Ateliê da Escola Guignard traz gravuras feitas após um ano de convivência
Carolina mazzini/Divulgação
“Idealizaram uma Menina e Ela Nasceu” é uma das imagens de Carolina Mazzini
“Trabalhamos juntos durante um ano, trocando experiências, conversando e rindo bastante. Cada um trabalhou a sua poética, mas pudemos compartilhar conhecimentos”, afirma Carolina Mazzini.
Segundo ela, esse compartilhamento de informações é muito importante justamente por conta da multiplicidade de técnicas. Afinal, as chapas podem ser de diferentes tipos de metal (normalmente ferro ou cobre) e os desenhos podem ser feitos com inúmeras substâncias corrosivas, como ácido nítrico e percloreto de ferro. Depois de sofrer as interferências dos artistas, a chapa recebe tinta e é colocada em uma grande prensa – para que a imagem seja impressa em um papel específico para esse tipo de trabalho.
Linguagens
Em um único trabalho, Carolina chegou a usar oito técnicas diferentes. “Se um gravurista criar com metal por anos, pode morrer sem esgotar todas as possibilidades. É justamente isso que faz com que a gravura em metal seja tão interessante”.
Enquanto há a semelhança do suporte e da leveza de linguagem entre as quatro produções presentes na exposição, há, obviamente, muitas diferenças entre as criações.
Carolina, por exemplo, gosta de focar no corpo humano e tratar de temas tabus, de trabalhar elementos que podem provocar estranhamentos. “Tento tocar em assuntos que as pessoas têm dificuldade de tratar de maneira crua”, afirma.
Renata Bernet, apresenta um tríptico de gravuras chamado “Escape”. Em cada uma das imagens, janelas de diferentes tamanhos e formatos mostram interiores de espaços. “O espaço está aberto, inabitado, disponível para ser pensado e alterado a partir da memória e da experiência do outro, construído com a proposta de oferecer, ao outro, um lugar para habitar”, explica a artista.
Thais Brasileiro trabalha paisagens e memória em suas gravuras. O resultado são “paisagens internas” em uma série chamada de “Entre o Real e o Imaginário”. “Neste trabalho as gravuras de paisagem são uma tentativa de preservar experiências estéticas vividas. Ao tentar não esquecê-las e gravá-las, crio a memória das mesmas, mas, ao mesmo tempo, as liberto dentro do universo da gravura em metal”, diz Thais.
Já Paulo Lisboa, que tem em seu currículo vários prêmios como gravurista (inclusive na Hungria e na Argentina), traz, em suas criações, uma poética visual mais doce e delicada.
“Gravante Geraes” na Galeria de Arte BDMG Cultural (Rua Bernardo Guimarães, 1.600,– Lourdes). Desta quinta-feira (04) a 5 de outubro, diariamente, das 10h às 18h. Entrada gratuita
Nenhum comentário:
Postar um comentário