ADRIANA VAREJÃO NA EXPOSIÇÃO "POLVO", EM CARTAZ NO GALPÃO FORTES VILAÇA
Adriana Varejão- série Polvo
Há cinco anos sem realizar uma exposição com apenas trabalho inéditos, Adriana Varejão apresenta a recém-criada série Polvo no Galpão Fortes Vilaça até o dia 17 de maio. Polvo é fruto de uma pesquisa de forte caráter conceitual, desenvolvida ao longo de 15 anos, sobre a representação das cores de pele dos brasileiros e a ambivalência das definições de raça no país.
O ponto de partida foi o resultado da pesquisa do IBGE de 1976, que deixou em aberto a pergunta Qual é a sua cor?. O resultado foram 136 diferentes termos, alguns inusitados e muitos deles, figurativos, em contraponto aos cinco grupos estabelecidos: branco, preto, vermelho, amarelo e pardo. Adriana escolheu os 33 mais exóticos, poéticos e significativos e, a partir deles, criou as suas próprias tintas a óleo baseadas em tons de pele. Assim, surgiram as cores Fogoió, Enxofrada, Café com leite, Branquinha, Burro quando foge, Cor firme, Morenão, Encerada e Queimada de sol, entre outras.
O resultado mais imediato deste processo é um objeto de arte: uma caixa com 33 tubos de tinta (com tiragem de 200 exemplares), além da série de pinturas elaboradas a partir destas tintas, que criam um imenso painel. As telas são retratos de Adriana, executadas por outros pintores retratistas, com intervenções da artista. A cor da pele é neutra, acinzentada, com pinceladas geométricas e de inspiração indígena, realizadas com os tons das tintas Polvo. Acompanhando os retratos, pinturas circulares abstratas trazem a escala destas mesmas tintas. E todo o conjunto mantém a estreita relação com seus trabalhos anteriores, sempre lidando com questões como a miscigenação, o colonialismo e a cor da pele.
fonte: Touch of Class
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