2011, no quarto andar da sede da Fundação Iberê Camargo, que fica na Av. Padre Cacique, 2000, em Porto Alegre. A entrada é franca. Acima: Regimento Marechal Caetano Faria, 1981. | |||||
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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)
http://maregina-arte.blogspot.com/
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quinta-feira, 28 de abril de 2011
A linha incontornável: uma aproximação ao desenho de Iberê Camargo
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