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A opção de Veras por colocar o desenho como centro do seu projeto curatorial veio a partir de sua busca por momentos nos quais Iberê, conhecido pela maneira obsessiva e perfeccionista como encarava a prática artística, tivesse “trabalhado de forma menos ambiciosa, até mesmo menos apaixonada”. Por acreditar que este suporte é, por natureza, “mais descompromissado e despojado e, ao mesmo tempo, mais analítico e menos explosivo do que a pintura”, o curador acreditou que encontraria nele a resposta para o seu questionamento. No entanto, ao analisar mais de três mil desenhos do artista, Veras encontrou ali um “Iberê em convulsão, intenso, apaixonado, como aquele que nos acostumamos a admirar na pintura”. Isto pode ser justificado principalmente pelo fato de o próprio artista ter revisado, em 1993 (um ano antes de sua morte, portanto) cada um dos desenhos que integravam a coleção de sua esposa – a mesma que, anos mais tarde, daria origem ao Acervo da Fundação. Ao longo deste processo, Iberê manteve apenas aqueles exemplares que julgava mais representativos de sua obra, e o restante foi jogado no lixo. Apesar de ter sido bastante criteriosa, esta seleção preservou trabalhos de diferentes técnicas e períodos, capazes de permitir um estudo das evoluções técnicas e temáticas do artista ao longo de sua trajetória. A exposição está dividida em quatro vetores principais, que se entrecruzam constantemente. O primeiro deles, constituído pelos “desenhos de formação”, reúne obras criadas durante a infância e a adolescência do artista. Já os “desenhos urgentes” incluem anotações de caráter momentâneo, criadas rapidamente e sem nenhum tipo de acabamento, com o intuito de registrar ideias que pudessem ser esquecidas. Os “desenhos domésticos”, por sua vez, revelam o interesse de Iberê por cenas cotidianas: são retratos de seu gato, de sua esposa, da casa onde morava e de outros lugares por onde passava. Finalmente, há os “desenhos insistentes” – obras mais bem acabadas, que exploram temáticas recorrentes ao longo de sua trajetória de Iberê, como os carretéis, as paisagens e as idiotas. Além disso, para fins de comparação, foram incluídas algumas pinturas e uma gravura para as quais o artista havia realizado estudos prévios. A linha incontornável fica em cartaz de 30 de abril a 30 de outubro de 2011, no quarto andar da sede da Fundação Iberê Camargo, que fica na Av. Padre Cacique, 2000, em Porto Alegre. A entrada é franca. Acima: Regimento Marechal Caetano Faria, 1981. | |||||
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escolhidos por MARIA PINTO
(Maria Regina Pinto Pereira)
http://maregina-arte.blogspot.com/
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quinta-feira, 28 de abril de 2011
A linha incontornável: uma aproximação ao desenho de Iberê Camargo
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